Cura e libertação da árvore familiar

Ontem à noite, durante a oração para a cura interior e libertação, pedimos a Jesus que voltasse em todo o passado da nossa vida, desde o nosso nascimento e até no momento da nossa concepção e na nossa árvore de família [genealógica]. E assim como para Jesus não há tempo  nem espaço, mas apenas a eternidade, precisamos rezar hoje no dia da ressurreição para que o Senhor se manifeste a todos nós como o Senhor do tempo. E assim poderemos pedir a Ele que nos cure na nossa árvore de família.

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Eu estava dando um retiro em Bombaim e um rapaz veio ao meu escritório e disse que apesar de ser um líder do grupo de oração estava sentindo que alguns meses o Espírito o havia deixado e ele se sentia seco, sem entusiasmo, como se nada lhe valesse a pena, nem alegria pelo trabalho da RCC ele tinha. Rezei com ele para que o Senhor lhe revelasse o motivo de seu estado presente. Ele veio me ver novamente e disse que depois de ele ter dado uma palestra sobre a cura da árvore de família – que um antepassado, que ele achava que era bastante santo, o seu avó, ele percebeu que na verdade ele [avó] era um alcoólatra que chegava tarde em casa, e aí ele se lembrava que ouviu quando era criança que um dia seu avô chegou em casa muito tarde, as portas estavam fechadas e ele dormiu numa esteira debaixo de uma árvore e durante a noite e morreu. E ele me disse que a morte do seu avô, daquela maneira, o estava mantendo amarrado em sua vida. E aí ele começou a rezar pela alma de seu avô, para que ele pudesse experimentar o poder da ressurreição de Jesus.

Não sabíamos o que rezar, mas rezamos o Pai-Nosso que é a oração mais simples e mais eficaz para libertação. À medida que ele começou a fazer aquela oração, sentiu uma dor de cabeça terrível, como se tivesse uma bola sobre o seu peito. E quando ele chegou à frase “liberta-nos do mal”, ele sentiu como se a bola que estivesse em seu coração subisse para a cabeça e desapareceu. Ele ficou livre daquele buraco que o seu avô estava mantendo. Como eu sei que este foi o principal problema que estava atingindo aquele rapaz? Por causa dos efeitos na vida dele, após isso.

Eu fui a uma cidade, ao norte de Bombaim para dar um encontro lá. Chegando, encontrei o líder do grupo de oração naquela cidade e reconheci que era aquele rapaz. Naquela nova cidade ele era o coordenador e estava organizando aquele encontro.

O encontro foi muito bem sucedido. Aí me lembrei como aquele rapaz que encontrei pela primeira vez era um homem todo esfacelado, sem vida. Agora, era coordenador do grupo de oração e tinha a coragem de realizar um encontro tão grande. A triste morte do seu avô o estava mantendo preso em ataduras. Mas quando ele próprio fez aquela oração de cura e libertação, o Senhor o libertou e permitiu que ele se transformasse num líder conhecido por todo o país.

O motivo pelo qual eu comecei essa palestra com esse incidente foi, em primeiro lugar, para fazer com que a gente fique consciente de como coisas – que aconteceram com nossos antepassados  – podem influenciar nossa vida no presente.

Por isso, na santa Missa aos domingos fazemos essa oração: “Lembra-te daqueles que já morreram e já se foram, leve todos aqueles que já partiram a presença de sua luz Senhor”. Repetimos essa oração sem pensar no que estamos dizendo. Nessa parte eu falo bem devagar e com o significado que essa palavra tem.

Também ontem rezamos pela nossa cura durante os nove meses dentro da barriga de nossa mãe até a adolescência; relembramos o quanto essa oração é importante, é grande a chaga durante a infância e quando estávamos no ventre da nossa mãe. O Senhor pode trazer a cura das maneiras mais inesperadas não só para crianças, mas para toda família.

Eu conheci uma família em Bombaim, e dei trabalho para a mulher na escola e ainda matriculei seu filho na nossa escola. Ela me explicou porque tinha uma super proteção com seu filho, porque ele era um milagre, pois ela não conseguia ter filho.

Eu estava fora de Bombaim e fiquei sabendo que menino tinha tido uma febre e morreu e eu fiquei muito triste, e quando fiquei sabendo que ele tinha morrido por causa de uma febre eu queria estar lá para ter rezado, pois ele não teria morrido, ou voltava para a vida, era apenas uma pequena febre. Então quando voltei, as pessoas me disseram que o casal tinha exumado o corpo da criança porque os médicos tinham errado. Alguns dias depois o casal veio me ver e me disseram: “Padre o senhor sabe que nosso único filho morreu e tem sido um sofrimento para nós, e fizemos exumação do seu corpo, não porque achamos que os médicos fizeram diagnóstico errado, fizemos porque tivemos um sonho, uma visão e nessa visão nós vimos o senhor vindo para o túmulo de nosso filho e trazendo-o de volta para vida”.

Quando eu ouvi isso fiquei desconfortado, pensando no que viria pela frente. Eu disse que sentia muito. Mas eles disseram: “Padre essa visão que tivemos era de Deus”? Eu disse: “Eu acredito que é de Deus, mas é preciso interpretar da maneira correta”.

Eu não podia dizer que não era de Deus senão toda a fé deles seria abalada, eles concluíram que se era de Deus e eu fosse até o túmulo traria o menino de volta. Eu não podia dizer não porque iria abalar a fé deles, se dissesse sim e nada acontecesse a coisa seria pior. Eu disse: “Eu vou com vocês, é de Deus, mas vocês precisam interpretar de maneira correta”.

Fui com eles até o túmulo e fiz uma oração: “Senhor Jesus, Tu estavas morto e viestes para vida, e de uma maneira real até mais do que quando estava com teus apóstolos, o Senhor disse que aqueles que crêem em Ti nunca morreram de fato, mas terão a vida eterna. Eu te agradeço pelo dom dessa criancinha para esse casal. Senhor Jesus, também te agradeço por tê-lo levado junto Contigo para o céu, eu sei que esse garotinho não está morto, porque para aqueles que acreditam a vida não termina com a morte, apenas muda, portando eu acredito que o menininho está mais vivo do que jamais esteve. Ele não deixou seus pais, mas está com eles de uma maneira mais real. Está mais vivo do que jamais esteve antes e está no céu intercedendo por eles”.

Depois de fazer essa oração eles olharam para mim e disseram: “Padre, muito obrigado, agora cremos que nosso sonho era de fato de Deus”.

Por que o cristianismo é diferente de outras religiões? Porque acreditamos que a morte é uma grande cura, passagem da vida divina deste mundo para sempre no mundo do céu.

Alguns anos depois encontrei com o casal num Congresso muito grande, depois de uns três anos. Eu sempre pensava neles e rezava por causa da grande perda que tiveram. Eu os vi com um pequeno bebê no colo, e disse que estava feliz por eles terem adotado um bebê, e eles me disseram: “Padre, não adotamos essa criança ele é nosso filho verdadeiro”. Alguns anos depois eu os encontrei novamente e não era apenas uma criança, mas quatro e não eram adotados. Eu pedi ao Senhor que os descem filhos.

Ontem nós também rezamos pelo tempo da nossa vida quando éramos jovens, porque nesse período da nossa vida as dores são reveladas muito intensas.

No último final de semana tinha uma jovem que parecia estar possuída, chorando, que repetia: “Papai, mamãe por que vocês me abandonaram?” Ela estava muito magoada.

OUÇA: Jesus gosta de curar as pessoas 'cara a cara', diz padre Rufus

Há muito anos atrás eu estava dando um curso de cura e libertação em Uganda na África para 300 padres. Um deles que era o Vigário Geral disse que seu irmão estava doente afetado mentalmente, ele sempre ficava preso dentro de quarto, era esquizofrênico, e depois de ouvir a palestra viu que seu irmão estava possuído. Então pedi que ele trouxesse seu irmão.

Quando voltei em Uganda para aniversário do Jubileu de Prata da RCC, eu ia dar palestras no encontro, e o Vigário Geral trouxe seu irmão. E quando eles tentaram o levar para que ele participasse da Missa ele ficou muito violento e deu um soco no olho do seu irmão.

Durante todo aquele tempo eu não vi nem o grupo de libertação, nem o rapaz. Na quinta-feira de manhã, quando eu estava tomando café com os padres, e o padre responsável por tomar conta da RCC na Uganda me disse que eu tinha que tomar conta da situação daquele rapaz. Eu disse que rezaria à noite, mas ele me disse que era muito tarde, então eu fui depois do almoço, rezar para ele, e perguntei onde ele estava e fui para a capela. Lá eu encontrei os membros do grupo de libertação e perguntei onde está o rapaz? Responderam-me, ele está no banco da frente.

Ele estava olhando para o sacrário, me parecia estar bem. Eu perguntei qual era o nome dele e eles me disseram que era João. Eu estava no último banco e disse: “João”. Ele ficou me encarando. Colocou uma das mãos no chão, depois a outra e veio como uma pantera na minha direção. Eu disse: “Sente-se”. Daí eu perguntei você quer se confessar? Ele balançou a cabeça, e eu fiquei surpreso porque ele me fez uma confissão linda. Disse-me que sua tia irmã de seu pai, tinha muita inveja da família toda e havia colocado um feitiço em todo mundo, e esse rapaz e seu irmão que era padre sentiam que aquela tia tinha colocado inveja na família.

Tudo que ele dizia era: “Padre eu perdoou a minha tia”. Ele supostamente estava possuído, mas ele não apenas confessava seus pecados, mas perdoava os que haviam pecado contra sua família. Eu acredito que esse foi o primeiro passo para sua libertação.

Tinha uma lista de coisas que era para rezar pela sua libertação. Espíritos emocionais de medo, inveja… e do outro lado os espíritos animais: leão, crocodilo, cobra e assim por diante. Eu comecei a rezar pelos espíritos emocionais e um por um deixaram o rapaz, e depois comecei a rezar pelos espíritos animais e um por um foi saindo também. Quando dizia espírito de leão saia, ele começava a andar como leão. Eu nunca vi tantos animais na minha vida.

Eu falei para todos saírem da capela, mas eles ficaram relutando e olhavam pela fresta da porta, mas eu a fechei, e estavam todos preocupados comigo. Mas lá eu fiquei com todos os demônios e finalmente eu disse para que o espírito de gorila saísse do rapaz e ele olhou para mim como um gorila, achei que ele ia agarrar em meu pescoço e olhei nos olhos dele e disse: “Espírito de gorila eu ordeno que saia desse corpo”. Isso acontece por causa de inveja e da ignorância do povo que busca ajuda em lugares errados.

Quando eu terminei tudo o rapaz disse: “Ainda há uma coisa a mais, o espírito de um touro”. Eu disse: “Agora estou meio cansado, vamos deixar isso para depois, vai lá e abra a porta”. Quando ele abriu, todos ficaram olhando para ele e disseram: “Cadê o padre?” E olharam por entre as pernas do rapaz e me viram sentado no banco.

A noite foi a Missa de encerramento, os bispos de Uganda, o núncio apostólico, estavam todos lá e eu disse para o grupo de libertação não deixe que o rapaz fique lá atrás. Jesus gosta de curar as pessoas de “cara a cara”.

Quando eu fui dar a paz vi que o rapaz estava bem próximo. A Missa acabou e eu pedi para que trouxessem o rapaz para frente e quando começamos a rezar todos os espíritos começaram a se manifestar e ao final da oração o rapaz caiu sobre o solo e eu falei para aquela multidão: “Vejam como Jesus cura e liberta as pessoas”.

Eu disse: “João fique de pé e venha para o altar”. O Santíssimo Sacramento estava no altar e quando ele foi para frente se curvou diante do Santíssimo, então eu vi que ele estava totalmente liberto.

Eu chamei o irmão do rapaz o Vigário Geral para que ele traduzisse o que o João iria dizer, aquele que eles supunham que era esquizofrênico. Eles se abraçaram por uns cinco minutos. O próprio rapaz quis falar para o povo: “Vocês me viram rolando na grama e agora estão me vendo de pé. Por que eu estava rolando? Porque eu fui a todos os feiticeiros ao invés de ir a Jesus, é isso que vocês não devem fazer, somente quando eu vim até Jesus eu consegui sair daquele quarto escuro e agora vou pregar a Boa Nova a todos, somente Jesus é nosso Salvador e pode nos curar”.

OUÇA: Padre Jonas reza pela libertação dos fiéis

Transcrição: Willieny Isaías
Fotos: Natalino Ueda


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