Eu peço que você, neste momento, olhe para a cruz de Jesus. Vou ler para você esta oração que Deus me inspirou a fazer quando compus a canção “A força do amor” (que está em meu novo CD):
“Que seja tudo, Senhor Jesus, tudo por amor / Pela força do amor, que emana do teu coração, Jesus / Do teu coração transpassado na cruz do teu coração chagado / Por causa dos meus crimes, dos meus pecado / Em cumprimento de tudo aquilo que foi anunciado por meio da Palavra / Por meio das tuas palavras, Jesus, pela força da tua Palavra / Pela força da tua cruz, a força do amor!”
O Senhor quer que vivamos não somente a pedagogia da cruz, mas também a espiritualidade da cruz. No tempo de Jesus, somente os que eram os mais perversos, os mais odiados, é que acabavam sendo pregados na cruz.
Aqueles que na cruz eram pregados sofriam zombarias por parte dos outros. As pessoas insultavam os crucificados. A cruz era um sinal de maldição. Mas, com Jesus, a cruz tornou-se um sinal de bênção! Em Jesus, nós vamos aprendendo que a força do amor é capaz de transformar todas as coisas.
A Palavra de Deus afirma em Apocalipse 5, 1-14:
“Vi, depois, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro, um rolo escrito por dentro e por fora, lacrado com sete selos. Vi então um anjo forte, que proclamava em alta voz: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir ou de olhar o livro. Eu chorava muito, porque ninguém fora considerado digno de abrir ou de olhar o livro. Um dos anciãos me disse: “Não chores! Vê, o leão da tribo de Judá, o rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”. Então, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé, como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. Então o Cordeiro veio receber o livro, da mão direita daquele que está sentado no trono. Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E entoaram um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra”. Eu vi — eu ouvi a voz de numerosos anjos, que rodeavam o trono, os Seres vivos e os Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, e proclamavam em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor”. E todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que aí se encontra, eu as ouvi dizer: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre”. Os quatro Seres vivos respondiam: “Amém”. E os Anciãos se prostraram e adoraram.”
Deixe hoje que a força do amor contagie você, contagie a sua vida. Quando lemos a Palavra de Deus, se não for pela força do amor, nós não damos a devida importância à ela. Veja: o livro do Apocalipse é repleto de simbolismos e de alegorias, mas nós não estamos aqui falando de "alegorias", mas sim de uma revelação. Desta revelação presente no Apocalipse e que nos foi dada através do apóstolo João. Deus, pela força do amor, nos revela aquilo que vamos viver no Céu.
O Céu descrito no livro do Apocalipse existe. Embora você ainda não o veja. O nosso desafio é permanecer fiel àquilo que Deus nos revela. Não podemos deixar de acreditar. Não podemos perder nossa fé. É importante reconhecer na própria vida aquilo que nos fortalece e aquilo que nos enfraquece.
Hoje vivemos numa sociedade que está tentando abolir os sinais religiosos e isso nos deixa temerosos porque se trata da manifestação de nossa fé. Certa vez, meu irmão de comunidade, o padre Hamilton, perguntou-me: “Ei! Cadê a sua cruz?” E eu respondi que ela estava gravada em meu coração. O padre então me respondeu: “Eu sei disso. Mas as pessoas ao seu redor sabem?” E então ele fez uma “pregação” de dez minutos que me convenceu de que precisava usar a cruz em meu peito. Logo em seguida adquiri uma cruz e a levei para o padre abençoar antes de usá-la.
É importante entender que o mundo quer anular a cruz de Jesus. Eu estou falando não somente de uma pedagogia da cruz, mas antes da espiritualidade da cruz. Precisamos viver essa espiritualidade. Se revista da força do amor de Deus presente na cruz de Cristo.
Há aqui neste lugar uma força silenciosa que vai te conduzindo a olhar para sua própria vida e, assim, você vai sendo curado e liberto pela força do amor. E olha como Deus tem paciência! Quanto tempo, quantos anos não foram necessários para que você estivesse aqui, diante da Sua presença, no dia de hoje? Mas Ele te esperou, aguardou você. E hoje você percebe como o Pai te ama ao olhar para a cruz de Jesus.
Assim como aqueles mineiros que há poucos dias foram resgatados no Chile, talvez hoje você esteja também soterrado, sob os escombros de uma vida longe de Deus. Mas saiba que hoje não será aquela cápsula usada no resgate dos mineiros, a Fênix, que vai te arrancar desse buraco, não. O que vai te arrancar do buraco onde você se encontra é a cruz de Nosso Senhor.
Podemos até ser perseguidos, sofrermos e sermos mortos. Mas a vida eterna é uma certeza para nós! Eu vejo pessoas que ficam com “dó” de Jesus na Sexta-feira da Paixão. Mas Ele não quer a nossa “pena”. Ele quer é o nosso amor! Precisamos entender que Ele aceitou a cruz por amor a cada um de nós. Por isso, para mim, carregar a cruz de Nosso Senhor no peito é um motivo de alegria.
Deixe que Deus faça com que a força do amor transforme a sua vida. E no que consiste o amor? Em que o Senhor Jesus deu a vida por nós, pecadores! E esse “dar a vida” é atualizado em cada Santa Missa que participamos.
O livro do Apocalipse traz a imagem daqueles anciãos que se prostraram diante do Cordeiro. E é isso que nós fazemos quando estamos na Santa Missa. O cristão não pode se cansar da Santa Missa, pois ela é sustento para a nossa fé. Ela é a atualização daquele único sacrifício que Cristo realizou na cruz. Hoje precisamos de uma conversão do nosso coração. Você que acha que a Igreja “exagera” em alguns aspectos, que acha demais ir à Missa diariamente, peça hoje que a força do amor quebre esse coração duro.
A sua mudança interior depende de uma decisão pessoal. Do contrário, essa será apenas “mais uma pregação” que você ouviu. Você será mais uma dentre aquelas pessoas que se "sentem bem" quando vêm à Canção Nova mas que, no entanto, não muda concretamente de vida. Lembre-se: essa mudança interior depende da sua decisão.
O que é preciso fazer, o que é preciso ajustar na sua vida, para que a cruz de Jesus esteja no centro dela? O que hoje você precisa mudar definitivamente para ser um autêntico cristão? Infelizmente, sempre damos um jeitinho, uma desculpa, para não obedecer àquilo que o Senhor nos ordena.
Nisso consiste o amor: Jesus deu Sua vida por nós. E hoje Ele quer se encontrar com você e te curar através do força do Seu amor que emana da cruz, essa força silenciosa que traz salvação para todos nós.
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira
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