Me alegro com vocês, porque o André dizia que é preciso deixar o carisma encarnar-se, é preciso deixar Deus penetrar na vida, na alma, para que suscite na vida da alma de cada, um o Cristo que vem através do carisma de cada um.
Quando eu iniciava a minha vida na comunidade Oásis, Deus me perguntava se eu queria profetizar, e Ele dava também respostas. O Espírito Santo colocava no meu coração que não basta profetizar, é preciso ser uma profecia, é preciso ser ciência de Deus, e é preciso trazer Cristo. Não basta o esforço, não basta o esforço para um prêmio – seja aqui ou na eternidade – ou saber de cor as regras de vida. Isso me levou a escrever este livro “Novas Comunidades – Primavera da Igreja”.
Justamente a formação é esta ação de Deus na vida do homem, onde ele toca o mistério. “Ele está vivo, Ele está no meio de nós, corações ao alto, porque o nosso coração está em Deus, gritando junto com a liturgia da nossa Igreja.
Esta é a formação dada a todas as comunidades para que serem estes mediadores humanos de Deus, para que o Pai possa plasmar em nós o coração do seu Filho Jesus.
A formação em nossas comunidades não tem como base conteúdos, mas a própria Palavra de Deus: “apenas uma palavra e eu serei salvo”. A palavra que acontece todos os dias. A formação é esta Palavra que plasma pessoalmente cada filho e cada filha, e faz com que toda a comunidade possa viver junto o Evangelho.
Há muitos momentos em nossas vidas onde muitas vezes não podemos fazer nada, e o Senhor me dava esta palavra no Espírito: 'Gislaine, a paz não está no resultado das coisas, ou daquilo que as pessoas me dão ou não, mas no fruto de permanecer comigo, no acolher a verdade'. E esta palavra é que me salvou, este rema que me alegrou por servir no Espírito, a levar o Evangelho.
Deus não resolve todas as coisas, mas nos salva em todas as circunstâncias, porque é preciso plasmar em nós o homem e a mulher madura, que vai vivendo a experiência de filho, a experiência da responsabilidade. O estudo dos documentos vai plasmando em nós a alegria de ouvir a vontade do Pai.
Muitas vezes queremos conhecer o nosso carisma sem mesmo conhecer a vida do Senhor.
Eu me perguntava também como fazer isso, porque são as perguntas que as pessoas fazem a nós, passam por nós e eu fiz esta pergunta a Deus.
Onde encontrar o caminho formativo para a nossa comunidade?
E o caminho de Jesus é a única via para sermos plasmados em Deus, o caminho de Deus que começa na encarnação, e vai fazendo com que esta encarnação de Cristo vai gritando em mim, na comunidade e na vida da Igreja.
Quando nós entramos na comunidade, é preciso viver esta encarnação de Cristo, é preciso descer da auto-suficiência, é preciso aceitar que somos fracos, mas enriquecidos com os dons de Deus. Aceitar que não sei tudo, aceitar que o meu nome não seja o primeiro. Quando Deus nos dá a oportunidade de sermos cristãos, Ele te dá o mistério de nascer de novo, de deixar o orgulho, o medo, para tomar posse da promessa que Ele fez. Quem nos confirma a nós é Cristo, Ele nos marcou com o selo. e nos deu o seu penhor o Espírito.(II Cor. 5,5)
Quando entramos para a comunidade, já não temos mais direito. O mundo perdeu a visão de Deus, por isso tem uma visão humana tão desfalecida. As nossas comunidades são essas mediações humanas para que cada um vá tendo a visão daquilo que Deus deseja, não daquilo que eu posso, mas daquilo que Deus pode fazer em mim. É este mundo de hoje, onde o ser humano precisa ser resgatado.
Jesus vai tocando o nosso corpo,curando-nos de nossos vícios, e vai nos curando porque os nossos irmãos vão nos mostrando. É a comunidade que nos mostra as nossas feridas e nos impulsiona a andar quando estamos paralisados. Somos impulsionados nesta vida pública, a encarar a verdade.
É na nossa vida em comunidade que aparecem as nossas lepras, mas é ali na comunidade que vamos ser curados. É na formação que somos curados porque é preciso viver na verdade.
Toda a realidade que você não pode mudar, nas mão de Deus pode ser veículo de salvação. Deus também vai atuando nas nossas mortes, nos nossos medos.
Chiara Lubich, lia teorias com suas meninas, e de repente ela parou e disse: “Paremos com essa teoria porque elas não desembocam na eternidade, e vamos rezar o credo”.
Para haver ressurreição é preciso que não seja a minha palavra, e sim que a Palavra de Deus esteja acima de qualquer palavra ou vontade humana.
Deus, em nossas comunidades, precisa ir lá na nossa consciência, onde os nossos pensamentos são de consumo, traição e tantas outras coisas que estão como que escondidas em cavernas.
A via da Paixão, do túmulo vazio, vai nos fazer confiar no outro, nos nossos formadores, no nosso fundador.
Nós precisamos ficar unidos, os apóstolos não sabiam onde ir e por isso ficaram unidos. E a morte não chega onde há uma comunidade que vive em comunhão. O túmulo vazio significa que Cristo está vindo!
Em um momento de oração o Jesus dizia no meu coração que nossas cavernas, por suas visitas permanentes estão sendo transformadas em grutas, grutas de Lourdes, grutas de oração.
A formação em nossas comunidades se transformarão em rios de água viva.
São Francisco gritava. Quando batermos na porta e os homens nos jogarem na neve será verdadeira alegria.
Todas as vezes que Deus me visita, Ele vai tirando as minhas discórdias e vai me curando, e quando me maltratarem já não me revoltarei, não revidarei, porque eu descobri a alegria de saber que sou visitada por Deus, e então não preciso me justificar, não preciso revidar aos homens, porque minha meta já não está mais nos homens e sim em Deus.
É isso que Deus quer falar para nós comunidades.
Encontramos a verdadeira alegria, onde tudo é vosso Senhor. Eu contigo e Tu comigo. “Se meu amor não te basta, quão pouco compreendes o meu amor".
Transcrição e adaptação: Célia Grego