No domingo passado celebramos a Epifania do Senhor, amanhã será festa do Batismo do Senhor. Hoje, dentro desse ambiente que vai conduzir-nos a celebrar amanhã o Batismo do Senhor, temos um Evangelho que põe em relevo um relacionamento entre João Batista e Jesus. Vou fazer uma pergunta. Quando eles se conheceram? Sabemos que havia um laço de parentesco entre Nossa Senhora e Isabel. Podemos dizer então, que eles se conheceram crianças no ventre de suas mães. Mas, há aí um outro tipo de relacionamento que vai além desse de sangue.
Pergunto a vocês: Quando vocês conheceram Jesus? Quando foi brotando dentro de vocês um conhecimento que foi além da curiosidade? Pergunto também, quando que em sua família começou a entrar algo que não era só o laço da carne?
Quando exultamos na família pela presença de Jesus, tudo muda. Não vou medir meu relacionamento em casa só pelo meu temperamento, por minha vontade, mas eu vou aprender continuamente, porque descobri que existe uma presença além da presença do esposo, da esposa, dos filhos, que precisa ser cultivada. É preciso que a vontade d'Ele cresça e a minha diminua.
Quando você pede conforme a vontade do Senhor o Pai vai atender. Não é deixar as coisas correrem. Quando vemos que o outro falhou, nós nos colocamos em oração uns pelos outros. A gente aprende a perder a cabeça, não bebendo, nem cedendo a impulsos de cólera. Perdemos a cabeça pensando em Deus, porque esse conhecimento com Jesus Cristo começa a transbordar e muda radicalmente a nossa vida, e os frutos aparecem. Mas é preciso que você deixe entrar na sua casa, e no seu relacionamento essa presença que muda tudo.
É preciso que Ele cresça e eu diminua.
Ele nos transformará. O que você entrega de presente a Deus, Ele devolve melhorado. O seu próprio ser que você entrega, Ele devolve renovado. É um lindo perder e ganhar, mas a sua liberdade precisa entrar. Você precisa dar o seu passo e dizer que permite que entre alguém que modifique sua casa, sua família.
Deus quando entra, melhora, eleva, santifica, e faz com quem venha à tona os frutos. Por que a família de vocês não podem fazer com que venham à tona frutos também?
Os seminaristas que estão nessa celebração também sentiram dentro de si algo diferente desse encontro com Jesus. Há neles limites, defeitos, mas muitas qualidades, gente que não teve medo de sonhar os sonhos de Deus. Que não quiseram viver segundo a carne, não reduziram sua vida a encontrarem uma profissão, a ter as coisas. Aceitaram não ter nada para terem Deus, e hoje tem tudo porque tem Deus.
Você também é chamado a servir à Igreja, ao próximo na caridade, mas eles se dispuseram a servir à Palavra de Deus. Não é carregar um livro nem ler uma palavra. É identificar-se com ela, acolhê-la profundamente, para comunicá-la aos outros. Aceitaram ser servidores do Altar, levando a Comunhão aos irmãos, porque não se chega direto para presidir a Eucaristia, é preciso ser escravo da Palavra e do Altar, escravo por livre opção.
Nós estamos fazendo uma experiência de Igreja.
É o grande Hóspede que entra e chega para ficar na ‘casa’ que cada um de nós. Todos nós assim nos sentimos envolvidos em cada parte da Eucaristia que nós participamos hoje.
Deixemos que Deus realize a força do Seu amor em nossas vidas.
Transcrição: Nara Bessa
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