Vamos sair e anunciar a grandeza da família
“Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’” (Lc 10,1-9).
A Liturgia de hoje nos leva a celebrar dois santos da nossa Igreja, ambos discípulos do apóstolo São Paulo: Timóteo e Tito. A partir do Evangelho, vemos a importância do discipulado, quando Nosso Senhor envia aqueles setenta e dois discípulos, dois a dois, a toda cidade e lugar aonde Ele próprio devia ir. E o próprio Jesus ensina o seguinte: “Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’”.
Como é importante a paz numa casa! Vemos quanta violência existe nas ruas, mas também quanta violência existe dentro de casa. Quantos pais falam de forma agressiva aos seus filhos, quantos casais não sabem mais dialogar! Uma família que vive em paz não é uma família que vive em perfeita tranquilidade, mas sim em comunhão com Deus e, por causa disso, não se deixa abater em sua esperança.
Meus irmãos, quantas mentiras que só trazem a divisão para dentro de casa! Os casais precisam aprender a falar a verdade entre si. Você tem construído seu casamento, sua casa com base na falsidade? Mentiras pequenas destroem uma vida inteira de experiência conjugal. Cuidado, famílias, para não construírem vidas e relacionamentos em cima do engano e da falsidade!
Famílias evangelizadoras
Como é bom quando a porta da sua casa se abre para outras famílias! Eu tenho ficado assustado com o tanto de interfones e outras barreiras que colocamos entre nós e os outros. Papa Francisco diz que a Igreja precisa do testemunho de famílias alargadas, ou seja, de famílias que fazem algo por outras famílias. Pergunto: o que a sua família tem feito por outras famílias? Faz parte do perfil do discípulo anunciar a Boa Nova. Nossas famílias precisam ser famílias evangelizadoras.
Quando a família se desapega da sua realidade e se “alarga” em direção às outras famílias, ela experimenta a alegria do Evangelho.
Um dos riscos que corremos é o de vivermos um egoísmo narcisista nas nossas famílias. Lares que vivem esbanjando tantas coisas, sendo que há tanta gente necessitada de ajuda. Pessoas que, dentro de casa, falam com os bichos de estimação, mas não conversam uns com os outros. Pessoas que se “escondem” num celular e deixam de se relacionar dentro de um convívio doméstico. Os membros da família precisam aprender a valorizar uns aos outros!
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E existe um egoísmo ainda mais grave: famílias que não partilham mais a própria fé umas com as outras. Certa vez, perguntaram ao Papa emérito Bento XVI: “Santidade, onde o senhor aprendeu a rezar?” E a resposta foi belíssima: “No colo do meu pai e da minha mãe”.
Vamos sair daqui e anunciar a grandeza da família! Muitas famílias estão se perdendo no adultério e nas drogas. Não podemos desistir delas! Precisamos atraí-las para Cristo e jamais as abandonar. Pai, mãe, por gentileza, não fechem as portas da casa para seus filhos e filhas, pois esse é o único local seguro que eles têm.
Por isso, a nossa missão com as famílias se estende nessa bela expressão do Evangelho segundo Lucas: “Ide e anunciai ao mundo as maravilhas do Senhor”.
Que os santos Timóteo e Tito intercedam por todas as nossas famílias. Amém.
Transcrição e adaptação: Alexandre Oliveira