Por padre Anderson Marçal
Temos uma testemunha disso no relato de Lucas: “Os pagãos se alegravam e glorificavam a Palavra de Deus […]. Os discípulos eram plenos de alegria e do Espírito Santo” (At 13, 48.50). São Paulo, ao escrever aos romanos, observa: “O reino de Deus consiste na alegria do Espírito Santo” (Rm 14,17).
Um reino que não rejeita nada de tudo que o homem necessita para viver sobre esta terra, porque é um reino espiritual em um espaço material, a terra, cujos confins só o Espírito tem o poder de dilatar. O reino de Deus é o lugar (espaço-tempo) no qual a alegria do Senhor não pode faltar. A alegria, no reino de Deus, é como o sol para a Terra.
Sem a alegria de Cristo, a qual provém da luz da ressurreição, não seria reino de Deus, mas reino dos homens. Sem a alegria a fé é como o gelo que cai sobre a terra: resfria e paralisa no coração cada expressão do amor de Deus. A alegria pertence a Cristo, porque só Ele tem o poder de salvar o homem.
Muitos afirmam: “Se o homem é destinado a morrer, tanto vale viver para ídolos, temerariamente, consumando a vida depressa e gozando de cada bem”. Esse pensamento é falso e diabólico! O homem é destinado a viver, não a morrer, e esta terra não é uma prisão ou um inferno do qual se deve fugir.
Certa psicologia e sociologia imperantes querem decretar o esquecimento de Cristo como um trágico assunto: se se elimina Cristo da história, o homem poderá finalmente fazer os contos só consigo mesmo, só com a sua capacidade de se dar a alegria e de procurá-la sem limites ou demoras de qualidade. Esse pensamento também é falso e diabólico! Não é dado ao homem autossalvar-se, nem querer substituir a Deus em uma qualidade de egolatria (idolatria de si mesmo).
.: Kairós Bem da Hora