A Igreja em comunhão com Deus

Dom Azcona
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Pela Palavra apostólica, acreditamos em uma Igreja una, santa, católica e apostólica, que nasceu e permanece em comunhão com o Pai., porque cremos em um Deus imutável, que é e sempre será fiel ao Seu povo, cumprindo sempre a Sua promessa.

Quando estamos em comunhão com a Igreja, como diz São João na sua primeira carta, estamos também em comunhão com o Pai e o Filho. Daí, surge a importância de se manter também a comunhão eclesial com o colégio de bispos, os sucessores dos apóstolos.

Estamos às vésperas de Pentecostes, dia em que, assim como Jesus havia prometido, o Espírito Santo veio sobre a Virgem Maria e os discípulos, derramando ,naquele momento, sobre cada um, os seus dons.

Mais do que dons, o Espírito Santo, naquele momento, inaugurou um novo tempo, um tempo de unidade que deu origem à Igreja que conhecemos hoje. No seio de Maria, assim como no início do projeto salvífico, a Igreja nasceu e milita até os dias de hoje.

Graças a essa unidade, não podemos dividir a Igreja, ou seja, não podemos dizer que uma pessoa é realmente um cristão católico se opta por viver apenas os mandamentos, mas vira as costas para os preceitos da Igreja.

O mesmo podemos dizer sobre a moral e os valores cristãos, que sofrem, cada vez mais, com o secularismo. Muito disso, infelizmente, deve-se ao fato de muitas pessoas optarem apenas por seguir aqueles que os convêm. Isso acontece quando uma pessoa abomina o aborto, mas é a favor da união de pessoas do mesmo sexo, alegando que elas precisam buscar a felicidade.

O núcleo da revelação de Deus está muito além da salvação, passa também por aquilo que somos convidados a viver ainda nessa vida. A verdade ética tem muito a ver com os dogmas, por isso não podemos tratá-los de formas distintas.

Quando me coloco como senhor da verdade, eu digo a mim mesmo que não há limites e regras a seguir. Dessa forma, posso me ver como um deus, capaz de decidir pelas coisas que me cabem, mas também influenciar diretamente na vida de outras pessoas.

"Viver a comunhão com a Igreja é estar em comunhão com Deus", diz Dom Azcona
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

A eficácia do Novo Pentecostes e a nova evangelização estão em comunhão completa, passam por hierarquia, moral, ética, Sagrada Palavra, doutrina e o próprio Cristo. Se não nos abrirmos para isso, corremos o risco de promover uma evangelização estéril.

Se a nossa fé é verdade e amamos Jesus com um amor missionário e ardente em nosso coração, precisamos saber reconhecer e nos afastar daquilo que vem do mundo, optando sempre pelo que vem de Deus.

Estamos há três dias da Festa de Pentecostes e não podemos deixar que o próximo domingo seja apenas mais um dia. Ele precisa ser um divisor de águas, capaz de nos mover não só a sonhar, mas a colocar em prática, aquilo que já existia na Igreja primitiva e chega a nós por meio da sucessão apostólica.

O primeiro passo para viver a comunhão com o Espírito Santo é o arrependimento, diferente do início do processo de conversão. O segundo passo é crer naquilo que foi apresentado a você, não só em palavras, mas com sua própria vida.

Isso acontece, porque os apóstolos viviam a Igreja no seu tempo, e não só anunciavam com pregações e milagres. É justamente isso que precisamos resgatar, o comprometimento de se doar pela Verdade e não temer as consequências.

 
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

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