Este salmo 109 que nós cantamos, é muito mais profundo do que a gente imagina. Aqui é proclamado o sacerdócio eterno de Jesus. O sacerdote é o intermediário entre a terra e o céu e entre o céu e a terra. Justamente, o nosso intermediário, o nosso intercessor não veio da terra.
O nosso sacerdote veio do céu, é Jesus. E Ele vindo até nós, mais ainda, se fazendo um de nós, tornou se na sua Pessoa a união da terra e do céu; da terra porque ele era totalmente humano, tinha um corpo humano, mas não só, tinha uma alma humana, tinha o espírito humano como nós. Ele assumiu inteiramente o seu ser humano e nele foram unidas as duas naturezas, a divina e a humana, a terra ao céu e o céu à terra.
Nós, sacerdotes, temos a graça de usar o mesmo sacerdócio de Jesus, de sermos participantes deste sacerdócio. E é uma grande alegria para nós, sacerdotes.
O sacerdote usa o sacerdócio de Jesus em favor da Igreja e do povo de Deus.
Além disso, este salmo 109, é um belíssimo salmo messiânico, que narra a vida de Jesus. "Palavra do Senhor ao meu Senhor (…) até que eu ponha os teus inimigos debaixo do escabelo dos teus pés". Aqui está mostrando a soberania de Jesus, Ele deve está sentado ao lado do Pai.
Para isso, foi preciso, por causa da maldade dos seus inimigos, que Jesus teve que derramar o seu sangue para que seus filhos fossem livres. Mas, agora, o Pai diz: "Senta-te à minha direita até que eu ponha debaixo dos teus pés os teus inimigos".
Nós sentimos uma névoa de descrença que se opõe às coisas da Igreja. Para tentar destruir a cabeça que é Jesus, os inimigos levantam calúnias contra nós que somos o corpo da Igreja. Eles vão escavando coisas erradas, para destruir a Igreja que é santa – o seu povo é santo e pecador, mas a Igreja é sempre Santa e ela tem lutado para retirar aquilo que é joio no meio de nós. Nós somos a Igreja, nós somos o corpo e Cristo é a cabeça.
E o próprio Pai vai chegar um dia, e já está próximo, onde Ele vai dizer: "Filho, vai para resgatar aquilo que é seu, esta humanidade que te pertence".
Num diálogo entre a Santíssima trindade, Jesus pediu ao Pai: "Pai, me deixa ficar com eles?" E o Pai respondeu: "Mas como isso meu filho?" E Jesus respondeu: "Pela Eucaristia".
E como que abrindo uma cortina que está fechada, o Filho vai explicando a verdade sobre a Eucaristia: o pão já não vai ser mais pão e o vinho já não será mais vinho. E o Pai responde: "Pode ficar com eles, meu Filho, até que se consuma o fim dos tempos, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés".
È isso o que vai acontecer em João capítulo 6,53: "Em verdade vos digo: se não comerdes da carne do Filho do Homem e não beber do seu sangue não terá parte comigo".
Gente, em cada Eucaristia, em cada missa da qual participamos, vamos recebendo o verdadeiro corpo glorioso de Jesus e ali existe sangue, e o sangue glorioso de Jesus ressuscitado, a alma e a divindade, portanto um corpo glorioso.
O Senhor não vai olhar o quanto nós erramos na vida, mas na hora que o Senhor vier, os que morreram em Cristo, ressuscitarão em primeiro lugar e depois aqueles que estiverem em vida, em Cristo é claro.
É preciso ser como São Francisco, se preciso for nos jogarmos nos espinhos, porque há pecado em nós e nós precisamos lutar contra o que existe em nós, nos jogando nas roseiras ou no gelo para lutar contra o pecado.
Quando Cristo vier, nós que estaremos lutando, veremos o Senhor que virá por sobre as nuvens em glória. E todos nós precisamos ter este corpo glorioso. E a minha vontade é estar vivo para ver esta grande maravilha. Se você já estiver morto, não tenha medo não, pois seremos arrebatados com Ele, e como Ele vamos também ter um corpo glorioso.
Eucaristia, penhor da glória futura.
Eucaristia, penhor da minha glória futura.
Senhor, eu vou ressuscitar! Eu serei atraído por Ti, porque terei o meu corpo, impregnado de ressurreição pela Eucaristia que eu recebo, e eu Te verei face a face!
Transcrição: Célia Grego
Fotos: Natalino Ueda