A liturgia nos convida a uma virtude espetacular, a virtude da humildade. Ser humilde é saber se colocar no devido lugar.
Ao meditar, hoje, eu me perguntava que lugar eu estou ocupando na vida? Qual é o lugar que nós estamos ocupando na vida? O que Deus reservou para mim desde a minha concepção? Como diz o profeta Isaias, Deus já sonhou conosco, já pensou em nós.
Jesus chama a atenção porque muitos querem ficar neste primeiro lugar. Mas Jesus ensina que não é para ocupar qualquer lugar de qualquer jeito, mas cada um deve estar no seu devido espaço.
Nós percebemos que muitas vezes nós nos perdemos ao longo da estrada da vida. Começamos a agregar em nós, acumular no nosso coração valores que não são nossos, um jeito que não é nosso. E começamos a querer viver de outra maneira que não é aquela que Deus sonhou para mim e para você. E quantas pessoas estão perdidas no lugar errado: na droga, na prostituição, nas mágoas, esquecendo quem elas são.
Quando eu me pergunto qual é o lugar que eu devo ocupar na vida, isso é um ato de profunda humildade, segundo o coração de Deus. Porque eu sou como o filho pródigo, eu caio em mim e reconheço onde eu estou e qual é o meu devido lugar.
O nosso lugar é assumir o espaço que Deus reservou para nós. É voltarmos às nossas origens e dizer que desde o início da vida que fui marcado por essa competição. Deus me colocou no primeiro lugar para ser vencedor.
Aqui está o grande segredo que o vencedor trás consigo: ele não é vencedor porque nunca perdeu na vida, mas justamente pelo contrário, porque sabe reconhecer as suas quedas, e investe naquele que chama a vencer.
Somos "Terra de Santa Cruz", propriedade, fonte e espaço que Deus reservou desde toda eternidade para trazermos a marca do Ressuscitado.
Eu só posso ser pessoa em Deus, eu só posso existir em Deus, quando reconheço que vim de Deus, as minhas origens e que é preciso voltar para Ele.
Muitas pessoas ficam se iludindo, dando desculpas para Deus, querendo ficar na superficialidade. Não posso mais ter medo de dizer que meu coração é "Terra de Santa Cruz". Quando assumo essa realidade de que sou propriedade de Santa Cruz, então eu consigo romper com tudo aquilo que o mundo oferece como padrão de vida, padrão de beleza.
Muitas pessoas já não se vêem como imagem e semelhança de Deus, mas querem ser como as personagens que são mostradas em apelos na TV. Apelos de como viver bem com os outros, de que se eu não tiver a amizade de tais pessoas, então estou fora do grupo.
Muitas vezes, nos esquecemos quem somos, querendo o primeiro lugar, querendo ocupar os espaços de outras pessoas, e deixando que outros ocupem o nosso espaço.
Quantas e quantas vezes carregamos coisas que deveríamos deixar lá atrás, e quantas vezes estamos carregando a cruz que não é de Nosso Senhor, presos a fatos, mágoas e com grandes fardos que carregamos em nossas costas.
Ser humilde é completamente diferente de viver nas lamentações que não produzem frutos. Quantos casais que encontramos que não têm humildade de romper com as diferenças, quantos religiosos machucados, feridos por não terem coragem de dizer ao Senhor: "Senhor eu preciso recomeçar, eu não posso mais levar o peso da minha existência".
Em Romanos 5,5 São Paulo nos diz: "A esperança não engana". É preciso romper com aquilo que nos impede de sermos a imagem e semelhança de Deus.
Viver uma felicidade plena é romper com tudo aquilo que nos sufoca, nos prende. Muitas vezes caímos na tentação de olhar o mundo com as nossas limitações, com os nossos erros, fixando os nossos olhos naquilo que fizeram conosco no passado.
Quando Deus me chama, é preciso enxergar com os olhos daquele que me criou. É querer sermos nós mesmos e nada mais: assim seremos felizes. E para reassumirmos essa realidade é preciso pedir o Espírito Santo de Deus.
"Senhor Jesus, eu quero assumir o meu espaço na minha vida".
Transcrição: Célia Grego
Fotos: Maurício Rebouças
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