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Dentro desse acampamento, com a permissão da Liturgia da Igreja, quero celebrar agora, nessa Missa a Liturgia da Virgem Maria. Isso devido a tudo o que o Senhor tem nos falado nesse dia e porque o Sábado é um dia profundo e consagrado a Mãe de Deus. A Missa é o sacrifíco de Jesus e nela está presente a Virgem.
Eu tenho um carinho especial por Nossa Senhora das Dores, pois nela se vê a paixão de Jesus com a face materna. É como a mãe que sofre de muitas maneiras, por tantas situações. Nela vemos também o sofrimento da Igreja, a redenção do Senhor com a face mariana. Nossa Senhora das Dores, mais do que um título é uma realidade da sua própria vida, por isso em todas as Missas a Mãe de Deus está presente.
De que maneira ela está presente? Como? O Papa João Paulo II responde que é uma presença misteriosa. Permita-me falar teologicamente: \”se o sacrifíco do Senhor é atualizado e a mãe do Senhor estava presente no calvário, então ela está presente na Missa. Por isso hoje queremos enaltecer a Mãe de Deus. Mãe do Santíssimo Sacramento\”.
O Evangelho de hoje fala mais uma vez da \”Hora\” do Senhor. Toda Missa é a glorificação do Pai pelo Filho. É o maior ato de adoração dado a Deus. Agora é chegada a \”hora\”. Dentro da \”hora\” de Jesus, temos a terceira hora e foi exatamente nessa terceira hora que Ele deu à Igreja Sua mãe. Ele disse: \”Mulher eis aí o seu filho\”. Na pessoa do discípulo amado está presente o mistério dos seguidores de Jesus. Olhando para nossa história, sabemos muito bem como o Senhor nos assemelha ao mistério da Missa.
Você pode fazer pela sua história de vida uma Missa. Se você sabe viver a humilhação e ser condenado injustamente em silêncio, então você assemelha sua vida a vida do Senhor. Não se trata de masoquismo, pelo contrário, sabemos que nosso coração precisa chegar onde Ele necessita. O Senhor vai moldando nosso coração e nossa vontade.
Sabemos que nossa vida é única, e no tempo, decisão, e momento em que Deus entrega algo para vivermos, não podemos duvidar da vontade do Senhor. Se a \”hora\” de Jesus é a \”hora\” da cruz, o mundo não entende isso. Dentro do tempo cronológico estamos celebrando a eternidade da Missa. Preciso entrar nessa \”hora\”, pois sei o quanto Deus tem me preparado para esse sacrifício.
Não é a minha fé que realiza o sacramento, quem realiza o sacramento é Deus, mas se me entrego a Ele pela fé, então entro no sacrifício de Cristo. O Papa disse que é preciso que o sacerdote celebre a missa com sentimento e emoção. São Pio trazia os sentimentos de Jesus ao celebrar a Missa. As pessoas percebiam nele os sentimentos de Jesus ao celebrar a Missa. O sacerdote é aquele que sacrifica o Cordeiro, ele é a Persona Christi. Nemhum padre está no lugar de Jesus Cristo, nós somos a pessoa de Jesus Cristo.
Mas como pode um homem marcado pelo pecado ser a pessoa de Jesus? Eis o mistério que traz a Igreja, a esperança da santidade. A missa chama e atrai os pecadores a misericórdia. A Igreja deseja que todos venham a Missa para ver Deus.
Quando o Senhor entrega a Sua Mãe ao discípulo amado, devemos dizer que quem cuida dos sacerdotes é a Mãe de Cristo, Ela não permite que os discípulos do Senhor se percam. Ela forma o coração da Igreja. O Senhor diz: \”Mulher olha aí o seu filho\”, como sua Missa. Precisamos sentir com os sentimentos do Senhor na Santa Missa.
A Missa é o sacrifício eterno, como muitas vezes escutamos. A Igreja celebra e atualiza o sacrifíco do Senhor e nele está presente a Mãe de Deus. Nosso amor e respeito a Ela não é simplesmente como um culto de veneração é mais do que isso, é um culto profundamente especial. Ela gerou Deus. Ela não é adorada, pois não é Deus, mas merece um culto muito especial e singular.
O carinho singular e pessoal que a Mãe de Deus tem pelos sacerdotes é à imagem de João, portanto quando falta a alegria e santidade, a Igreja sofre, mas não nega a alegria da Virgem de zelar pelos sacerdotes da Igreja. Quando escutamos sacerdotes vítimas de perseguição, não podemos cair no julgamento.
O primeiro intuito da mídia patrocinada pela maçonaria, é destruir o sacerdócio do Senhor presente em nós. Quem consagra as espécies do pão e vinho em corpo e sangue do Senhor somos nós sacerdotes. Não é uma imitação, nem teatro, mas é Jesus Cristo na pessoa dos sacerdotes quem consagra. João recebeu a ordenação ao lado da Mãe de Deus.
Só há um sacerdote, não há outro, o sacerdócio de Jesus é único e eterno, mas ele está presente de maneira substancial na pessoa do sacerdote ordenado. O sacerdote tem as mãos ungidas para trazer o Espírito Santo. O Espírito Santo não vem do céu, mas da cruz. A imposição das mãos do sacerdote não é como a dos leigos. Na consagração você escuta verdadeiramente a voz de Jesus Cristo. Nessa hora não é a voz do sacerdote, mas de Jesus Cristo e nessa hora você deve adorar. Jesus vem de dentro do sacerdote e não do alto. Por isso o demônio vem para aniquilar os sacerdotes.
A Mãe de Deus estava presente na Missa do calvário, assim como estamos nessa Missa e em qualquer outro lugar do mundo. Esse altar não é mesa, mas é onde o Senhor será sacrificado. No altar se consagra. Se um sacerdote pode consagrar o corpo e sangue do Senhor, quanto não vale a vida de um sacerdote? É por isso que o Senhor pede a Sua Mãe para guardar os sacerdotes. São Franscisco de Assis já dizia: \”aí daqueles que falarem mal dos sacerdotes\”.
Essa não é mais uma Missa, é a única Missa.
A Missa da quinta-feira Santa é a mesma do calvário e é mesma que estamos celebrando agora. É o mesmo sacrifício, é a mesma voz do Senhor Jesus Cristo. Hoje, pela voz do sacerdote, vamos escutar a voz de Jesus Cristo. É a única consagração, a única Missa. A pior desgraça é quando o católico \”rotina\” a Missa. A cada dia o Senhor nos dá o seu coração de uma maneira diferente. A Missa é a maior alegria e esperança da Igreja. O católico que não vai a Missa não conhece Jesus Cristo. Cada um de nós deve gritar: Senhor perdoe o meu orgulho, eu preciso de Deus!
Fotos: Natalino Ueda