Hoje nós vamos tirar algumas conclusões de um episódio do Evangelho do cego de nascença.
O que mais impede a nossa visão é aquilo que nós achamos que sabemos e não aquilo que não vemos simplesmente. Sempre é o problema daquilo que nós pensamos que sabemos.
Quando Deus suscitou os dons através da Renovação Carismática Católica foi bem questionado e houve uma grande resistência, porque se achava que os dons já se haviam esgotado lá nos primeiros cristãos, que os dons eram apenas para a Igreja primitiva.
Por isso, aqueles que acham que sabem como Deus vai fazer ou quer fazer, correm o risco de muitos erros. Foi assim nos primeiros séculos quando questionaram em relação da participação na Igreja em relação aos Judeus ou não Judeus.
Aqueles que pensam que sabem, se colocam contra os movimentos novos do Espírito Santo.
Não podemos montar regras para Deus impondo coisas como se fosse o próprio Deus, que de fato, estivesse nos impondo. Achamos que Deus só pode agir de uma forma, porém Deus se recusa a ficar amarrado ao que nós achamos e que pensamos ser o certo.
Deus conhece as nossas limitações e misérias e nos indica que nós não podemos confiar nesse nosso achismo.
Jesus nos ensina muito através da passagem do cego de nascença em João 9,2-41
O cego de nascença, diante da sua experiência, testemunha a ação de Jesus na sua vida e partilha daquilo que o próprio Jesus fez diante dos fariseus que achavam que sabiam tudo.
Os fariseus não admitiam o fato de Jesus ter curado esse cego num dia de sábado. O cego mudou a sua suposição em base da sua experiência; já os fariseus, mesmo tendo participado (vendo o milagre) não quiseram assumir a verdade e aí se tornaram cegos. A forma como fomos formados a ver o mundo, pode nos tornar cegos como esses fariseus.
Andando pela vida e diante de tantas experiências, somos chamados a enxergar a ação de Deus na nossa vida.
Os hebreus quando estavam no deserto, achavam que já podiam caminhar sozinhos e aí perdiam as guerras e as batalhas. Então, paravam e buscavam se colocar diante de Deus para que, de fato, entendessem quem era Deus na vida deles. Assim também somos nós, que precisamos mudar a maneira de ver as coisas não com uma ótica simplesmente humana, mas com um olhar em Deus e com Deus.
No dia de Pentecostes, os apóstolos estavam trancados, mas o Espírito não parou do lado de fora porque eles estavam trancados, pelo contrário, eles viveram uma experiência que revolucionou a humanidade, pois receberam a efusão do Espírito Santo e desta experiência nasceu a Igreja.
São Pedro diz que as promessas de Jesus são para todos nós e não se resume a um pequeno grupo. Não só para a Renovação Carismática, porém é na Renovação Carismática que nós vemos hoje a maior utilização dos dons.
Através do batismo no Espírito Santo nós vamos sendo curados interiormente e até mesmo, muitas vezes, fisicamente; então com isso devemos buscar todos os dias fazer uma experiência com o Espírito Santo recebendo d'Ele uma efusão.
Por quê recebemos o Espírito Santo e os dons do Espírito Santo? É uma necessidade nossa, precisamos receber a efusão e os dons do Espírito Santo, e foi para recebermos essa graça que Jesus morreu, pois Ele mesmo disse que se Ele não fosse (para o Pai) o Paráclito não poderia vir.
Nós fomos batizados quando criança e recebemos os dons teologais (Fé, Esperança e Caridade), mas para poder dar os frutos durante a vida é preciso a ação do Espírito Santo. Precisamos nos abrir para que Deus possa entrar na nossa vida.
Recebemos também o Espírito Santo na crisma e deveríamos ser impulsionados a ir em missão em busca das ovelhas perdidas, talvez até mesmo ir bater de porta em porta, em busca daqueles que necessitam fazer uma experiência com Deus.
Então muitas vezes, mesmo recebendo os sacramentos da Igreja, o Espírito Santo fica guardado dentro da pessoa, sem poder gerar os seus frutos, porque a pessoa se fecha em si mesma e coloca Deus em segundo plano.
O Senhor Jesus nos prometeu o seu Espírito Santo e nos deu o batismo no Espírito. Esta efusão é como mergulhar, ser permeado no Espírito, sem resistências a ação d'Ele.
Na Renovação Carismática somos preparados para isso e impulsionados a viver uma vida nos Espírito Santo. O nosso Deus é um Deus em ação, constante, e não um Deus parado. Por isso, devemos nos deixar levar pelo Espírito Santo e assumir o Senhorio de Jesus.
Nós até mesmo dizemos que Jesus é o Senhor, mas quantas vezes, de fato, nós deixamos Jesus ser O Senhor? É do Espírito Santo que nós recebemos a vida, é n'Ele, com Ele e por Ele.
Devemos assim assumir na nossa vida o “viver no Espírito” que está sempre em movimento sempre em atividade.
Digo a você: cultive o amor dentro de você, amor esse que é o próprio Espírito Santo. Cultive esta experiência e você colherá como fruto principal na sua vida, uma vida de amor, lembrando que Deus é amor. Então você estará em comunhão com Deus que pode te curar através da efusão do Espírito Santo, por que aí você entra em comunhão com Ele. Nós não fomos criados para ficar sozinhos nesse mundo, e Deus deseja ser parceiro com você, por isso devemos sempre perguntar a Deus o que Ele quer de nós, o que Ele deseja para a nossa vida. Deus nos dá tudo isso, é só aceitarmos. Muitas vezes aceitar a vontade de Deus é difícil, porque é mais fácil para nós fazer do nosso jeito, mas Deus sabe das nossas limitações e por isso só nos pede uma coisa: uma entrega amorosa a Ele onde não nos anulamos como pessoa, mas buscamos n'Ele a graça necessária para caminharmos e seguirmos Jesus.
Muitas pessoas morrem para defender uma opinião, mas será que morreríamos para defender Jesus? Não podemos achar que nós é que sabemos, mas dar espaço na nossa vida para que o Espírito Santo nos ensine o que fazer e como fazer.
Nós te louvamos Senhor nosso Deus por tudo o que Senhor faz na nossa vida e pedimos: realiza Senhor em nós o vosso plano de amor fazendo em nós a sua obra cheia de novidade. Amém
Transcrição: Saulo Maceno