Falar sobre o Espírito Santo, é falar sobre os dons.
O primeiro grande dom de Deus é o Espírito Santo, porque o Ele é o amor com que Deus te ama, e nos ama. Esse amor que procede do Pai para com o Filho e do Filho para com o Pai, é o Espírito Santo. O Espírito Santo é o amor com que o Pai e o filho se amam. A teologia chama isso de movimento pericorético, imaginemos então o Pai e o Filho é são o bouquet e o Espírito Santo é o laço.
Dizer que o Espírito Santo é o amor com que Deus te ama, é afirmar que é este amor que é derramado sobre os nossos corações. Não é qualquer amor, é um amor arrebatador. E quem fez a experiência no Espírito pode dizer isso. O Espírito Santo é aquela força que quando não tínhamos mais força, nos levantou, é a certeza quando vivíamos em dúvida, o consolo, quando vivíamos na tristeza, portanto Ele é a força arrebatadora. Porque o Espírito Santo é amor, deste primeiro dom, procedem todos os demais dons, podemos então afirmar que: Tudo o que Deus nos dá, são dons do Espírito Santo. Mas de uma forma muito particular aqueles que Isaias nos apresenta no capitulo 11,1-3.
O que são os dons então? São hábitos sobre naturais infusos por Deus. Esse é o texto clássico de Isaias que nos fala sobre os dons do Espírito Santo. Em Jesus nós vamos encontrar a plenitude dos dons, dos carismas. Mas existe um principio universal da economia da salvação. Que principio é esse? Que tudo que a cabeça que é Jesus adquiriu, chegou também aos membros que somos nós a Igreja. Ou seja, tudo que Deus deu ao Filho, deu também a nós, tudo o que o Espírito Santo realizou no Filhou, realizou também em nós, a plenitude do Espírito nos seus dons que habita em Jesus, habita também em cada um de nós. Porque o Espírito Santo não habita sozinho, onde tem o espírito, tem também os seus dons, tem também os seus carismas. E a primeira verdade que nós temos que afirmar é que os dons do Espírito Santo, não são dons extraordinários, porque, onde o Ele está os seus dons também estão, não de forma extraordinária, mas de forma permanente. E Isaias diz que o Espírito Santo repousa, está presente, permanece em nós.
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Mas se nos atentamos para um detalhe, o texto nos dá apenas seis dons. Por quê?
Vamos compreender bem. O texto aqui é o texto Masorético, ou seja, o mais antigo, escrito na língua Hebraica, mas depois a palavra de Deus foi traduzida, primeiro para o grego lá pelos 70 e nós chamamos esta primeira versão da tradução da Bíblia de ceptoaginta, a segunda quem traduziu foi São Jerônimo para o Latim, nós chamamos de Vulgata, quando este texto foi traduzido para o grego e para o latim, a palavra Temor de Deus em hebraico “Girate” e pode tanto significar tanto temor como piedade.
Por isso que Santo Ambrósio e Santo Agustinho, eles insistiram no número sete, e traduziram então esta palavra “Girate” por temor a Deus e por piedade. Porque o sete é o número de plenitude. Nós vamos encontrar este número presente desde o antigo testamento até o novo testamento.
– Sete vezes louva o justo durante o dia.
– Sete voltas de deram em torno das muralhas de Jericó.
– Sete foram os homens separados pelo Espírito Santo no livro dos Atos dos Apóstolos.
– Setenta vezes sete se deve perdoar.
O livro do apocalipse é abundante no significado do número sete.
– Sete são as igrejas, sete são os anjos, sete são os candelabros.
Sete é número de plenitude, por isso que se traduziu a única palavra que se traduziu por temor e por piedade. São sete os dons do Espírito Santo. “Girate” é temor e é piedade.
Repousar é permanecer. Onde o Espírito Santo está então, estão também os seus dons. Estão em nós os dons, frutos e virtudes.
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Transcrição e aúdio: Célia grego
Fotos: Renan Félix