Na Segunda Leitura, São Paulo confirma a obra deste Conselheiro Admirável, deste Deus forte, deste Príncipe da Paz. Ele diz: “Meus irmãos, a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação para todos os homens”.
A salvação foi dada para todos os homens. São Paulo afirma que esse nosso grande Deus e Salvador é Jesus Cristo. É n’Ele que encontramos a feliz esperança, manifestação da Glória de Deus; em Jesus, no filho de Maria, nesta criança, neste menino simples que nasce na pobreza. É n’Ele que, por incrível que pareça, nós encontramos salvação para as nossas vidas. É n’Ele, em Jesus, que nós encontramos salvação para toda nossa perdição.
Meus irmãos e irmãs, celebrar o Natal é renovar nossa profissão de fé em Jesus como Salvador. No Natal, celebramos a aurora da salvação, as primícias da salvação da humanidade. Eu pergunto para vocês, quando se concretizou a salvação da humanidade? Onde? É na Cruz, no mistério pascal de Cristo, em sua morte e ressurreição. Ali, todos os homens e mulheres foram tocados por Deus com a graça da redenção, através do sangue derramado de Cristo Jesus. No entanto, as primícias, a aurora da salvação, nós encontramos ali, na simplicidade do nascimento de Jesus.
Celebrar o Natal é colocar a nossa confiança em Jesus como nosso único Salvador. Celebramos o mistério do Deus encarnado, Deus que se fez homem em Jesus, que assume a natureza humana para conduzir a humanidade a participar da Glória de Deus, à salvação.
Que é salvação? É sair da perdição do pecado para viver como filho e filha de Deus, para viver desde já a comunhão com o senhor, com Seu amor. Natal é festa do amor, porque Deus se tornou pessoa humana para nos ensinar, como pessoa humana, qual o caminho que devemos trilhar para participar de sua Glória.
Em Jesus, Deus assumiu a natureza humana, no ventre da Virgem Maria, para nos ensinar a viver como gente. O pecado faz com que a pessoa humana não viva, o pecado destrói o coração humano, destrói a graça de Deus no coração humano, não dando à pessoa aquela liberdade, aquela alegria, aquela felicidade de viver segundo valores do Reino de Deus. Por isso, a pessoa se encontra em situação de perdição, mergulhada nas trevas, depressão da tristeza. Quem pode nos salvar dessa situação? Deus feito homem.
Celebrar o Natal é abrir o coração para a graça de Deus. Como disse São paulo, acolher o Salvador e essa graça que Deus manifestou a nós no nascimento do Salvador. Essa graça nos ensina a abandonar a impiedade, as paixões mundanas, e a viver neste mundo com equilíbrio, justiça e piedade.
Ninguém pode celebrar o Natal comprometido com o pecado. Ninguém pode viver como pessoa comprometido com o mal, violência, ódio, vingança, injustiça. Ninguém pode celebrar o Natal comprometido com as trevas do pecado. Precisamos acolher a graça do Salvador. Estamos aqui, meus irmãos, celebrando a Santa Missa do Natal do Senhor, justamente porque a graça do Salvador entrou em nosso coração.
Por favor, faça valer o seu Natal renunciando ao pecado, mas também assumindo em sua vida a graça de ser um filho de Deus, de ter um Salvador cujo nome é Jesus Cristo. Jesus nos ensina o caminho para a Glória de Deus, assumindo a nossa humanidade, para nos ensinar como viver como gente.
Fixemos os nossos olhos, nosso coração, durante esse Tempo do Natal, no menino Deus. Hoje, nasceu para nós o Salvador, um menino nos foi dado. Deus nos concedeu Seu filho amado, que assumiu nossa humanidade para nos conduzir à Sua Glória. Sejamos seguidores de Jesus!
Aprendamos com ele a viver na piedade, a colocar a nossa confiança de salvação unicamente no Senhor. É interessante perceber que o evento da redenção da humanidade começa a acontecer em um momento preciso da história. César Augusto, imperador de Roma na época, e Quirino, governador da Síria. Com isso, São Lucas diz que Deus, o Eterno, Conselheiro Admirável, Príncipe da Paz, por imenso amor pela humanidade, entra na história, entra no tempo para fazer do nosso tempo o lugar da sua morada, lugar da eternidade.
Se você quer ter vida de eternidade, é preciso colocar sua confiança e cultivar comunhão com Jesus. César augusto e Quirino não receberam o anúncio do salvador. Foram pastores que estavam perto da gruta de Belém. Pastores humildes, simples, pobres, que pela fé acolheram o anúncio dos anjos. O menino profetizado por Isaías não foi encontrado nos palácios, mas envolvido em faixas e deitado numa manjedoura.
Meus irmãos, celebrar com a vida o Natal do Senhor é renovar nossa profissão de fé em Jesus como Salvador. Isso significa não esperar a salvação dos poderes do mundo, nas condições econômicas deste mundo. Desculpe-me falar assim, mas nosso Deus entra na História, deixa a Sua Glória, sua divindade, entra no nosso tempo, na pobreza de um menino. Quem poderia dizer que, através de uma pobre mulher de Nazaré, acompanhada de um homem simples, um carpinteiro, São José, nasceria o Salvador?
Quantas pessoas esperam felicidade, colocam confiança da realização de sua vida nos poderes deste mundo, na esfera política, econômica, status social. Deus escreve a história da salvação na simplicidade, na pobreza do menino na manjedoura.
O menino cresce, amadurece, se torna homem e manifesta o esplendor e a realeza de Deus quando morre na cruz. Não espere sua salvação nos poderes deste mundo, mesmo sabendo que eles sejam necessários. Nossa confiança deve estar no Senhor, porque hoje nasceu para nós um Salvador, que tem um nome: o nome dele é Jesus Cristo, o Senhor.
Transcrição: Leonardo Meira