Não entre em pânico!
Cardiologista, Dr Roque Savioli pregou sobre o tema: ‘Não entre em pânico!’
Umas das situações mais comuns no nosso dia a dia é a ansiedade. Nas grandes cidades, o trânsito, o dia a dia em si já faz com que a gente viva nesta ansiedade. Há também as preocupações na família, e tudo isso nos causa uma ansiedade maior.
O medo é normal a gente ter, é uma situação de autopreservação; é por causa do medo, por exemplo, que deixo de ser multado numa rodovia, pois corro menos, ou por causa dele eu evito um acidente de cair de local de grande altura. Eu evito causar problemas maiores por causa do medo.
O corpo quando está em situação de luta-fuga, de uma briga, por exemplo, precisa de mais oxigênio, e isso é normal, pois a respiração aumenta. Sentimos várias outras sensações que não podemos interpretar como sendo problemas de saúde, pois são normais em nosso organismo. No entanto, há pessoas que, tendo a doença do pânico, acabam ficando assustadas com esses sintomas.
O que aconteceu com Jesus no Jardim do Getsêmani? Ele voltou três vezes ao encontro dos Seus discípulos, e nas três vezes Ele os encontrou dormindo. Em Marcos 14,34, Ele diz: “A minha alma está numa tristeza mortal…”. Naquele momento, Jesus percebeu que o sofrimento pelo qual Ele ia passar, como a morte, toda a agonia, toda a decepção que Ele ia ter pela negação de Pedro e todos os amigos que iam abandoná-Lo, aí Ele começou a ter a sensação de medo, de pavor. Cristo passou por uma ‘hematidrose’, ou seja, Ele suou sangue, isso é um fenômeno raro na medicina, acontece quando existe um estado de extrema ansiedade.
Nós passamos por situações na vida de doença, de medo dos sofrimentos, as quais não adianta: somos obrigados a passar por elas, pois faz parte da humanidade e não podemos ficar questionando por que uma pessoa tem determinada doença como um câncer. Não temos que questionar nada disso, na verdade, temos que entender os “para quês”, isto é, os motivos daquilo. Temos que aproveitar aquele momento para crescer e pedir que Deus mande o anjo consolador para que possamos passar por estes momentos.
A gente pensa em todo o sofrimento físico de Jesus, porém não pensamos no sofrimento mental pelo qual Ele passou, todo estresse, toda a agonia que Ele passou a partir do Getsêmani já o deixava num estado deplorável, pois Ele já estava muito debilitado.
Eu digo a vocês que, no meu dia a dia de médico, vejo quantas pessoas sabem aproveitar o momento da doença e quantas deixam de aproveitá-lo para crescer. Quantas pessoas têm um infarto e o entendem como um sinal pedagógico de Deus; mudam a vida, valorizam mais a família, procuram o lado da espiritualidade, deixam de ser pessoas que vivem somente para a profissão, para sua carreira, para o seu dinheiro e começam a viver a preocupação deles com Deus e com a família. Aí sim, eles aproveitam aquele momento.
Esta é a vantagem de se entender o sofrimento, entender a pedagogia do sofrimento e o para quê Deus permitiu que você passasse por aquilo. Padre Léo, por exemplo, soube viver muito bem isso, como ele dizia em sua última palestra aqui na Canção Nova: “A pessoa pode perder tudo, porém não pode perder a fé”.
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