A Palavra meditada, hoje, está no Salmo 81,12-17: “Mas meu povo não ouviu minha voz, Israel não me obedeceu. Por isso abandonei-o à dureza do seu coração, deixando que seguisse sua própria cabeça. Se o meu povo me ouvisse, se Israel andasse por meus caminhos, logo eu venceria seus inimigos e contra os seus adversários levantaria a mão. Os inimigos do Senhor o adulariam e a sorte deles estaria lançada para sempre; eu o alimentaria com flor de trigo, e o saciaria com mel do rochedo”.
Essa Palavra nos fala sobre escutar a Palavra de Deus e a colocá-la em prática. Ela é também uma reclamação.
Lembro-me do meu encontro pessoal com Deus. Aconteceu quando fui convidado a participar de um grupo de oração. Minha família sempre foi de oração, tínhamos o costume de ir à Missa, de fazer catequese, Primeira Eucaristia etc. Eu não sabia o que era a Renovação Carismática Católica; então, frequentando este grupo de oração, sentia como se as pessoas se comunicassem com Deus, como se Ele estivesse presente junto delas. Ficava encabulado, porque não sabia rezar sozinho. Pediram-me para colocar a mão sobre o meu parceiro do lado e que rezasse por essa pessoa; e eu rezei da minha maneira. Em seguida, pediram que rezássemos em línguas.
A impressão que eu tinha era de que as páginas da Bíblia estavam vivas. Essa expressão: “O Senhor me falou” era usada pelas pessoas do grupo. Eu queria entender o que era esse “negócio” de Deus falar com as pessoas. Muitas coisas são verdadeiras, mas muitos de nós colocam enfeites e são nesses enfeites que se perdem. Comecei a rezar para Deus, pedindo respostas; eu rezava, pois queria que Ele falasse comigo.
Um dia, eu precisava de uma resposta muito séria para a minha vida. Eu estava na capela, ajoelhei-me e disse: “Eu só saio daqui quando o Senhor me der a resposta”. Não estava mais aguentando ficar de joelhos; levantei-me e disse: “Senhor, vou tomar a seguinte decisão”. Quando abri a porta da capela, uma pessoa apareceu e me disse: “Márcio, eu estava rezando ali e Deus disse ao meu coração o que você precisa”.
Essa pessoa disse exatamente o que eu queria ouvir. Eu fiquei revoltado, pois Deus havia mandado a minha resposta em forma de um recado. Ele escolheu falar comigo por meio de outros.
Às vezes, a partilha é a mais ingênua, mas ali está a resposta de Deus! Ele pode lhe dar uma resposta na Missa, na liturgia. Quantas vezes preparei o programa ‘Sorrindo pra Vida’ não para mim, mas para as pessoas, e Ele falava comigo.
Deus sempre fala conosco, mas nem sempre é aquilo que queremos ouvir. Quem escolhe a maneira como falará conosco é Ele, o importante não é o “como”, mas que Ele se comunique conosco. Aprendi que quando Deus nos fala uma coisa devemos atendê-la.
Muitas vezes, podemos pensar e falar: “Senhor, eu vou parar de rezar, pois, eu rezo, rezo e o Senhor não me ouve!”.
“Mas meu povo não ouviu minha voz” (Salmo 81,12). Deus reclama da falta de obediência do Seu povo; o Pai fala conosco, mas escolhemos aquilo que queremos escutar. O amor que não temos por Deus não faz mal a Ele, mas sim a nós mesmos!
Qual o problema de não amarmos Deus? Nós o estamos ouvindo, mas não estamos colocando Suas Palavras em prática!
Quando o marido e a mulher se amam, dispensam palavras, basta um olhar. Mas como sabem se não dizem nada? Porque se amam! Com o olhar nos entendemos com Deus; Ele sabe do que precisamos pelo olhar.
Por que o seu inimigo não o magoa, mas seu pai, sua mãe, seu esposo, sua esposa o ferem? Porque você “dá ouvidos” aos que você ama!
Longe de Deus nos perdemos, porque existem caminhos que Ele não pode fazer conosco, mas Ele está à disposição para a nossa salvação.
A falta de amor endurece o coração, inclusive, para as manifestações de amor das pessoas por nós. Quem ama abre o seu coração para Deus. Pessoas boas e inteligentes se perderam, pois deixaram de ouvir o Pai. Quando não estamos obedecendo a Deus, estamos obedecendo às obras do maligno.
A palavra de Deus é mestra em nos tirar de nós mesmos e fazer com que entendamos que a nossa vida é uma bênção. A sua vida é um dom, uma bênção para aqueles que o rodeiam?
Transcrição e adaptação: Karina Aparecida