Eu sou coordenadora nacional da Pastoral da Sobriedade. Eu posso dizer que Deus não escolhe os capacitados e que Ele me capacitou. Como mãe eu digo: Não percam a esperança! Não desistam dos seus maridos nem dos seus filhos! O milagre da salvação está na perseverança. Se vocês me perguntarem se a Pastoral da Sobriedade recupera alguém, eu digo que “sim”, mas se as pessoas perseverarem.
A Pastoral da Sobriedade é a ação concreta da Igreja no serviço de prevenção e recuperação da dependência química.
Quando servimos os irmãos nós precisamos de Jesus libertador. Nós, da Pastoral da Sobriedade, levamos Jesus para as pessoas; essa entidade é para todos. Que beleza é quando admitimos que os nossos têm dependência, vícios e pecados! Quem não tem pecado que atire a primeira pedra. Precisamos confiar que temos um Deus que nos sustenta, nos acolhe e nos orienta. Ele nos mostra uma nova maneira de viver.
Na Pastoral da Sobriedade, aprendemos também a entregar tudo a Deus, porque a Palavra diz: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve” (Mateus 11,29-30).
Se o seu filho foi para a balada, entregue-o a Deus, pois quem entrega as pessoas e as situações a Deus vive e as deixa viver.
Tantos os pais como os filhos não podem cobrar e brigar com seus, mas fazer como o pai fez o filho pródigo: os acolher. Não é para passar a mão na cabeça da pessoa, mas, naquela situação em que ela se encontra de vício, ela precisa ser amada e acolhida.
Precisamos renascer, no Espírito Santo, para alcançarmos a graça da sobriedade. Se as pessoas deixarem de usar drogas e de pecar, mas não tiverem uma atitude nova com a ajuda do alto, de nada adiantará e a situação delas poderá piorar. Por isso, precisamos renascer na vida do Espírito.
As pessoas que eram e que ainda são dependentes precisam ser conscientizadas sobre a necessidade de reparar o mal que possam ter feito. Depois disso, precisam buscar os sacramentos, professar a fé e sempre orar e vigiar para não caírem em tentação novamente.
A Pastoral da Sobriedade nasceu da Bíblia: “Sede sóbrios” e “Orai e vigiai”. Não adianta ir só para a clínica terapêutica e não orar nem vigiar. Precisamos buscar ajuda, mas também precisamos combater o mal com a oração.
Da mesma forma, os dependentes e familiares precisam, depois de viver todo esse percurso de restauração, ir ao encontro daqueles que precisam. Buscar a Eucaristia e celebrar a cada dificuldade vencida.
Como Maria, na fé, nós devemos saber que tudo o que fazemos está sendo guiado por Deus. Nossa Senhora guardava tudo em seu coração. E nós? Guardamos tudo em nosso coração ou ficamos só reclamando e murmurando? Muitas vezes, é no silêncio que encontramos respostas. Nós não vemos, no Evangelho, em nenhum momento Maria se rebelando ou gritando. Mas a todo momento ela orava e guardava tudo em seu coração.
Muitas pessoas falam: “Todos os jovens usam droga”. Mas isso não é verdade. E já foi comprovado que os jovens que se recuperam dos vícios e os que não estão nas drogas estão envolvidos e ligados à Igreja. Porque eles estão cheios do Espírito Santo. Se fizermos um levantamento dos jovens que estão nos movimentos eclesiais, nas pastorais, nos grupos de jovens sarados, nos grupos de oração, veremos que não é a maioria que está nas drogas.
A missão do agente da Pastoral da Sobriedade é evangelizar e acolher. Precisamos ser a mão amiga. Agentes da pastoral, não desistam! Não desanimem! A Pastoral da Sobriedade precisa estar em toda a Igreja. Vamos, como a exemplo de Maria, servir a Deus.
Quero agradecer ao monsenhor Jonas Abib, porque ele é um exemplo de servir como Maria.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio