É importante que a nossa participação na liturgia da Igreja não fique restrita apenas a um único dia. Quando o cristão vai participando da liturgia, a cada dia ele vai entendendo o desenrolar dos acontecimentos bíblicos.
Hoje, temos a sequência, na primeira leitura, do que aconteceu com os apóstolos após sua libertação da prisão. Eles foram ao Templo após terem sido libertos pelo anjo do Senhor, que lhes deu a seguinte ordem: “Ide falar ao povo, no Templo, sobre tudo o que se refere a este modo de viver” (cf. At 5,20).
A primeira característica de um apóstolo é ser um homem obediente. Os apóstolos obedeceram à ordem que o anjo lhes deu de pregar no Templo assim que saíssem da prisão.
A leitura de hoje é o que ocorre após este fato. Os apóstolos são novamente presos e conduzidos ao Sinédrio. Esta passagem mostra o Sumo Sacerdote como alguém que faz parte do partido dos saduceus. E isso é importante, pois os saduceus eram aqueles que não acreditavam na ressurreição dos mortos. Pedro, então, diante das ameaças daqueles homens, vai dar uma resposta que “bate de frente” com aquilo que os saduceus ensinavam:
"Naqueles dias, eles levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz” (At 5,27-30).
A grande surpresa é a resposta de Pedro, daquele que outrora negara Jesus por três vezes. Ele toma a frente diante das acusações dos saduceus e diz: “É mais importante obedecer a Deus do que aos homens”. E ele dá testemunho da ressurreição, porque sabia que isso era algo que incomodava aqueles homens.
Para um testemunho de defesa ser tido como válido eram necessárias duas testemunhas. E Pedro afirma: “E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem” (At 5,32).
Olha aí o testemunho válido de duas testemunhas! O próprio Espírito Santo apoia e confirma o testemunho dos apóstolos.
O caminho para a ação do Espírito Santo é a obediência. A crise do mundo não é uma “crise de obediência”, mas sim uma crise em saber escolher o que é a prioridade. Nós obedecemos aos horários de trabalho, ao pagamento daquilo que é devido e assim por diante, mas o problema é a nossa falta de capacidade em saber escolher aquilo que é prioritário em nossa vida.
O grande problema não é que não obedecemos, mas sim em querermos obedecer àquilo que nos convém. Existe atualmente um povo, um segmento, um grupo que quer nos proibir de obedecer a Deus por primeiro. Eles dizem: “Que besteira esta coisa de obedecer a Deus! Você tem que ser feliz fazendo a sua vontade”.
E o Evangelho de hoje nos diz que quem rejeita ao Filho não tem a vida eterna. Imagine você chegando aqui na Canção Nova, sendo muito bem-vindo e alguém, então, proíbe o seu filho de entrar com você? Você ficaria aqui se isso acontecesse? É evidente que não! Qual o pai ou a mãe que consegue ser simpático com alguém que não acolhe os seus filhos?
O mesmo se dá conosco muitas vezes, pois aceitamos os mandamentos de Deus “em parte”. Aceitamos Jesus pela metade. Dizemos: “Eu sou cristão, mas não aceito certas coisas que Jesus disse”. Isso é o mesmo que “serrar” o Senhor pela metade!
A ira de Deus permanece sobre aquele que rejeita Seu Filho. Aceitar o Filho não é somente dizer “eu acredito em Jesus”, mas é receber o “pacote completo” e não ficar com somente aquilo que Jesus ensinou e que lhe convém! Não existe uma terceira coluna. “Eu acho que sou cristão” ou “Eu acho que não sou”. Isso só traz falta de paz e insegurança. Como você acha que o Pai se sente ao ver-nos rejeitando o Seu Filho?
Aceitar Jesus pela metade é o mesmo que rejeitá-Lo. Quantos de nós sofremos na vida, porque vamos aceitando tudo pela metade. Quantos estragam o próprio casamento, porque o aceitam somente pela metade. Não assumiram o matrimônio por completo com todas as suas alegrias e exigências.
Há muitas pessoas por aí que “se fazem de infelizes”, mas continuam buscando a felicidade. A liturgia de hoje mostra o que a obediência é capaz de fazer na vida de um infeliz. É o Salmo de hoje: “Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido”. Você não quer ser ouvido por Deus? O grito, aqui, não é um sinal de histerismo, mas sim um pedido de socorro. Na “hora do aperto”, nós abrimos a boca e berramos mesmo. Este é o grito das nossas necessidades.
Olhe que maravilha: este infeliz deixou de ser infeliz. E sabe por quê? Porque ele falou com Deus. Mas e quanto a nós? O que fazemos quando passamos por problemas? Muitos vão ao bar ou fofocar com a vizinha sobre as suas angústias, mas o infeliz deste Salmo decidiu-se por falar com Deus. Eu prefiro ser um infeliz que é ouvido por Deus do que um “feliz” que está aí de braços cruzados, sem ter quem o escute, pois está gritando para o lado errado. É feliz quem tem o seu refúgio em Deus! E o Senhor, aqui neste Salmo, liberta este infeliz de todas suas angústias. Quantos de nós temos e conhecemos pessoas com o coração atribulado. E o Salmo aqui diz que o Senhor está perto daquele que tem o coração atribulado.
Você conhece alguém que não tem alma? Porque o desanimado é aquele que não tem alma. Aqui do lado da nossa chácara [sede da Canção Nova] tem um cemitério. É ali que estão os desanimados. O desânimo é um ensaio para a morte. E Jesus não suporta alguém morto. Basta que Ele se aproxime do morto para que este ressuscite.
Atenção desanimados! Aquele que rejeita o Filho não tem a vida eterna e a ira de Deus permanece sobre ele. E quando a ira de Deus permanece sobre alguém é impossível que esta pessoa seja feliz. A Palavra de Deus é um convite a nos animarmos no Senhor. Buscamos a felicidade em tantas coisas e esquecemos que hoje Deus nos dá esta receita para a felicidade.
Corte de seu vocabulário a palavra “desânimo”. Tire de vez do seu linguajar os palavrões, as maldições, as palavras fúteis. Grite para Deus, pois Ele ouve os infelizes.
Precisamos hoje fazer esta experiência de colocar o Senhor em primeiro lugar, porque sempre teremos sofrimentos na vida, mas quando Ele permanece conosco, ao nosso lado, tudo se torna mais fácil e mais simples. Jesus tem o poder de nos ressuscitar. E hoje Ele quer ressuscitar também aqueles que estão vivos, mas que vivem como mortos por causa do desânimo.
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira
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