O Filho do Carpinteiro

Mons. Jons Abib

Salmo 89: Ó Senhor, fazei dar frutos o labor de nossas mãos!
No latim labor quer dizer trabalho.

Irmão nisso está a teologia do trabalho, o trabalho não é uma maldição, é uma benção, é assim que ele precisa ser tomado.E justamente hoje que celebramos a festa de São José Operário, o filho do carpinteiro.

O Senhor, hoje, quer abençoar as nossas mãos porque são elas que realizam o trabalho.

Você viu a  beleza da 1ª leitura: Deus colocou tudo submisso ao homem. O homem foi feito justamente para governar o mundo e tirar todos os frutos que o mundo pode dar, mas você sabe que houve o pecado original e causou um desequilíbrio na humanidade.

O nosso trabalho não existe só para ganhar dinheiro, mas para que nós tenhamos a honra de recompor o mundo, que foi objeto de imensa confusão da causa do pecado.

E é por isso justamente que a 2ª leitura  diz: Nós não estamos trabalhando para homens, portanto não tem sentido ficar atiçando a relação entre patrões e operários, embora saibamos que existem tantos patrões como empregados injustos, ladrões, preguiçosos.

Não há sentido colocar em guerra os patrões, empresários e trabalhadores, empregados. Há coisas que devem ser vencidas pela paz. Muitas vezes vamos precisar nos confrontar porque as coisas não estão certas, há injustiça, mas não fomos feitos para nos guerrear uns aos outros, mas devemos sim cultivar com a paz.

O Filho do carpinteiro veio nos ensinar, ensinar para empresários e empregados acima de tudo:  ‘amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vinculo da perfeição’.

Tudo o que você fizer seja feito em nome de Jesus Cristo, seja numa fábrica, numa firma, numa empresa mesmo que as coisas sejam duras ou até mesmo se houverem injustiças, mas faça as coisas por causa de Jesus, e não para os homens, se não você vai sofrer e o trabalho se tornará um peso.

Como diz a palavra: ‘tudo que fizerdes faze-o de coração, como para o Senhor, não para os homens’. Eu sei que isso é um aprendizado duro, mas nós, cristãos, precisamos aprender isso.

Está narrado no Evangelho: a pergunta que eles fizeram: ‘…de onde lhe vem esta sabedoria e esses milagres? Não é ele o Filho do carpinteiro e de Maria?’ E diz a palavra: ‘… e ficaram escandalizados por causa de Jesus, porque eles olharam com olhos humanos’. Esse Evangelho termina tristemente: ‘…Jesus  não pôde fazer ali muitos milagres porque eles não tinham fé’.

Os milagres de Deus vêm do poder de Deus.

Nós precisamos ser homens e mulheres de fé, se não tudo aquilo que Deus tem de miraculoso não acontecerá, e dessa forma seremos pessoas tristes, amarguradas, pessoas que vão pelo ódio, de ‘cabeça dura’.


Precisamos de homens e mulheres de fé, seja lá qual  for o trabalho que tenhas, porque o  serviço  que você presta é para Deus, e as pessoas te pagam para  isso: você presta serviço para  Deus para recompor o mundo pelo labor das suas mãos.

É por isso que é uma tristeza a situação do desemprego: homens e mulheres buscam por empregos, e trabalham no emprego que acham, ainda que tenham formação acadêmica, mas pela falta de emprego, trabalham em qualquer outro lugar para não ficarem sem trabalho.

Essa situação de desemprego não é da vontade de Deus. Para resolvermos essa situação é preciso se alinhar a Deus, sendo homens e mulheres de fé, mesmo que você não seja  católico ou cristão, mas que confia em Deus, e quantas pessoas que não são católicas mas tem grande fé em Deus.

Não podemos continuar no pecado, nessa bagunça que está a humanidade, nesta imoralidade que existe, onde tudo é válido, onde tudo se pode fazer,  e onde até cristão age assim. Qual é a solução? É tomarmos a vontade e os mandamentos de Deus.

Nós queremos sinceramente viver segundo a vontade de Deus, e deixar toda essa corrupção, que parece ser mais fácil do que ser justo, mas a corrupção não leva a nada.

Não tem corrupção que não acabe por ser descoberta. O pecado não resolve, o que resolve é sermos homens e mulheres de Deus, que confiam em Deus.

Transcrição: Tatiane Bastos

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