A vida fraterna nas Novas Comunidades

Magno Fernando
Foto: Célia Grego

A vida fraterna é fruto da experiência pessoal que tivemos com o Senhor que trouxe a vida nova em nosso ser, que nos dá a certeza que nossos únicos aos olhos de Deus.

Para entendermos em profundidade a vida fraterna, pessoas de diferentes famílias que se unem para viver em comunidade, e muitas vezes na nossa família não acontece essa vida fraterna, precisamos vê-la como dom de Deus, manifestação poderosa de Sua graça em nós e que nos transforma.

Para vivermos a vida fraterna como dom de Deus é necessário conscientizarmos-nos que somos um presente de Deus. Muitas vezes paramos nos sentimentos, naquilo que as pessoas falam de nós, palavras boas e palavras não tão boas que deixam marcas profundas em nós. Deus não cria nada de ruim, Deus cria tudo de bom e um dos aspectos dessa criação sou eu, e eu sou bom.

Vida fraterna tem como seu ser central a Trindade, porque o nosso Deus é um só em três pessoas e cada um se doando ao outro. A centralidade da vida fraterna é a Trindade, e o lugar de se viver essa vida fraterna é na Igreja.

Nós que somos Novas Comunidades temos que nos sentir como um sinal nesse mundo individualista. A vida fraterna é um dom de Deus, não é mérito meu; se eu viver a vida fraterna só com forças humanas vou me cansar e desistir, vou achar que o amor é utopia, mas a vida fraterna por ser dom de Deus, fruto de Pentecostes, ela nos dá força constante para sairmos de nós mesmos e alcançarmos o coração da humanidade.

Eu me recordo uma frase do monsenhor Jonas que marca minha vida: “O problema é meu, mas o rosto é do irmão”. Ao meditar a frase do monsenhor, Deus disse para mim que Ele está ressuscitado, não está no sepulcro, e se eu trago as marcas do ressuscitado, todo o meu ser precisa transparecer o ressuscitado; quando você mostra mesmo diante das adversidades que tem a alegria, mostra que o Cristo ressuscitado vive em você.

'A vida fraterna é um dom de Deus'
Foto: Célia Grego

A vida fraterna é uma graça, e a pessoa mais beneficiada é quem vive, pois ela vai sendo transfigurada pela pessoa de Cristo, vai se tornando um outro Cristo, traz em seu rosto as marcas do Cristo.

Deus tem falado para mim acerca do amor doação; nós não vivemos o amor gratuito. A vida fraterna nos leva a viver um amor gratuito, fazer tudo por amor ao Senhor. Atrás de muitas fraquezas de nossos irmãos existe um Cristo escondido. Quando eu saio de mim e sou disposto a ir além da regra, estou amando verdadeiramente, percebo que não são laços humanos que nos unem, mas um carisma.

Nós Novas Comunidades somos o antídoto contra o individualismo que tem acabado com muitas pessoas, pois elas se valorizam pelos títulos que vão recebendo e não pela sua essência e dignidade de filho amado de Deus. Por isso a vida fraterna se torna esse dom e sinal da Santíssima Trindade.

A vida fraterna em comunidade é como água que todos os dias precisa ser jorrada, transbordada, pois água parada apodrece, a vida fraterna precisa ser o dinamismo da nossa comunidade. Não podemos deixar o relativismo entrar em nossa comunidade, senão iremos viver como república, cada um buscando suas próprias vontades. Por isso temos que pedir ao Senhor todos os dias a graça de nos gastarmos de amor ao Senhor, e ter atitude de Santa Terezinha, fazer tudo por amor.

Nós precisamos estar atentos, pois o que nos faz tropeçar na vida fraterna não são as grandes coisas, mas as pequenas coisas do dia a dia que nos cansam de nos doar, e quando vivemos em plenitude esse amor que foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, vivemos esse amor até as últimas conseqüências.


Transcrição: Willieny Isaias


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