Palestrante, cantor são profetas?

Padre Zezinho
Foto: Paula Dizaró/cancaonova.com

Sejam palestrantes, cantores ou profetas; tudo os são para a glória de Deus


Entre os anos de 1962 até 1965 houve uma grande mudança na Igreja. Um “Concílio Vaticano II”, a Igreja tinha de mudar e mudou. O mundo queria desafiar e a Igreja aceitou o desafio. Se hoje cantamos e celebramos, de modo diferente de séculos atrás, é porque aquele Concílio disse que tínhamos de mudar.

Nestes 52 anos de ministério sacerdotal, já fui “enquadrado” em dezenas de rótulos, muitos de vocês experimentam agora, o que já experimentei. Quem fala ou canta sobre Jesus, diante de um microfone ou câmeras, está expondo-se; quer queiramos ou não somos todos dados de” espetáculos ao mundo”.

Não dá para ser leigo, cantor, instrumentista, padre, palestrante, profeta, etc.; sem ser notado.

Saibamos que, nem sempre é possível satisfazer a todos os telespectadores e/ou ouvintes; Jesus e os apóstolos tinham suas profecias, palestras e sermões, e eles ofereciam a quem quisessem ouvir, mas não podiam forçar ninguém.

   Permanecer em Cristo é o essencial

Na carta de São João (6, 64-67), Jesus respeitou os que não queriam mais ouvi-Lo, logo em seguida, Jesus deixou livres os Seus discípulos, ou seja, poderiam ir embora e Pedro perguntou: “A quem iriam se deixassem de segui-Lo?” Pedro ficou e os discípulos também ficaram.

 O que é um cantor? O que é um comunicador? O que é usar um microfone e uma câmera? É profecia ou não é?

Palestra, canção religiosa, Liturgia e possível profecia: nem toda pregação exige canção; nem todo pregador tem o dom de cantar, assim como, nem todo cantor tem o dom de pregar. A canção não faz um bom pregador e nem todo cantor, pregador ou compositor são profetas e nem todos os profetas cantavam. Na Palavra, não consta que Jesus fosse cantor ou compositor, e também, não consta que os apóstolos eram cantores. Isso quer dizer que, não consta que fosse essencial cantar. Não era e não é.

.: Confira o álbum de fotos do acampamento para músicos

O que fazemos com os dons e instrumentos que Deus nós dá? 

Pregar é uma coisa e, isso, todos nós somos chamados a fazer: anunciar o Evangelho; porém, cantar é outra coisa e nem todos são chamados; e profetizar depende do lugar e de quem nos chamar. Tem de haver um chamado!

Se o que eu canto não é profético, ainda assim, será uma catequese, uma canção religiosa, mas não será profecia. Isso  só a Igreja tem o direito de dizer.

Não sou eu quem decido dizer que, o que eu faço, seja profecia. Não posso me proclamar profeta, é Deus e a Igreja quem vão dizer.

Números não fazem de você um profeta, mas, vindo de Deus e ordem da Igreja a proclamação de que é profeta, sim! Ou seja, ter milhões de seguidores nas redes sociais não os fazem profetas.

Um pregador pode proclamar-se: pregador, conferencista, palestrante, etc., porque a Igreja permite, mas, um profeta jamais pode se intitular como profeta, isso compete apenas a Igreja.

 Não peça a graça de ser profeta! Há dons que se podem pedir, há outros que não se pedem, mas também, não se pode recusar. É assim a graça de Deus: não pedir, mas também não fugir.

 Ao sermos elogiados, o que precisa ecoar nos nossos ouvidos é a Palavra de Jesus que nos diz: “somos servos inúteis, porque fizemos o que deveríamos fazer”.

   Os talentos de Deus

 Não peça o que você não seja capaz de levar adiante! Oremos para que saibamos distinguir os nossos dons e saber como lidar com eles. Foi Jesus quem disse: “Basta as preocupações do dia a dia”.

 A santidade não é medida por “ibope” nem por fama, ela depende do que fazemos com o instrumento e talento que Deus nos deu.

Assista a um trecho da pregação

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Transcrito e adaptado por Claudia Lima

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