“Fiz-me tudo para todos” ( I COR 9,22 ) Às vezes, quando vemos alguém necessitado de algo – lhe damos esmolas, ou outras vezes, quando gostamos de alguém – lhe damos presentes, mas quando, de fato, amamos alguém, somos capazes de lhes desejar dar não só coisas, mas até a própria vida, assim como Cristo fez e disse: “Ninguém tem maior amor que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13), ou seja, dar tudo, dar-se por inteiro. Por isso o meu lema diaconal é este: “Fiz-me tudo para todos”. Pois Cristo, o meu Senhor, assim o fez.
Há pouco, quando respondia ao Arcebispo sobre os meus propósitos como diácono, uma das perguntas era: “Queres imitar sempre, na vossa vida, o exemplo de Cristo?” A resposta parece simples, apenas cinco letras (Q-U-E-R-O), cinco chagas de Cristo na Cruz, pois o Senhor não nos amou pela metade, mas nos amou “até o fim”. É com a graça deste amor que este “QUERO” significa doar toda a vida a Deus e aos irmãos.
Mas como é costume nesta hora fazer agradecimentos, contudo, a todos aqueles que me ajudaram direta e indiretamente, não desejo fazer-lhes perder uma recompensa bem maior que a de simplesmente fazer-lhes ouvir o seu nome neste momento, prefiro não lhes roubar a recompensa que Nosso Senhor lhes promete em Mateus 6,4, o que, sem dúvida, é muito mais valiosa. Além do mais, ainda que tentasse nomeá-las, sei que minha memória seria falha, como um juiz iníquo e o tempo malvado e carrasco a me condenar. Mesmo assim, sei que preciso me reportar a três pessoas, as quais usarei como representantes das demais.
Primeiramente, minha mãe, pois lhe falando, falo a todos da minha família e aos amigos próximos da nossa casa e todos da nossa cidade: Escada (PE). “Mainha”, como o salmista, no salmo 138,17, diz: “Ó Deus, como são insondáveis para mim vossos desígnios”. Realmente, eu não entendo mesmo, depois de tudo o que já li e estudei, percebo que sei cada vez menos e que sou simplesmente fruto da misericórdia. “Mainha”, olhe tudo o que vivemos e como a senhora conheceu o meu pai… Humanamente, seria impossível estar aqui; obrigado por não ter desistido da vida, obrigado pela família que me deu, aos que estão aqui e aos que estão em casa. Foi a senhora que me levou ao primeiro Retiro de Carnaval e que todas as noites me dava um beijo e dizia: “Eu te amo! Dorme com Deus”. Obrigado, por todas as vezes que a senhora foi mãe e pai e a todos da minha família. Obrigado por tudo!
Ao Dom Alberto, pois lhe falando quero agradecer a todos que são Igreja e que foram instrumentos de Deus na minha vida, obrigado pela sua presença, pelo amor e a confiança, não simplesmente em mim, mas n’Aquele que em nós realiza maravilhas. Eu aprendi muito da diaconia que começo a exercer hoje com o senhor.
Ao Monsenhor Jonas, que lhe falando, quero agradecer a todos os irmãos da minha Comunidade Canção Nova, assim como a todos os sócios e ao povo que vem, que veio e que virá à Canção Nova, e porque sou enviado de forma mais específica e preciso estar mais próximo, prefiro seguir o conselho do discípulo amado em I Jo, 3,18: ‘Não amemos com palavras, mas por atos e em verdade’. Eis aí o meu presente, a minha vida doada. Senhor, obrigado: ‘Faz-me tudo para todos’.’’
Diácono Sóstenes Vieira
Comunidade Canção Nova