Deus cuida da minha família

Salette: Meu esposo é a presença de Deus sorrindo para mim, e eu sou a presença de Deus cantando para o meu esposo! Deus cuida de mim! Esta música fala da nossa história. Não, não podemos achar que a nossa história é repetitiva, porque cada vez que a testemunhamos, algo novo acontece em nós, e também em quem ouve. O projeto de Deus é perfeito, nós é que muitas vez interrompemos o projeto de Deus.

A maior preocupação do Papa João Paulo II era com a família, por causa da legalização do aborto e uma série de coisas que visam destruir o projeto de Deus reservado para ela.

Ouça: Salette fala do projeto de Deus para as famílias e das táticas do demônio contra plano de Deus.

Como diz uma das músicas de padre Zezinho, hoje, os filhos nascem fora dos planos de Deus, os jovens estão esquecendo os valores da família. A família é a glória de Deus, é a manifestação da glória do Senhor. O inimigo de Deus não quer que o Senhor seja glorificado, e assim, quer dar fim à família já no ventre materno, onde são gerados os filhos à imagem e semelhança de Deus. O demônio é invejoso, e se aproveita dos avanços da ciência para tentar copiar Deus, querendo ser criador, fazendo a clonagem, por exemplo.

Mas quem como Deus?
Por isso, nós queremos apresentar a nossa história para que o Senhor seja glorificado.
Eu já estava na comunidade havia doze anos, já tinha feito o meu voto para sempre, e rezava na capela de São Miguel pedindo o discernimento para o meu estado de vida, pois eu não sabia se deveria ser celibatária ou me casar, e foi quando o Senhor me disse em meu interior que Ele tinha outros desígnios para mim. Então, fui falar com o padre Jonas e ele me disse: 'Fique este tempo só com Deus'.

Marcelo: Em 1998, em um acampamento, eu literalmente tropecei na Salete, e a minha coordenadora me disse que ali havia algo diferente. E o Senhor foi conduzindo esse algo diferente que eu não tinha visto, mas isso me fez rezar pelo meu estado de vida, só que eu via os meus amigos, separados depois de uma semana de casados, e eu dizia a Jesus que eu não queria isso para mim. Eu quero um casamento diferente, assim como o dos meus pais, que apesar das dificuldades era o projeto de Deus que deu certo. Terminei o meu namoro, fui dócil àquilo que Deus me pedia, apesar de não ter nada de errado com este relacionamento. Foi até constrangedor, pois eu não tinha o que dizer, não tinha nada de errado com ele, mas fui obediente. Então, me aproximei da Canção Nova, depois dos encontros, e aí eu fui me aproximando da Salete. O próprio Senhor foi me empurrando para a comunidade e também para a Salete.

Ouça: Marcelo relata como começou sua história com a Salette

Salette: O Senhor o 'incomodou' tanto, que ele acabou me escrevendo uma carta, e eu me lembrei do que o Senhor tinha me dito anteriormente.
Eu fiquei rezando por ele, não para que ele ficasse comigo, mas pela vocação dele, pois se fosse ele a pessoa que estava nos desígnios de Deus para mim, ele também teria de ser um missionário da Canção Nova.


Marcelo:
E Deus não me queria na comunidade de aliança, Ele me queria na comunidade de vida, mas foi na oração, na adoração, que o Senhor foi me conduzindo e eu nem sei quando foi o momento em que eu me decidi. Quando vi, já estava na comunidade de vida da Canção Nova. 

Ouça: Salette explica o que é a Comunidade de Vida e de Aliança.

Marcelo: E o Senhor foi me convencendo. Em um acampamento, do qual eu participava, o Senhor me dizia que o meu tempo no meu trabalho tinha acabado, e que Ele me queria introduzido na comunidade. Então, eu falei com a Luzia: "Eu não quero largar o meu trabalho assim". Eu tinha um bom trabalho, e ela concordou.
Eu precisava me decidir em relação à Canção Nova e também em relação à Salette.

Salette: Esperei por ele, porque ele tinha de fazer o pré-noviciado, depois o noviciado e no dia 23 de maio, dia de Nossa Senhora nos casamos. Foi Ela quem tudo fez e até hoje experimentamos a ação de Nossa Senhora nas nossas vidas.

Depois de algum tempo, eu engravidei, e durante sete meses, eu não senti nada, mas depois, aos sete meses de gestação comecei a passar mal, e fiquei internada, e a médica me disse que eu não poderia fazer mais nada, tinha de ficar de repouso.

Todos da comunidade ficaram em comunhão conosco em oração. E assim que se completaram 34 semanas, após ter feito muitos exames, ela marcou para fazer o meu parto.

E eu fiquei rezando, o padre Jonas me pediu que eu rezasse com o livro "Sim, sim! Não, não!" O Senhor colocou no meu coração que eu deveria batizar a minha filha ali mesmo na UTI. E no dia 15 de agosto, dia Nossa Senhora da Conceição, às 06h, minha filha nasceu. E ela foi envolvida com um manto azul, todas as crianças (meninas) tinham sido envolvidas com manto rosa, mas ela não. E lá na UTI, no quarto, as mães me pediam que nós rezássemos pelas outras crianças.

E eles ficavam inconformados com a paz que nós estávamos transmitindo. Mas a médica veio e disse para nós: 'Sua filha está com uma infecção generalizada', e me aconselhou que ela fosse batizada, e eu pedi para que fosse providenciado o batismo da Maria Luiza.

No mesmo dia, tinha acampamento: Dia 22 agosto: dia de Nossa Senhora Rainha. E quem batizou a minha filha e as outras crianças foi o padre Dalcides.
E após o batismo, ela saiu aos poucos da infecção. E nós ficamos ali mais 20 dias e ficamos assistindo os sofrimentos das outras mães. Depois eu fiquei mais uma semana para ver se eu seria aprovada nos cuidados com a minha filha, porque ela não poderia pegar nenhum vírus, e eu fui para casa e fiquei dois meses sem receber visitas.

Nesse tempo, o Marcelo tinha de me ajudar e cuidar de todos os trabalhos na comunidade, mas em nenhum momento eu o vi reclamar, e eu costumo dizer: Que ele é a presença de Deus sorrindo para mim e eu sou a presença de Deus cantando para ele.

Eu pude experimentar a força da aliança que fizemos no altar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
E digo: Deus não quis o sofrimento, mas o permitiu para que o nosso amor fosse consolidado na fé.

Marcelo: Percebi a importância da união dos cônjuges, pois tínhamos de dividir as tarefas, a participação da família tem de ser vivida pelos dois e também pelos filhos depois que crescem.

Salette: A santidade das famílias está na simplicidade das coisas, mas que precisam ter a atenção de todos da casa. Se o homem é aquele que só se preocupa em ganhar dinheiro, não dá certo. Eu vi uma situação em que o casal tinha de levar a filha para fazer exame, e o homem virou as costas e deixou que a esposa ficasse sozinha com a criança. Eu dou graças a Deus pelo esposo que Ele me deu!

Marcelo: Aí está a importância de mostrar o amor entre nós casais para os nossos filhos. O ideal não é mostrar os nossos desacordos, mas é necessário que os nossos filhos presenciem quando pedimos perdão. Quando nós pais erramos com os nossos filhos também precisamos pedir-lhes perdão. Eu, às vezes, perco a paciência com Maria Luiza, mas depois vou até a minha filha e digo: "Me perdoe por gritar com você. Você perdoa o papai?"

Salette: E quando eu estou de cara amarrada, minha filha vem e diz: "mamãe, sorria!" Fomos remanejados para Cachoeira Paulista (SP), e um dia, em oração, eu revivia toda a situação que eu tinha vivido, e o Senhor me deu esta palavra.

Mateus 6,24-34: "Não vos preocupeis Ele tem cuidado de vós". Esta palavra se cumpriu na nossa vida, primeiro na vida da minha filha.

Em setembro de 2006, eu estava grávida de três meses, e após o ultra-som, a médica disse que sentia muito, mas a criança não havia sobrevivido. Ela marcou para que eu retornasse na semana seguinte, e também disse que eu poderia trabalhar sem problemas. Imaginem: eu com o bebê morto na minha barriga, e tinha compromissos para sábado e no domingo, o Kairós, e o tema era "Contra a depressão", e eu tive de falar para aqueles que estavam com depressão. E o Senhor me dizia: Que eu não poderia fazer nada pelo bebê, mas pelos outros você pode! Eu não sei como consegui ser cura para muitas crianças.

Acabou o Kairós e eu já estava sangrando, então fui para o hospital, onde tomei remédios para induzir o parto. Naquela noite, eu fiquei sozinha, e foi uma noite de calvário, e eu me lembro que eu gritava o nome de Jesus e Maria, e às 5h da manhã, eu fui para a sala de cirurgia, então, senti muita vontade de comungar. E uma irmã veio me trazer a comunhão, e depois ela veio nos dizer que ela nunca tinha sentido uma paz tão grande como ela havia sentido ali conosco. Eu não podia parar naquele sofrimento, e reconheço que esta dor foi um "trampolim" para Deus, pois eu preciso tornar o projeto de Deus conhecido e amado. Família não é uma instituição falida. Família é um projeto de Deus que dá certo.

Marcelo: Os meios de comunicação nos ensinam o contrário, mas vocês são diferentes, as nossas diferenças são para que o outro seja melhor. Um casal que erra, mas que tem a Palavra de Deus por direção, não se perde. A Palavra de Deus é que tem me sustentado, e se você homem não está preparado, você é arrastado pela concupiscência da carne. O jejum, rosário, a Palavra de Deus, a santa Missa diária nos sustentam nesta luta. A graça de Deus me basta!

Transcrição: Célia Grego
Fotos: Natalino Ueda
Edição: Tatiane Bastos

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