O Espírito Santo é para nós sinal dos últimos dias
Fico pensando na alegria dessas mães que nos são apresentadas nas leituras de hoje, elas que eram estéreis, mas conceberam filhos que seriam luz no Reino de Deus: Sansão, que libertou o povo da opressão; e João Batista, que preparou um povo bem disposto para a vinda do Senhor.
Um sinal da vinda do Senhor que a liturgia nos traz Joel 3,1-5:
“Depois disso, acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões. Naqueles dias, derramarei também o meu Espírito sobre os escravos e as escravas. Farei aparecer prodígios no céu e na terra, sangue, fogo e turbilhões de fumo. O sol converter-se-á em trevas e a lua, em sangue, ao se aproximar o grandioso e temível dia do Senhor. Mas todo o que invocar o nome do Senhor será poupado, porque, sobre o monte Sião e em Jerusalém, haverá um resto, como o Senhor disse, e entre os sobreviventes estarão os que o Senhor tiver chamado”.
O Espírito Santo é para nós sinal dos últimos dias
Escutamos que, desde a ascensão, entramos nos tempos finais, e, desde esse tempo, veio o Espírito Santo sinal para nós dos últimos dias, dos últimos tempos. A isso a Igreja chama de tempo do Espírito e do testemunho.
Paulo diz que ninguém pode invocar o nome do Senhor se não for pela ação do Espírito Santo. Nestes dias difíceis que antecederá a vinda do Senhor, pode ser que sejamos nós a geração que vai passar por isso, mas se invocarmos o nome de Jesus seremos salvos.
Precisamos esperar os cuidados de Deus, pois já é muito propagado e até parece que o mal está vencendo o bem, mas aquele que invoca o nome do Senhor será salvo.
Antigamente, existia a perseguição do império, dos judeus; porém, os cristãos derramaram sangue pela fé, foram fiéis. Venceram o dragão pelo Sangue do Cordeiro e pelo testemunho de Sua palavra. Vamos perceber, pela narração da Palavra, como era aquele povo. A vida apostólica era pentecostal, uma vida intensa do Espírito. Eram pregações ardorosas, cheias de poder e unção, acompanhadas de milagres e sinais.
Depois que mataram Jesus, Pedro pregou e mais de três mil pessoas foram convertidas. Anunciavam com a vida, com o coração e o próprio testemunho. O Espírito Santo é o respiro, a inspiração da Igreja, a ação suprema que age nos sacramentos. É esse mesmo Espírito que chama esses homens a dar a vida inteira para Deus e nos fez dar a vida para a Igreja, qualquer que seja a nossa vocação. Ele é o sinal da presença e da força. Muitos homens foram experimentados no poder do Espírito Santo.
Quando olhamos para a Canção Nova, vemos monsenhor Jonas Abib [fundador da Comunidade], um homem pequeno em estatura, mas grande na entrega a Deus. Ele confiou no Senhor, por isso nasceu essa obra de evangelização. Porque um homem quis conhecer a vontade de Deus, foi provocado a sair da mesmice e ir ao encontro das pessoas para evangelizar. A Canção Nova existe para preparar um povo bem disposto para a segunda vinda do Senhor.
Como esperar o Senhor?
Deus quer entusiasmá-lo de novo, levar você ao primitivo fervor. Não há maneira melhor de esperarmos pelo Senhor do que vivendo a vida no Espírito e voltando aos propósitos iniciais de abandonar o pecado.
Nos anos de 1840 ou 1850, uma freira escreveu uma carta ao Papa e falou que estava incomodada com as realidades da Igreja. Nessa carta, ela dizia que se louva tanto os santos e se faz novena, mas ao Espírito ninguém ora, não se fala mais d’Ele. Então, ela pede ao Santo Padre que convoque a Igreja a fazer cenáculos de oração. Essa mulher, Beata Helena Guerra, não sabia que o Papa Leão XIII havia tido uma visão estarrecedora, mística, em que o diabo dizia para Deus que o povo era cristão, porque não tinha provação. O demônio pediu a Deus o século XX para tentar o povo. Então, o Santo Padre compôs a oração: “São Miguel Arcanjo… ”. O Papa também escreveu um exorcismo que muitos padres rezam.
Esse Papa escreveu a primeira encíclica ao Espírito Santo. Ele entendeu que aquela pobre freira recebia de Deus uma mensagem.
A trajetória do Espírito Santo na Igreja
Anos mais tarde, padre Angelo Roncalli, que se tornou Papa João XIII, visitou uma aldeia que vivia pelo Espírito; lá, não havia presídio, porque não havia crimes. As pessoas doentes ficavam curadas pela oração. Um belo dia, o Papa, andando pelo Vaticano, decidiu dar início ao Concílio Vaticano II. Na oração inicial do Concílio, ele pediu um novo Pentecostes. Anos depois, aconteceu o evento de Duquesne, em que os jovens ali reunidos recebem o batismo no Espírito Santo. Surgiu, então, a Renovação Carismática Católica.
Não tenho dúvida de que, nos últimos dias, experimentaremos grandes milagres, veremos grandes conversões, desde os simples aos poderosos. Muitos mortos ressuscitarão, doentes ficarão curados. Não tenham medo de ser renovados, de viver do Espírito Santo. O Paráclito age em nós.
Deus virá e derramará seu Espírito mais fortemente. Se o pecado está reinando neste mundo, precisamos nos abrir para a graça de Deus acontecer no meio de nós. Você quer, deseja o Espírito Santo?
Às vezes, experimentamos um pouquinho da ação de Deus e ficamos contentes. Não podemos! Temos de querer mais do Senhor, mais dos dons divinos. Não devemos querer mais de Deus para nós mesmos, mas para levar o povo para Ele. Devemos ter a têmpera dos mártires.
Precisamos viver esta Palavra: “Eles venceram pelo Sangue do cordeiro e pelo testemunho da Palavra”. A grande característica de Sansão era ser forte, ele tinha a força da consagração a Deus. “O menino cresceu, e o Senhor o abençoou. O espírito do Senhor começou a agir nele no Campo de Dã” (Juízes 13, 25). É o Espírito que nos dá força para vencer.
Sansão esqueceu-se de sua consagração
Quando Sansão esqueceu que era consagrado, cedeu a paixão a uma mulher estrangeira, comeu o mel que ele encontrou em um leão que tinha matado. Tudo isso era contra as regras do Senhor. Sansão apaixonou-se por Dalila, uma enviada que lhe perguntou onde estava sua força. Ele mentiu para ela, mas, de tanto insistir, ele acabou lhe confessando onde estava sua força. Cortam o cabelo dele, chegam os inimigos e ele foi vencido. Na Palavra diz que o Senhor O abandonou quando seu cabelo foi cortado. Mas, na verdade, era ele quem havia abandonado o Senhor anteriormente. O cabelo de Sansão era o sinal de sua consagração, mas a sua cabeça não estava mais em Deus.
Deus promete o Espírito para João Batista
É importante lembrar a promessa de Deus a Zacarias com relação a João Batista: desde o ventre ele será cheio do Espírito Santo. Precisamos viver a santidade, viver no poder do Espírito. Não é simplesmente fazer caridade, mas apresentar o Cristo que está na caridade.
Estamos em tempos de guerra e precisamos viver carismaticamente. Nosso canto precisa ser orado, jejuado e consagrado; precisamos viver do Espírito na oração, ser uma canção nova que gere impacto e transformação. Nossa vida precisa ser profética, por isso não podemos viver de improviso.
A vida precisa ser conduzida pelo Espírito Santo, porque nossa missão é preparar o caminho do Senhor e ser profeta de Deus neste tempo.
Precisamos deixar o Espírito do Senhor falar em nossa alma todos os dias: “Vem, Senhor Jesus!”.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair