Nós faremos o caminho da esperança, desde onde ela se encarnou até onde foi real na humanidade que estava perdida. O Senhor, que é a Esperança, desceu à Terra, fez-se homem, esvaziou-Se de Si mesmo até descer à mansão dos mortos para resgatar o que era Seu.
No Evangelho de João 1,1-3, diz que, no princípio de tudo, era um ciclo de amor perfeito: Deus, Jesus e o Espírito Santo. Deus: o que ama; Jesus: o amado; e o Espírito: o amor que se direciona do Pai para o Filho e do Filho ao Pai. Um ciclo de amor perfeito que explodiu e brotou o desejo da criação.
Deus criou a luz, o dia e a noite, o céu, a terra, o mar, a vegetação, as estrelas, o tempo; Ele fez os seres vivos, e tudo isso criado pelo Seu infinito amor. Depois de tudo isso, Deus quis fazer o homem à Sua imagem e semelhança, a semelhança do amor.
Nós fomos criados por amor, um amor eterno de Deus e, em nós, existe um pedaço d’Ele. Tudo estava perfeito, mas onde existe amor também existe a liberdade, e Deus a deu ao homem. Essa liberdade era para que o homem a usasse voltando todo o amor que recebia de Deus, para o Pai, mas o homem foi desobediente e voltou-se contra Deus.
O homem afastou-se d’Aquele que o criou, quebrou o ciclo do amor e corrompeu-se. Assim, foi expulso do lugar onde tudo era perfeito. Mas Deus, em Seu infinito amor, quis resgatar a humanidade, porque nela existia e existe um pedaço d’Ele, e por causa desse pedaço, nós somos pertencentes ao Pai.
Deus não abandonou Seu povo e sempre o mandou sinais de esperança
No Antigo Testamento, Deus sempre tentou resgatar a Sua obra-prima, escolheu Abraão, Isaque, José do Egito e Moisés, mostrando ao Seu povo que Ele estava ao lado deles. E mesmo assim, o povo se voltou contra Ele, mas o Pai continuou tentando guiar Sua criação com Josué, os Reis Davi e Salomão. Deus enviou profetas como Natã, Elias e, por fim, João Batista.
João Batista veio para preparar Seu plano principal. Deus enviou Jesus Cristo, Seu Filho, para salvar, de uma vez por todas, a humanidade. Deus enviou a Esperança que se encarnou no ventre de uma Mulher escolhida, Maria.
E a Esperança foi brotando no ventre de Nossa Senhora, foi crescendo até chegar definitivamente para resgatar o que Lhe pertencia. Mas por que Ele precisou morrer?
Por que Cristo precisou passar pela mansão da morte?
Quando Adão e Eva pecaram, o céu se fechou, e a humanidade não podia mais entrar no céu. E todos aqueles homens que Deus havia enviado para guiar o Seu povo, não puderam entrar no céu, estavam lá, na mansão dos mortos, na esperança do dia que Deus resgataria a Sua criação.
Então, Deus precisou morrer, porque para descer à mansão dos mortos precisaria estar morto. Para ir onde eles estavam, Cristo precisou morrer para resgatar a humanidade perdida.
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Jesus invadiu a mansão dos mortos, quebrou as portas do inferno e segurou no punho de Adão e Eva para levantar os que estavam caídos. Mostrando à humanidade que Ele não nos fez para que permaneçamos na perdição, e sim para a salvação e eternidade.
Mas há um detalhe que diz: Cristo, quando desceu à mansão dos mortos, resgatou os justos, aqueles que viveram o caminho da salvação e permaneceram fiéis a Deus. Assim, Deus nos mostra que, como Filhos de Deus, precisamos nos deixar ser segurados pelo Senhor. Precisamos apenas estender nossos braços a Ele, mas temos de querer.
Deixemos o Senhor nos tirar das mansão dos mortos em que, hoje, estamos. Ele é a Esperança que devemos buscar.
Transcrição e adaptação: João Paulo dos Santos.