Quero falar sobre a beata Alexandrina, uma imagem belíssima da pureza da Igreja Católica. Ela foi escolhida pelo Senhor para dar a vida a Ele através de seu corpo e sangue e permaneceu por 13 anos tendo apenas Jesus Eucarístico como seu alimento.
Alexandrina Maria da Costa nasceu em Balazar, uma pequena vila próxima à cidade do Porto, em Portugal, 1904. Desde os 20 anos, ela viveu paralisada na cama devido a uma mielite [inflamação da medula]. Isso aconteceu porque, aos 14 anos, três homens entraram na casa dela e tentaram usar de sua pureza. ela, percebendo isso, saltou de uma janela de 4m de altura e esse salto fez com que seu problema de coluna se agravasse, fazendo com que ela ficasse paralisada para o resto da vida. Na solidão, o Senhor deu a ela uma missão que, naquele momento, ela passou a viver.
O senhor lhe disse que ela seria um anjo consolador em todos os tabernáculos do mundo. Alexandrina foi escolhida pelo Senhor para ser uma das maiores adoradoras de seu corpo, alma e divindade presente nos tabernáculos, nos sacrários. Deus ainda lhe deu a graça de viver a sua paixão como São Padre Pio, Santa Catarina de Sena e tantas outras vidas na Igreja. Ela recebeu a graça de viver no seu corpo a dor da paixão. Alexandrina viveu os mistérios da agonia da paixão do Senhor. Depois, Ele a chamou a dar a vida dela como um ato de reparação a toda profanação que Jesus vivia no Santíssimo Sacramento.
O nosso ato de reparação deve ser muito forte e autêntico. Basta olhar para sua comunidade e você verá como precisamos de atos de adoração a Jesus Cristo. O papa João Paulo II e o papa Bento XVI já disseram que é muito perigosa essa "moda" de arte sacra, na qual nosso Senhor, Jesus, não tem lugar. E quando há lugar para Ele, é colocado no segundo andar, embaixo da igreja, pois ela, hoje, é um lugar de teatro, não havendo lugar para o sacrário. Já antevendo isso, o papa Paulo VI escreveu que a Igreja Católica é o lugar onde estava e deveria estar o Senhor dos senhores. A Igreja tem as suas sacralidades, ela é a casa de Deus. "Onde Deus habita entre os homens, é Igreja". Dói o nosso coração, pois igrejas "lindas", nas quais se gastam milhões de euros, não há o Santíssimo.
A beata Alexandrina pediu para ser enterrada com sua face voltada para o sacrário, pois, de fato, ela adorou o Senhor de sua janela durante toda sua vida.
Bento XVI pediu que os tabernáculos voltassem ao seu lugar de honra e distinção, pois lá é o nosso lugar de encontro com Deus. Hoje, o sacrário é tratado como coisa. Por isso, quando você entra na igreja, deve fazer a genuflexão, que é um ato de adoração ao Senhor que está presente ali.
Se você acredita que Deus está no sacrário da sua igreja, qual atitude você deve ter diante dele? Muitos não acreditam que o Senhor está lá, por isso há todo um tratamento de quem não crê. A sua atitude corporal expressa a sua fé, ou seja, o que a sua alma deseja. O Senhor pediu a Alexandrina que se acendesse nos coração a presença d'Ele no sacrário e lhe dizia: "São tantos aqueles que, entrando na igreja, não me saúdam nem se põem a adorar-me".
Quanto mais Jesus for ultrajado no Santíssimo, mais a natureza revoltar-se-á, porque não se dá a Deus o valor que Ele merece. O seu modo de ir à Missa, de participar dela, de adorar a Deus no sacramento demonstram o valor dela.
Certa vez, um padre foi até Alexandrina para testá-la e levou-lhe uma hóstia não consagrada, mas ela disse ao sacerdote: "Não, padre, pão eu não posso comer". Este ano, completou 50 anos de sua morte. Lembrando que nos últimos treze anos, ela só se alimentava da Eucaristia. A beata Alexandrina gostava muito de flores e seu sorriso transparecia o céu.
Ouça o hino aos sacrários que a beata Alenxandrina compôs
Prefiro uma capela de palha com o Santíssimo dentro, a uma grande igreja sem Ele. Se o mais importante não é o Senhor, o que será? Vamos pedir ao Pai que aumente nosso amor no sacrário para que tenhamos um coração adorador. Não deixe o seu coração endurecer, nunca entre em uma Igreja Católica sem ir ao tabernáculo, pois ele disse à beata Alexandrina: "Eu estou no sacrário".
Transcrição: Michele Mimoso
Áudio: Renan Félix
Fotos: Natalino Ueda