Gente do bem, juntos pela vida

Meu nome é Dóris Hipólito e sou professora. No ano de 1991, fui convidada pelo meu diretor a fazer alguma coisa pelas minhas alunas que estavam recorrendo ao aborto e ficando com sérias sequelas. Naquela época, fui a uma reunião na Arquidiocese do Rio de Janeiro com o fundador do movimento pró-vida no Brasil. Ele me preparou para essa missão e pediu que eu começasse a dar palestra na escola em que trabalhava.

Um dia, no entanto, de modo muito específico, escutei Nossa Senhora dizendo em meu coração: “Vá rezar o terço, na praça, contra o aborto”. No mesmo ano, começamos as orações na praça contra a legalização do aborto. Assim teve início toda uma trajetória de vida com Maria nos guiando. Já são mais de 34 anos de trabalho e mais de três mil vidas salvas para a graça de Deus!

Posteriormente, comecei fazer aconselhamentos em Nova Iguaçu (RJ), quando o Senhor colocou em meu coração: “Alugue uma casa aqui e acolha as gestantes”. Coloquei esse desejo no coração de Nossa Senhora e aluguei uma casa naquela região. Para minha surpresa e de todos, nesta localidade funcionam quatro casas que fazem abortos, verdadeiros sacrifícios humanos; e é nesta localidade que o Senhor está fazendo uma grande obra.

Comunidade Jesus Menino prega no Encontro Gente do Bem (Juntos pela vida) na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Comunidade Jesus Menino prega no ‘Encontro Gente do Bem’ (Juntos pela vida), na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

 Dóris: O aborto é uma máfia, nós estamos denunciando coisas sérias demais, porque temos de ser profetas, e o Senhor nos cobra isso, Ele nos inquieta. Queridos, quero dizer que tocamos na Providência Divina em muitos milagres. Jesus conta conosco para vencer essa guerra silenciosa no ventre materno. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Antônio: Ao ouvir Dóris falar, temos a alegria de dizer que, há seis anos, criamos a ‘Casa de Ana Beretta Molla’, um lugar exclusivo para adotar bebês especiais. Lá, cuidamos das mães, mas os bebês especiais não são adotados.

Em uma das palestras que fiz na Canção Nova, eu falei: “Mulheres, não abortem! Se seus filhos vierem com deficiência e vocês não os quiserem, há aqui um braço de pai que os acolhe! Temos um lugar para ficar com seus filhos”. Dizem que essas crianças são restos na nossa sociedade, mas elas não o são. Trouxe comigo dois meninos que já entregaram a carta da vida ao Papa; e eles foram até a presidente do nosso país e, com amor, disseram-lhe: “Você tem de nos ajudar a defender a vida! Você não pode fazer isso [legalizar o aborto]!”.

Jesus quer que você se erga

“O aborto é a pior dor da humanidade, é sua pior guerra”, dizia o Papa para mim. Por isso nós católicos temos de amar as pessoas que abortam; caso contrário formaremos grupos, como acontece pelo mundo. Chegou a hora de adorarmos!

Peregrinos participam do Encontro Gente do Bem (Juntos pela vida), na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Peregrinos participam do ‘Encontro Gente do Bem’ (Juntos pela vida), na Canção Nova. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Zezé: Eu tinha 19 anos quando fui violentada. Amparada pela lei, abortei (muitas mulheres hoje usam essa lei como argumento e recorrem ao aborto, mas abortar é crime). Eu não tinha noção do que estava fazendo, pois estava afastada de Deus. Eu só fui compreender que verdadeiramente havia abortado uma criança quando participei de uma reunião na diocese do Rio.

Eu não tinha, como muitas mulheres não têm, discernimento do que é abortar. Por isso, hoje, precisamos dizer a elas essa verdade.

Prostrada diante de Jesus, reconheci minha culpa. A partir desse reconhecimento, coloquei-me nesse abismo de misericórdia e me senti lavada por Deus. Ele é muito bom, porque tem me reconstruído e dado-me a graça de perdoar quem me violentou. O processo é moroso, não é fácil apresentar-me e dizer “eu abortei”, mas preciso reconhecer minha culpa para que Deus possa agir em minha vida. É isso que precisamos apresentar para o mundo.

Jesus não quer saber do seu passado, porque Ele já sofreu todas as dores na cruz. O que Ele quer agora é que você se erga, estenda suas mãos e diga: “Jesus, sozinho eu não posso, mas Contigo eu tudo posso”. É isso que precisamos professar para esse país inteiro: a misericórdia e a graça divina. Você mulher, que me escuta agora, saiba que não há mal que possa superar o amor e a misericórdia de Deus.

Não cale a voz da sua consciência

Nessa desconstrução que acontece no Brasil, o que é que estou fazendo para defender a minha família? Qual a linguagem eu estou utilizando pela minha família? Ninguém percebe, mas o perigo está do nosso lado. Não importa se você é padeiro ou médico, importa que alguém do seu lado está clamando pela vida e você é portador dessa vida. Você é batizado, é crismado, você é um valente guerreiro, então, junte-se a nós.

O “Juntos pela vida” nasceu exatamente para isso, para que possamos unir a diversidade de dons e os testemunhos que nós temos na Igreja, para que possamos gritar pelo mundo inteiro que vale a pena ser de Deus, vale a pena lutar pela vida.”

Dóris: Para caminharmos na defesa da vida é preciso pés dispostos. Temos de saber que nunca iremos sozinhos, porque os anjos do Senhor caminham conosco. Importante dizer, a cada dia, que nós precisamos pedir o Espírito Santo. E o mais importante: o alicerce do nosso trabalho é a adoração ao Santíssimo Sacramento. Sem a oração não venceremos essa guerra, mas com Jesus somos mais que vencedores.”

Tiba: Não cale a sua consciência diante da verdade, não cale a sua voz, porque ela é a única voz que aquela criança do ventre materno tem para se defender. Ela não pode se proteger! Ela tem as nossas mãos, a nossa inteligência! Seja a extensão desse inocente, que é outro Cristo! É isso que nós “Juntos pela vida” vamos nos erguer para cantar. Somos voz da vida, somos voz para aqueles que ainda não têm voz.

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