É com alegria que iniciamos este Tríduo Pascal. A liturgia nos convida a participar da Ceia do Senhor, que é o mistério de Morte e Ressurreição que acontece sacramentalmente.
Jesus instituiu o sacramento de Seu Corpo entregue e de Seu Sangue derramado por toda a humanidade. Neste sacramento celebra-se o memorial de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Eucaristia que torna natural o amor de Cristo. Pela fé podemos ser tocados e transformados por este amor, que se torna sempre presente quando nos unimos em torno do altar.
São João começa a narrativa evidenciando o amor de Jesus pelos Seus que estavam no mundo. “Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. ” (João 13,1)
Quando a Igreja celebra o Sacrifício Eucarístico a libertação acontece, revelamos Jesus Cristo, o Cordeiro Pascal. Somente a fé nos possibilita experimentar o amor de Deus revelado no drama de Sua Morte de cruz. O memorial do Cordeiro nos ensina a autenticidade de uma vida verdadeiramente Eucarística.O Apóstolo São Paulo destaca a relação estreita entre a Última Ceia e o sacrifício da cruz: “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, Àquele que era capaz de salvá-Lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus.”
O servo de Deus João Paulo II, em seu documento, sobre a Eucaristia afirma: “Na Eucaristia o nosso Deus manifestou a forma extrema do amor que rege as relações humanas, e de forma radical o critério do serviço”. Não por acaso, mas encontramos na narrativa do lava-pés, Jesus se inclinando para lavar os pés dos discípulos, o que explica de uma maneira inequívoca o sentido da Eucaristia.”
Não é à toa que nosso Papa emérito Bento XVI chama a Eucaristia de “o sacramento do amor, o sacramento da caridade”. Ao instituir este sacramento, o Senhor também instituiu o sacerdócio ministerial. Cada sacerdote é configurado a Cristo, Cabeça da Igreja e Pastor do rebanho. E o que deve guiar nossa vida de sacerdote é nossa oferta pelas almas, entrega esta que o próprio Cristo fez na cruz e o faz na Eucaristia.
Na homilia de hoje o Papa Francisco dirigiu suas Palavras aos sacerdotes, porém, não são apenas os sacerdotes, mas todos os fiéis devem acolher a palavra do Santo Padre, pois pelo batismo todos nós participamos do sacerdócio de Cristo.
“A alegria dos sacerdotes tem a sua fonte no amor do Pai, e do Senhor no qual a alegria desse amor está em nós por completo. Em nossa alegria sacerdotal, encontramos três características importantes: a alegria que nos unge, uma alegria incorruptível e uma alegria missionária que irradia para todos e para todas as ações.”
Não podemos ser sacerdotes por um tempo, mas devemos ser sacerdotes plenos. Devemos viver a alegria incorruptível. Nada e nem ninguém deve cancelar essa função em nós, mesmo em momentos de dor devemos continuar levando a Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Precisamos ser missionários, e que o Corpo e Sangue de Cristo nos tornem sempre disponíveis para lavar os pés dos irmãos! Que cada sacerdote possa fazer de sua vida uma Eucaristia. Mesmo quando encontrarmos dificuldades precisamos levar o amor que Jesus conquistou por nós em Sua cruz.
Como nos aconselhou o Santo Padre: vivamos uma alegria que nos unge, uma alegria incorruptível, uma alegria missionária!