O apóstolo Paulo nos disse hoje: “Maldito todo aquele que é suspenso no madeiro” (Gálatas 3,13). O Senhor Jesus, no Evangelho, disse com toda autoridade: “Se é por meio de Belzebu que eu expulso demônios, vossos filhos os expulsam por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então chegou para vós o Reino de Deus” (Mateus 11, 19-20).
A expressão bela que Jesus usa "dedo de Deus" é para dizer que Ele tem o Espírito em plenitude, o Espírito Santo está em plenitude em Cristo Jesus; Ele é o dedo de Deus.
A dureza de coração fez com que os fariseus e doutores da lei entregassem Jesus a uma humilhação muito forte, dizendo que Ele expulsava os demônios por meio de Belzebu. Belzebu é o chefe dos demônios e também, na cultura da época, todos aqueles animais que eram sacrificados no templo e jogados nas valas. E aquela moscas enormes que pousavam sobre aquelas carnes também eram chamadas de Belzebu.
É pelo Espírito de Deus que Jesus expulsa os demônios; mas não O reconheceram. E até hoje quantos corações são duros e insensíveis ao Senhor! Ninguém pode compreender a vida do Senhor sem o seu Espírito.
Queremos meditar o Senhor na cruz, tudo aquilo que Ele sofreu. É pelo dedo de Deus que o Senhor cura e realiza os milagres, mas veja a diferença: em vez de dizerem ao Senhor que era pelo Espírito Santo que Ele curava, humilharam-No dizendo que era por Belzebu. E essa dureza de coração ainda está em muitas pessoas.
Vamos olhar para o coração do Pai: o Espírito Santo leva o Senhor até a cruz, pelo dedo de Deus. Como o Pai olha o Filho no Calvário? Quais são os sentimentos do coração do Pai? O que Ele sente ao ver o seu Filho? O Pai tem uma atitude da santidade d'Ele, Ele é silêncio, e esse silêncio do Pai significa a comunhão do Pai com Filho. É lindo o silêncio do Pai! Quanto aprendemos com esse silêncio do Senhor, que não é insensibilidade, é a certeza de uma comunhão profunda com o Filho. "Meu Filho, a sua obediência é minha glória!". O grito de Jesus não foi de desespero, mas de resgate da humanidade. Vocês nunca podem pensar que o Pai não tem sentimento, o silêncio d'Ele é a compaixão pelo Filho.
A maior comunhão que você pode ter é o silêncio na comunhão que você comunga. O silêncio cura as feridas das palavras, porque o silêncio é dom do Pai, a quem o Filho comungou profundamente. O silêncio não é só ficar quieto. Adorar o silêncio do Pai no Calvário é o que quero lhes ensinar nesta Santa Missa. Ele viu o amor sem medidas do Filho; a cruz é o lenho da obediência, é o lenho da compaixão. O Pai comunga o Filho no Calvário. A Liturgia da Igreja é um mistério, não é festa, é mistério insondável de Deus Pai e Deus Filho, diz Bento XVI. Meditem o amor do Pai por Jesus na cruz. Como é maravilhoso o coração do Pai!
Ninguém aceita a cruz, o sofrimento é detestável pelo mundo, por isso zombam da cruz de Cristo porque não conhecem o amor de Deus. A Santa Missa é o sofrimento de Deus por você. Qual é o seu olhar para Jesus na Missa? Qual é a sua compaixão para com o Senhor Jesus? Onde está sua alma sedenta de Deus?
Quando Jesus morreu na cruz o véu do céu se rasgou para dizer que o mistério foi revelado. O Filho é o esplendor da glória do Pai. O silêncio do Pai é porque Ele estava comungando Jesus no Calvário.
Tenha também a graça de ser conduzido pelo dedo de Deus.
Transcrição: Willieny Isaias
(12) 3186-2600
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