Identidade: “Sou o que Deus pensa de mim”

Emmir Nogueira
Foto: Wesley Almeida
Eu sou o que Deus pensa de mim. Nós somos pó, temos em nós o pecado original. A segurança da minha identidade está em Deus, não está nas gavetas da minha identidade; está no Senhor. Quanto mais firme estiver o meu conhecimento sobre isso, tanto maior será minha certeza de que sou filho de Deus. Se eu tiver a convicção profunda de que minha dignidade está em ser filho amado de Deus e de que minha salvação virá, tudo o que vier não vai me abalar.

Nós precisamos orar e pedir ao Senhor que nos dê a consciência de que somos Sua imagem e semelhança. Quando tenho certeza do amor do Altíssimo nada me separa d'Ele. Peça essa graça a Jesus. Deus criou o homem e a mulher, mas, devido a vários fatores, muitas pessoas estão com a identidade sexual desarrumada. Para nós termos uma identidade sólida é preciso saber, em primeiro lugar, que somos filhos amados de Deus e, em segundo lugar, é preciso conhecer e viver o nosso ser homem e o nosso ser mulher. Se está identidade não estiver arrumada nós não conseguiremos chegar a Deus.

Nós lemos, em Gênesis, que Deus criou o homem e este estava só, então o Senhor criou a mulher e a apresentou a ele. Uma mulher é, por definição bíblica, um socorro de Deus para o homem. Encontrar a feminilidade é ser socorro de Deus ao homem. Toda a criação é descrita, em Gênesis, por meio da diversidade. O Todo-poderoso criou o sol e a lua, o homem e a mulher, complementares, mas diversos. O espírito do mundo atual é uma das coisas que mais preocupam a Igreja hoje. A tendência do espírito do mundo é começar a colocar em conflito a sexualidade masculina e feminina, indo para outro extremo ou dizendo que não há diferença.

Deus criou o homem e a mulher, é preciso que esta identidade seja bem clara: o homem seja completamente homem e a mulher completamente mulher. Nem o pecado original teve o poder de desfazer a instituição do matrimônio. O homem foi criado para ser homem e a mulher para ser mulher e isso não foi extinto. A mãe tem o papel perseverante para a criação dessa identidade clara. Maria é o maior exemplo de feminilidade.

Todas as pessoas são chamadas à santidade por meio do batismo, mas algumas pessoas, além da graça do batismo, recebem uma vocação particular. Todos os carismas são belos, são a vocação que Deus deu a cada um de nós. Se eu tenho um carisma particular é preciso que este seja identificado no âmbito de ser. É preciso que a identidade do meu carisma esteja bem clara na minha cabeça. O carisma vive enquanto alguém diz “sim” a ele. Você precisa conhecer a identidade dele [carisma], aquilo que o ser humano pode conhecer é para ser vivido. Os carismas não precisam de grandes gênios, eles precisam de grandes santos. João Paulo II disse uma frase bem marcante: “No dia em que eu encontrar um religioso vivendo seu carisma em plenitude eu o canonizo em vida”. Um carisma precisa de santos, se for um santo “torto”, ótimo! Se for um santo “burro”, sem problemas! Agora se for um doutor, inteligente, mas que não é santo, não serve! A estrutura de um carisma reflete o carisma. As pessoas são carismas vivos.

Somos filhos amados de Deus; recebemos do Senhor nossa identidade: masculina ou feminina. Recebemos d'Ele um chamado para determinado carisma, assim como recebemos do Senhor nosso estado de vida. As influências que vêm de fora marcam a nossa personalidade, mas não a nossa identidade. Aquilo que nós somos nos foi dado por Deus. Nossa personalidade vai ser influência por várias coisas: o lugar onde nascemos; a cultura, mas nossa identidade é aquilo que nos foi dado por Deus.

"Chamado é a maneira como vou servir a humanidade e a Igreja"
Foto: Wesley Almeida

Muitas vezes, as pessoas querem determinar o seu estado de vida. O sacerdócio é um chamado, o matrimônio é um chamado. Chamado é a maneira como vou servir a humanidade e a Igreja. O mundo vai criando na nossa cabeça fantasias, nós encontramos pessoas que querem se tornar sacerdotes pelo sucesso. Para nós sermos santos temos de entender essas coisas. Deus escolheu, para mim, um estado de vida e é necessário que eu leve tudo isso com muita santidade. Geralmente estamos tão confusos em nossa identidade que, sem percebermos, muitas vezes, nos tornamos um monstro. Por isso, precisamos viver a santidade.

Transcrição e adaptação: Pollyana Fonseca


 

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