Cresci muito rapidamente na música. Na adolescência já tocava em grupos de jazz, blues e rock, mas estava afastado de Deus. Foi um período difícil na minha vida, porque, no mundo, encontramos mais pessoas que nos levam para o caminho da perdição. Passei por muitas dificuldades para estudar música no sertão do Rio Grande do Norte. Lá, fiquei dias me alimentando só de limão e água, pois não havia mais nada para comer. O apóstolo São Paulo tem um frase que nos ajuda a entender isso: "Tudo colabora para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8,28). Tenho essa passagem bíblica como se fosse um lema de vida.
Totalmente afastado de Jesus e da Igreja, um dia, fiz uma viagem. Fui a uma filarmônica do exército, no Batalhão de Engenharia de Construção (BEC). Fomos transferidos, então, a uma cidade no alto do Rio Negro, no Amazonas. Um dia chegou às minhas mãos um livro da Igreja Católica sobre a vida dos santos. Eles são flechas que nos indicam que o caminho é o Senhor Jesus. Deus suscita os santos. Na Canção Nova, temos um homem santo: o fundador, monsenhor Jonas Abib.
Quando terminei de ler o livro que contava a vida dos santos, decidi ser um cristão, um católico. Mas não fiquei só nisso, pois temos de buscar nossa vida espiritual e não podemos parar nunca. Podemos morrer com 100 anos, mas temos sempre de buscar a Deus, pois nossa alma tem sede d'Ele.
Em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, busquei ajuda. Uma irmã me disse que a forma mais palpável de termos um encontro com Jesus é no Santíssimo Sacramento. Ela me levou ao sacrário e me disse: “Jesus está ali, Ele é presença real no Santíssimo Sacramento. Jogue nos pés do Senhor essa coisa que corrói o seu ser, essa angústia”.
Eu busquei a Deus na teimosia. Passei uma noite inteira diante de Jesus [no Santíssimo Sacramento]. Durante a madrugada, aconteceu uma coisa incrível na minha vida: um encontro pessoal com Aquele que salva, Nosso Senhor Jesus Cristo. Fora d'Ele, a vida não tem sentido. Isso não é algo que eu li, mas que eu vivi, pois sei o que é viver sem a presença de Jesus; a vida não tem sentido.
Naquela madrugada, sozinho, de joelhos, aconteceu esse encontro de Urbano com Jesus Cristo. Eu dizia ao Senhor: “Se você existe, eu quero acreditar. Dê-me o dom da fé”. Eu chorei de madrugada durante duas horas seguidas e recebi o Espírito Santo.
A melhor coisa que você pode pedir ao Senhor é Seu Espírito Santo. Pode faltar tudo na sua vida, mas não pode faltar o Espírito de Deus, pois, sem Ele, não somos nada.
Naquela época, anos 70, estava entrando no Brasil uma nova maneira de louvar a Deus, chamada Renovação Carismática Católica (RCC). Um homem chamado padre Jonas Abib fez essa experiência com a RCC e, mais tarde, as fitas cassetes das pregações do sacerdote chegavam até São Gabriel da Cachoeira e eu “bebia” daquelas pregações. Devo muito ao padre Jonas, porque ele me sustentou com aquelas fitas cassetes por meio das suas pregações.
A Canção Nova é referência para o mundo. Em Belo Horizonte (MG), passei três dias com padre Rufus. Ele estava lá para dar um curso de exorcismo aos sacerdotes do local. E testemunhou para mim: "Urbano, eu conheço o mundo inteiro, mas não conheço, no mundo, um lugar de conversões como aquele Terreno Eucarístico, que é a Canção Nova".
Temos de trabalhar nossa sensibilidade, pedir ao Espírito Santo que nos dê um coração sensível para captar os anjos que o Senhor coloca em nossa vida.
Quando Deus manda alguma coisa em nossa vida que nos aborrece é para nossa santificação. Nós nos salvamos aos pés da santa cruz.
Quero agradecer à minha mãe, porque ela me ensina muito com seu testemunho de mulher honesta. Ela me ensinou que o homem que consegue ter os olhos puros, consegue ter o coração puro e também um corpo purificado. “Bem-aventurados os que têm um coração puro, pois verão a Deus”.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso
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