Peçamos a esperança daquele que passa por tantos desafios, mas é vitorioso em Deus
Viver o amor de Deus é a mais fecunda, bonita e fértil experiência que podemos viver em nossa identidade cristã. Precisamos amadurecer sempre a nossa identidade enquanto homens e mulheres de fé, para que não corramos o risco de viver um Cristianismo feito de aparências.
Jesus olhava muito para a realidade do Seu tempo, quando havia homens religiosos, do templo, que entendiam a Lei, mas a vida deles não era tocada pelo Senhor. De alguma forma, as contradições gritavam mais alto, era mais fácil impor uma religião grosseira, onde as pessoas não se comprometiam.
Isso pode nos ajudar a entender a briga com os filisteus e os Hebreus que a Primeira Leitura de hoje nos fala. A briga deles é velha, de territórios e posses. Os filisteus estavam vencendo e os Hebreus recordaram que tinham um instrumental muito forte entre eles, que era a arca de Deus, que significa a certeza de que Ele nos protege.
Esse povo foi se acostumando a viver assim e deixando acontecer uma coisa muito ruim dentro da dimensão da vida religiosa, quando deixamos que o Senhor se torne um detalhe em nossa vida. A arca não era mais a essência de que precisavam e só a procuraram quando precisaram da ajuda de Deus.
Podemos entender, a partir disso, o que fazemos com a nossa religião, nós corremos o risco de fazer do sagrado o nosso amuleto, penduramos algumas coisas em nós. Por exemplo, pedimos para o padre abençoar nossa casa, mas não rezamos, não frequentamos a Missa.
Nós não vivemos uma experiência autêntica com Deus e corremos o risco de quando precisarmos d’Ele nos questionarmos: “Por que vivo isso?”. Deus nos quer numa relação de amizade, e isso é amor!
Precisamos tomar cuidado para não usarmos Deus apenas como “pronto socorro”. Quantos entre nós vivem o desencanto da presença de Deus! Porém não existe experiência grande ou pequena, todos temos a nossa, em particular.
Veja a experiência do paralítico do Evangelho de hoje. Ele disse: “Se queres, tens o poder de curar-me”.
Deus nos dá a grande graça da Eucaristia, um lugar que foi marcado pelo sacrifício da misericórdia. Do coração d’Ele jorra uma certeza do Seu amor por nós. De um coração misericordioso é sempre possível nascer a misericórdia. A Eucaristia nos leva ao tempo e podemos dizer: “Senhor, estou aqui. Se queres, pode me curar! Estou aqui, porque quero fazer a minha parte!”.
Não podemos deixar que os filisteus dos nossos tempos nos tirem do caminho do amor de Deus. O Pai quer nos fazer grandes soldados, Ele quer que vivamos a Eucaristia no namoro, no casamento, em nossa casa e em nossa igreja.
Precisamos abrir o nosso olhar misericordioso, levar a misericórdia a tantas pessoas que precisam dela. A Igreja que nos reúne é Cristo, e ela tem a força de anunciar, de proclamar e lutar contra tantos filisteus que querem nos vencer!
O Espírito Santo nos permite a graça de voltarmos ao antigo tempo e não termos medo das perseguições de morrer devido à nossa fé. Peçamos a Deus a graça de sermos homens e mulheres anunciadores, peçamos a esperança daquele que passa por tantos desafios, mas são vitoriosos em Deus.
Peçamos de Deus a graça de sermos vitoriosos e sairmos dos conceitos teóricos para experimentarmos o bálsamo do Senhor!
Transcrição e adaptação: Karina Aparecida