Como podemos voltar ao primeiro amor?
Saiba o que é preciso para voltar ao primeiro amor
O Acampamento Revolução Jesus 2017, que teve como tema ‘De volta ao primeiro amor’, está chegando ao fim. Neste momento, damos início à nossa caminhada normal no Tempo Comum, que é tempo de vivência do nosso batismo. Mas, diante do tema, pode surgir a pergunta: “Como podemos viver nosso batismo, de tal forma que isso possa ser um reavivamento no primeiro amor?”. Para isso, é necessário cultivar o crescimento das três virtudes teologais: a fé (acreditar), a esperança (lembrar) e a caridade (amar). Quando elas crescem, fazem crescer todas as outras virtudes, e assim voltamos ao primeiro amor.
Para explicar melhor esse processo, vou comparar as etapas de crescimento destas virtudes (fé, esperança e caridade) com o crescimento de um amor normal entre uma moça e um rapaz. Vamos supor que, primeiro, o rapaz, ao ver a moça, fique admirado e logo pense: “Essa mulher pode ser a minha esposa e, quem sabe, a mãe dos meus filhos”. Pronto, esse é o primeiro passo: o desejo do conhecimento por meio da inteligência. Em relação à virtude da fé, ocorre algo parecido: nós conhecemos Deus pela fé. Nesse processo inicial, o rapaz vai buscar informações e conhecer as qualidades da moça. Da mesma forma, pela fé – que é uma virtude ligada ao conhecimento – nós conhecemos melhor quem é Deus, para que possamos amá-Lo ainda melhor. A virtude da fé, portanto, é a virtude da inteligência iluminada pela graça de Deus.
Como conhecer somente não basta para acontecer um namoro, no passo seguinte (esperança) é preciso que haja um conhecimento mútuo. Para que ela se apaixone por ele, entra em cena o recurso da “memória”: ele entrará em contato com ela com mais frequência, enviará mensagens, presentes e até mesmo fará o mesmo caminho dela. A mensagem aqui é: ninguém se apaixona por alguém de quem nem sequer se lembra. Como alguém sabe que está apaixonado? Quando lembra da pessoa o tempo todo, faz sonhos, planos, projeta o futuro. Essa, portanto, é a virtude da esperança: a certeza daquilo que existe, mas que ainda não se pode ver. Quando uma pessoa se recorda daquele que ama, é tomada pela pressa de estar unido com essa pessoa. Portanto, a pressa (esperança) precisa da memória.
O próximo passo é a decisão (vontade), que está ligada à virtude da caridade. A moça e o rapaz decidem-se livremente um pelo outro (ou não). A caridade, enquanto virtude, é a decisão de escolher amar o próximo apesar do grau de conhecimento ou da lembrança. É uma decisão, uma escolha. O amor, portanto, reside na vontade decidida, não nos sentimentos.
Dessa forma, a inteligência (fé), a memória (esperança) e a vontade (caridade) são os três passos para voltarmos ao primeiro amor com Deus. O amor a Deus é o terceiro andar de um edifício que tem outros dois: se não construirmos os dois primeiros, o terceiro não existirá. Sem isso, o amor parecerá com um fogo de palha, que dura pouco, caminhando para a tibieza, que significa mornidão.
Pois bem, em resumo, para construir concretamente esses três andares (fé, esperança e caridade), precisamos de:
Fé – acreditar firmemente no amor de Deus, que se revelou a nós por intermédio de Jesus Cristo, que se entregou na cruz, morreu, ressuscitou e está conosco o tempo todo. Acreditar, sobretudo, nos dogmas e sacramentos da Igreja; não uma prática devocional apenas, mas uma relação íntima por meio do exercício da oração diária. Crer no que Deus disse e não naquilo que estamos vendo.
Esperança – lembrar que Deus a concede a nós, que Ele está conosco. Quando nos recordamos daquele toque na alma, daquele momento de oração, somos tomados por uma pressa de estar com Jesus novamente.
Caridade – decidirmo-nos, de modo concreto, a amar Jesus no irmão. Como somos amados por Deus, precisamos aproveitar todas as nossas oportunidades de sofrimentos pessoais para amar o outro como Jesus nos amou na Cruz.
Portanto, para voltarmos ao primeiro amor, precisamos percorrer essas três etapas: acreditar em Jesus Cristo, lembrarmo-nos d’Ele e amá-Lo. Mesmo que doa, mesmo que seja incômodo, temos de amá-Lo e entregarmo-nos por Ele. Esse é o caminho: nossa fé, esperança e caridade.
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"É muito fácil ser cristão e não amar Jesus. O Sacrário não é uma vitrine" @padre_paulo #RVJ2017 pic.twitter.com/eDKPL7GkgA
— Canção Nova (@cancaonova) 15 de janeiro de 2017
Transcrição adaptação: Cleber dos Santos Rodrigues