Quando eu era criança não imaginava como seria ser pai. Muitas vezes, ouvimos de nossos pais: "Quando você for pai saberá como é!", eles falam isso, principalmente, quando estamos na juventude e "pisamos na bola".
Algumas vezes, devido ao trabalho e à rotina, nós nos distanciamos de nossos filhos, mas o que o Senhor espera é que estejamos próximos deles. Como o diácono Nelsinho dizia nesta manhã, precisamos nos sentar e conversar com nossos filhos e ouvi-los. Precisamos ser amorosos, segundo o coração de Deus, do jeito que Deus planejou! Quando Deus permitiu que papai e mamãe se encontrassem, se unissem até se tornarem uma só carne era porque Ele tinha um plano de amor para os dois. Por isso, precisamos perguntar a Deus Pai: "O que o Senhor quer de mim?"; e ao descobrirmos o que Ele quer de nós precisaremos seguir o caminho para cumprir a vontade d'Ele. Seja o qual a função que o Senhor quer que realizemos no mundo, precisamos ser e realizar o que Deus sonhou para nós. Felicidade é estar no centro da vontade de Deus. O resto é euforia, qualquer outra coisa, menos felicidade.
Sou um apaixonado por São José, tanto que fiz uma música para ele. Estava eu aqui em um encontro dedicado a homens, chamado: “Quando os homens rezam”. Padre Jonas pregava na manhã daquele encontro com uma unção maravilhosa, o tecladista estava ao meu lado e fazia algumas notas enquanto o monsenhor Jonas pregava, e a letra dessa música foi nascendo com muita naturalidade, e a fui anotando em um simples envelope pardo. É feliz quem vive escravo das promessas de Deus, como São José. Eu a escrevi pela obra do Espírito Santo, que sopra onde quer e como quer. O ambiente proporcionou o surgimento dessa canção, era o próprio São José falando pela minha boca. Quando a terminei, interrompi o padre Jonas dizendo-lhe: "Padre, eu tenho uma música". O padre acredita em seus filhos e, sem me perguntar nada, disse-me: "Então a cante!". Eu a cantei e todos os homens que aqui estavam lá choraram, porque sentíamos que era Deus quem falava ao nosso coração.
Deus vasculhou a Terra procurando um homem que pudesse ser pai de Seu Filho. Um homem que trouxesse em si a essência d'Ele. Ele não poderia entregar o Filho para uma pessoa qualquer, então escolheu José. Deus disse a ele: “Quero contar com você, José. Posso?”; o "sim" de José ecoa pelos ares ainda hoje, e impulsiona o coração dos homens a também dizerem "sim" a Deus. Faça como São José, se ouvir a voz do Senhor, pague o preço e renuncie o que for preciso para cumprir a vontade d'Ele.
O tema desta pregação é: “Sou teu filho, abraça -me”, são palavras que precisam se converter em atitudes. Há quanto tempo você não dá um abraço no seu pai? Talvez você more no quintal da casa de seu pai e não tem coragem de fazer isso por ele. Você que é pai, há quanto tempo não abraça seu filho? Imagine como São José tratava Jesus. O caráter somos nós quem o imprimimos nos filhos. Cada vez mais querem que nossas crianças vão para a escola mais cedo, aprendem a ler e a escrever, mas não sabem quem são! Só o pai e a mãe podem imprimir o caráter de amor em seus filhos. Desfrute a presença dos seus. Aproveite o momento da refeição, quando conhecemos bem os nossos filhos ao nos sentarmos à mesa com eles já detectamos que algo aconteceu, por isso é preciso os contemplar. Deus quer famílias felizes, unidas, filhos edificados que se sintam amados, e quer pais que se sintam amados por seus filhos.
Nem sempre conseguimos essa graça, pois os acontecimentos desta vida vão nos impondo um ritmo e acabamos trocando o que é excelente pelo bom. Porque trabalhar não é ruim, buscar o sustento da casa não é ruim, porém, é preciso compreender que o excelente é a família. Revelar à sua família quem você é, quem Deus o tornou. Deus pode fazer muito mais com você do que fez com seu pai, e poderá fazer com seus filhos ainda além do que fez com você.
Seus filhos precisam olhar para você, para o seu exemplo e dizer: “Quero ser como papai quando eu crescer!”; assim era São José. Jesus tinha uma relação profunda com o Pai do céu, o tempo todo Ele O refletia em Sua missão.
"Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor" (João 15,9)
Isso vale também para nossa casa, em nossa casa deve ser assim. A coisa mais importante que os pais devem fazer por seus filhos é amá-los e ensiná-los a amar a Deus e aos outros. O que capacita os nossos filhos a amar a Deus e aos outros é o amor que dedicamos a eles. A verdadeira arma que Deus nos deu para sermos pais segundo o Seu coração é o amor.
Quando nos dedicamos inteiramente aos nossos filhos, eles compreendem que até o "não" é uma atitude de amor. Na cruz Deus Pai disse "não" a Jesus, disse "não" naquele momento porque não havia outra opção, só poderia Lhe dizer "não". Certamente Jesus não se chateou com o Pai pelo "não", pelo contrário, o entendeu como uma atitude de amor.
Se quisermos ser pais segundo o coração de Deus deveremos amar nossos filhos, não simplesmente com palavras, mas com atitudes concretas. O pai que quer fazer felizes os filhos e a esposa, deve ouvir e viver a Palavra que está em São João e a guardar para si. "Se guardardes os meus mandamentos sereis constantes e permanecerão no meu amor". Com todo o preço das renúncias que precisaremos pagar, permaneceremos no amor. Há um preço a ser pago para que nossa família seja segundo o coração de Deus. O preço é o sacrifício, a renúncia, parar de olhar para o próprio umbigo e entender que nem tudo tem que ser do nosso jeito. Muitas vezes, precisaremos parar e fazer o que o filho e a esposa estão nos pedindo. Por que você não pode fazer um pouquinho de sacrifício para sua família ficar unida?
Vivemos o mundo do mínimo esforço. Não queremos suar, carregar peso, perder a vantagem… Você tem pago o preço para ver o seu pai, seu filho, sua esposa felizes?
Não é fácil para um adolescente, nem para um homem, pedir perdão, mas isso é só uma "porcentagenzinha" para sermos felizes, então pague o preço e peça perdão. Que isso não seja apenas no Dia dos Pais, que seja todos os dias. Hoje é tempo de amar, ontem não dá mais para fazer isso, amanhã ainda não chegou. É tempo de amar e perdoar, foi isso que São José e Nossa Senhora sempre fizeram com Jesus. Quando o Menino Jesus passava por apuros, certamente, sabia para onde voltar.
É muito fácil os filhos nos trocarem por seus amiguinhos. Porém, se um dia os filhos estiverem na sarjeta quem os trará de volta serão os pais. Não espere amor maior aqui na Terra do que o amor de seu pai e de sua mãe.
Você que tem seu pai e ele já está mais velho, dê um alívio para o seu papaizinho. Deixe-o olhar para você e dizer: "Meu filho, minha alegria!". A alegria que o pai busca nos filhos é olhar para eles e vê-los realizados, amadurecidos e felizes. Assim respiramos aliviados e dizemos: "Consegui, graças a Deus!". Ele será um adulto feliz, capaz de ensinar aos seus.
Tornar nossa família feliz passa pelas nossas mãos, quando decidimos pagar o preço por aquela história. Temos nos comportado, muitas vezes, como verdadeiras ilhas, sozinhos, sem contato com ninguém. "Eu me basto!". A vida é uma potência, nós, porém insistimos em ficar em nosso mundinho como uma ilhazinha no meio do mar. Amplie a sua vida. Ame mais, você tem mais potencial para dar, ame até o fim, faça o tempo que você está passando nesta Terra valer a pena! E quando você for embora que as pessoas digam o quanto valeu a pena ter estado aqui ao seu lado. Você tem muito mais valor do que pensa ter.
Amplifique a sua vida, a sua casa, alargue a sua tenda. Você pode mais do que tem feito, pode amar mais do quem tem amado, ter mais paciência do que tem tido. Pai, mãe, filho, vocês podem ser muito melhor do que têm sido. O mundo está nos distraindo com muitas coisas, se queremos fazer algo temos de ter foco para realizar bem o trabalho que temos de fazer. Se não tomarmos a decisão de ter foco, o mundo vai nos engolir e não nos permitir sermos segundo o coração de Deus.
Abrace-me, porque no abraço pode morrer aquilo de mal que você fez. Pai, sou seu filho, abraça-me. Filho, sou seu pai, abraça-me!
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair