Todos nós, em tudo o que fazemos, estamos em busca de uma só coisa: o amor perfeito.
A Palavra da Liturgia de hoje mexeu com o meu coração e me encantou, porque parece que foi combinado, e na Canção Nova a liturgia sempre é muito providente.
“Deus nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê.
Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão.Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus; e todo o que ama aquele que o gerou, ama também aquele que dele foi gerado. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: se amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Eis o amor de Deus: que guardemos seus mandamentos. E seus mandamentos não são penosos, porque todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 4,19- 5,4).
Todos nós, em tudo o que fazemos, estamos em busca de uma só coisa: o amor perfeito. Lá no fundo do nosso coração, queremos somente uma coisa: se namoramos, é porque queremos o amor perfeito; se temos filhos, se nos casamos e rezamos, é porque também queremos um amor perfeito. Se bebemos e pecamos, também estamos querendo um amor perfeito, mesmo buscando-o de forma errada, pois achamos que Deus está nessas coisas.
A mulher romântica procura o príncipe encantado, o amor perfeito. As meninas ficam encantadas quando se deparam com um exemplo e idealizam esse amor. Talvez, na adolescência, você pregasse pôsteres na parede, porque já almejava amor perfeito. O coração da adolescente está no auge e quer, mais que tudo, esse amor. Ao longo da nossa vida, continuamos buscando por ele e, em um momento, você acha que o encontrou.
Talvez, você rapaz, ache que a sua namorada é seu amor perfeito, e fique pensando a noite inteira nela; e quando ela passa perto da escola e joga o cabelo, você se derrete. E daí você pensa que não existe felicidade maior do que namorar com ela. Mas, depois de um tempo, você se sente traído, porque achou que havia encontrado o amor. Então, começa a chorar no travesseiro, no banheiro para a sua mãe não ouvir. Você chega a pensar que nunca mais vai encontrá-lo, mas passa uma semana e você já está gostando de outra pessoa, porque você procura o amor perfeito.
Mas só existe um amor perfeito, e este amor vem de Deus. Por isso, precisamos buscá-Lo para preencher essa ausência de amor que sentimos.
Quantas cabeçadas damos nesta vida, porque estamos iludidos com o amor! Há uma fase no casamento em que, depois de muitos anos de casados, o matrimônio passa por uma crise e os cônjuges querem trocar a (o) esposa (o) por outra (o). Dizem: “O amor entre nós acabou”. Isso acontece, porque eles não entenderam nada sobre o que é o amor.
Milhares de anos se passaram e as pessoas não entenderam o que é amor. Ele não é sentimento, mas decisão. O amor suporta as provações, a dor. Isso é amor. No mundo, as pessoas matam em nome do amor, fazem da vida do outro um cativeiro. Isso não é amor. Se você liga a TV, vê que uma pessoa diz que amava a outra, mas a matou, porque não queria vê-la com mais ninguém. No mundo, o amor é como aquilo que me convém, que me satisfaz.
Em Corintios, 13, vemos que a caridade se resume no amor. E é esse o amor que preenche o coração, porque vem de Deus. E se queremos nos aproximar d’Ele, não há outro caminho a não ser o de amar concretamente como disse Papa Francisco: “O amor não é teoria, é ato concreto. O amor é ação que me empele a ir ao encontro do outro”. Muitas pessoas dizem: “Eu me deito com o meu namorado (a), porque eu o (a) amo”. Mas o amor é paciente e tudo espera.
Papa Francisco disse: “O amor não pode ser como uma cena de novela, um amor teórico e paixonite, onde a vida é conduzida pelas paixões”. Se eu sinto, eu fico; se não sinto, vou embora. Amamos, porque Deus nos amou primeiro.
Conta a lenda que, todos os dias, um velhinho pegava um ônibus lotado e descia numa clínica, e aquele ponto de ônibus que ficava em frente a uma banca. A moça da banca, então, lhe perguntou: “O senhor é funcionário daquela clínica?”. Respondeu ele: “Não, é porque minha mulher está internada lá com Alzheimer, mas ela já não sabe nem quem eu sou!”. “Então, perguntou a moça novamente, por que o senhor vem todos os dias aqui se ela nem sabe quem o senhor é?”. E ele disse: “Ela pode não saber muito bem quem eu sou, mas eu sei quem ela é”. Muitas vezes, fazemos assim com Deus, nos esquecemos d’Ele.
O Senhor nos amou primeiro, Ele nos precede no amor. É desse amor divino que estou falando, não do amor do mundo, que usa o outro por benefício próprio. Talvez você esteja em frangalhos, porque vê uma ferida enorme, pois achava que tudo o que vivia era amor, mas você só foi usado muito tempo pelos outros. Hoje, Deus está atraindo você pelo amor. Ele está lhe dizendo: “Eu jamais tirei os meus olhos de você!”. O Pai não quer que você espere para se encontrar com Ele. Jesus quer que você se encontre com o Seu amor agora.
Deixe Deus fazer o que Ele mais gosta, que é amar você. “Aquele que diz amar a Deus, ame também o seu irmão”. Mas pode ser que você diga: “Fulano pisou na bola comigo, maltratou-me na frente dos outros, humilhou-me por tanto tempo!”. A Palavra é muito clara: “Aquele que não ama o seu irmão, como vai amar a Deus?”. Se não entendermos isso, vamos ficar a vida toda procurando o amor perfeito e não vamos encontrá-lo.
Talvez você se pergunte: “Como eu amo Deus?”. Quando você dá a sua vida por amor a Ele. “Será que eu amo o Senhor apenas quando eu dou a vida em uma consagração, em uma comunidade religiosa?” Não. O amor concreto passa pelos pequenos gestos, ele acontece na coxa de frango que você deixa para o seu irmão. O amor passa por aquele copo de água que seu pai pede. Se o amor não passa pelos pequenos gestos, não é amor, é um pseudoamor.
Se não formos fiéis no pouco, não vamos ser no muito. Jovens Revolução Jesus, esta é a face do amor verdadeiro. Onde você precisa agir concretamente? Não temorize o amor, porque ele é ação e é concreto.
Meu amigo Du sentiu uma necessidade muito grande de se aproximar de seu pai, porque os pais dele eram separados, por isso ele não tinha esse afeto paterno. Mas Ele precisava fazer alguma coisa para demostrar esse amor. Como o pai dele era maquinista e viajava muito, ele pegou uma folha de caderno e escreveu um bilhete, dizendo que o amava. Ele não tinha coragem de entregar o bilhete, então, pegou a mala do pai e colocou o bilhete dentro. Depois, voltou para a casa da mãe.
Passado um tempo, ele voltou à casa do pai e viu a mensagem que havia escrito num quadro na parede. O jeito de seu pai amá-lo foi fazendo uma arte com o texto do filho, colocando-o num quadro. Tempos depois, seu pai morreu. Mas o Du me disse: “Meu pai se foi, mas sabendo que eu o amava e eu sabendo que ele me amava”. Há algumas atitudes que você precisa demonstrar em gestos de amor.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.