Na celebração de hoje nós entramos em dois extremos: Começamos, na alegria, proclamando Jesus como Rei e, de repente, no Evangelho, nós entramos em outra parte completamente diferente: vamos vendo o sofrimento d'Aquele a quem a multidão tinha proclamado Rei. A nossa alma entra numa tristeza profunda, Aquele que tinha sido proclamado Rei, agora é crucificado. Pilatos não encontra problemas n’Ele, mas o povo O troca por um bandido, e assim, ele [Pilatos] O crucifica.
Nós entramos como que na última viagem. Muitas pessoas já fizeram sua última viagem, saíram de casa na intenção de voltar, mas na viagem acabaram morrendo. Jesus também viveu isso, Ele saía três vezes no ano para ir às festas em Jerusalém, principalmente na Páscoa. São Lucas mostra que o Senhor fazia seu último itinerário de viagem, Ele percebeu que chegava o momento de Ele sair para morrer, e Ele foi: "Agora eu vou". Cristo queria salvar cada um de nós, abrir as portas que foram fechadas.
Nós tínhamos um contato com Deus, mas quando Adão e Eva pecaram, Ele se afastou. Imagine a vida de uma pessoa que não quer ter Deus no coração? Foi assim que nós ficamos. Mas o Altíssimo, na sua infinita misericórdia, fez esse plano de salvação para nós e enviou-nos os profetas para que não perdêssemos a esperança. Enviou-nos Isaías para dizer: "Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca" (Isaías 49,15). E Deus tem paciência conosco: caímos, mas Ele nos dá sempre uma chance. Ele fez de tudo, mas não conseguindo, a solução foi esta: "Eu mesmo vou salvar meu povo".
Não fomos feitos para morrer. Imagine: Deus nos criar para morrer? Adão e Eva nasceram para viver, mas pecaram e junto com o pecado veio a morte. Deus não criou a morte, e para vencê-la Ele morreu para que fôssemos vitoriosos, por isso, muitas vezes, no Evangelho de São João Jesus diz que nasceu para nos dar a vida eterna.
Não sabemos quando vamos morrer, mas a morte vem, mas não sabemos a hora. Nosso Senhor, sabendo a hora que ia morrer, disse: "Eu vou". As portas do Paraíso encontravam-se fechadas, e só Ele poderia abri-la, dependemos d'Ele. Se Jesus dissesse: "Eu não vou" e fugisse, as portas do Paraíso jamais se abririam para nós. Mas Ele fez sua última viagem.
Jesus fez sua última viagem porque Ele carregava-me em seu coração. Ele carregava cada um de nós. Há 2008 anos, quando Ele foi para Jerusalém é porque Ele tinha de levar você. Abrir as portas do Paraíso é abrir as portas da eternidade, não haverá mais morte, choro. Nós perdemos tudo por causa do fruto da desobediência, mas Jesus precisava trazer de volta cada um de nós. O "ladrão" [inimigo de Deus] vem para que morramos, mas Jesus vem para que tenhamos a vida eterna.
Cristo tremeu no Monte das Oliveiras, suou sangue, mas foi tomado por um espírito de coragem porque precisava salvar você e lhe dar a vida eterna. Ele precisava vencer a morte. Quando Ele vai se aproximando de Jerusalém e vê o templo, chora dizendo: "Povo de cabeça dura se vocês soubessem quem passou por aqui não agirias assim". Ele entra em Jerusalém com uma jumenta, os grandes reis não iam para a guerra com uma jumenta. O Senhor fazi isso porque Ele não quer guerra, Ele quer paz. Ele entra direto para o templo e sai do outro lado com a cruz nas costas; é a última viagem de Jesus. Ele pega a cruz e a assume. Ele entra e morre.
"E eis que véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo" (Mateus 27, 51). Quando Ele entrega a alma o véu se rasga e todos agora podem entrar no Paraíso.
Transcrição: Willieny Isaias