“Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para o tornar participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família, que é a Igreja. Para tal, enviou o seu Filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. n’Ele e por Ele, chama os homens a tornarem-se, no Espírito Santo, seus filhos adotivos e, portanto, herdeiros da sua vida bem-aventurada” (CIC §1).
Natalgil: O Catecismo está nos revelando que o homem foi criado para participar de uma vida de comunhão com Deus, mas, por causa da desobediência de Adão e Eva no Paraíso, experimentamos o pecado. Quando pecamos gravemente, afastamo-nos da presença do Senhor.
Deus é amor e misericórdia, Ele não se deixa vencer. O Catecismo diz que Deus é infinitamente bom. Ele chama o homem e o ajuda a amá-Lo com todas as forças. Deus continua a nos chamar, Ele nos ajuda a procurá-Lo, a reconhecê-Lo e amá-Lo com toda a força.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3,16).
O amor de Deus é tão grande, que, mesmo quando não Lhe obedecemos, Ele continua a nos chamar, porque Ele nos ama.
São Paulo, na Carta aos Romanos, disse que Deus nos amou de tão maneira, que morreu por nós. Ele nos amou quando ainda éramos infiéis. Infelizmente, não damos ouvido à voz de Deus, mas damos ouvido ao mundo.
Quanto mais fazemos a experiência com a misericórdia do Senhor, mais desejamos a conversão
Cristiane: Essa continuação do chamado do Senhor é o convite para uma vida nova. “Enquanto é tempo”, é o tema central da Festa da Misericórdia, é um tempo favorável para que possamos nos converter. A misericórdia é um caminho de conversão.
É tempo de graça e misericórdia, mas preciso dizer que a misericórdia não nos deixa acomodados. Observe que a primeira atitude de Adão e Eva, no Paraíso, após pecarem, foi se esconderem do Senhor. O pecado, além de nos afastar do Senhor, ele faz com que nos escondamos e tenhamos medo. Deus nos ensina a não ter medo de recorrer a Sua misericórdia.
Não é para termos medo, mas, convenhamos, que estamos numa geração que está perdendo o santo temor ao Senhor Deus! O Senhor está nos chamando, e a Festa da Misericórdia nos aponta uma urgência, mas também uma grande alegria no coração.
Natalgil: Deus começou chamando Adão e Eva, e podemos imaginar Ele chamando o nosso nome.
Assim como Jesus chamou Adão e Eva, Samuel, Saulo e tantos outros, Ele também nos chama para a conversão. Deus está gritando, mas é um grito de amor, é o grito de um Pai apaixonado.
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Cristiane: No diário de Santa Faustina, nº186, está escrito: “Disse-me, hoje, Jesus: Desejo que conheças mais a fundo o Meu amor, de que está se inflamando o Meu Coração pelas almas, e compreenderás isso quando refletires sobre a Minha Paixão. Invoca a Minha Misericórdia para com os pecadores, pois desejo a salvação deles”.
Esse é o desejo do coração de Jesus a cada um de nós. A misericórdia de Jesus é para que sejamos salvos. Na Páscoa, experimentamos a salvação de Jesus, para que entrássemos na comunhão com Deus. Portanto, se, na Páscoa, celebramos a Ressurreição de Jesus, na Festa da Misericórdia celebramos o pecador, que foi salvo e redimido por Deus.
Jesus continua a nos atrair, a nos chamar e a fazer essa experiência de misericórdia conosco. Não tenhamos medo de recorrer à fonte de misericórdia do Senhor, pois ela é para todos os pecadores. Quanto mais fazemos a experiência com a misericórdia, mais desejamos a conversão.
Natalgil: O principal passo para a conversão é ouvir a voz de Deus. A inspiração d’Ele a falar com o povo é: “Ouve, ó Israel”. É simples, quem não sabe ouvir não sabe obedecer. Precisamos ouvir, porque Deus nos chama.
Transcrição e adaptação: Karina Silva.