Jesus eu entrego o meu nada no abismo de sua misericórdia.
Eu não sei que horas os ponteiros da sua vida estão marcando, mas no relógio de Deus só tem uma hora, os ponteiros de Deus estão perenemente marcando três horas da tarde. Deus não tem outra hora que não seja a da misericórdia.
Este é o tempo e não há outro tempo. A palavra de Deus afirma que os homens são capazes de ler os sinais dos tempos, mas não sabem ler os sinais do Senhor. Peçamos a Virgem mãe de Deus a graça de viver bem os tempos.
Qual é o tempo? Qual o lugar? Ainda dá tempo de voltar para o Senhor, pois a hora é agora, o lugar é este. Já estamos nos tempos finais como em um jogo. O bom Deus está como justo juiz nos dando um acréscimo para nossa salvação. Ele mesmo disse a Santa Faustina que antes dos fins dos tempos ele viria em nosso auxílio com sua misericórdia. É como um brinde que o Senhor nos dá. “Antes de vir como justo juiz, eu virei como Rei da misericórdia”afirma em seu livro.
“O Senhor deseja que todos os homens se salvem”(Timóteo 2,4). O Senhor nos quer a todos, você e toda sua família, toda a sua paróquia, todo o seu grupo de oração. É das entranhas da misericórdia do Senhor que brotou a Festa da Misericórdia.
Não temos mais tempo a perder, não dá para brincar de ser cristão. São os últimos tempos! 1 pd 5,8 “O tempo urge e o leão ruge.”
Por diversas vezes minha alma ouviu: “Misericórdia”, os santos evangelhos registram que o senhor quer isso de cada um.
O diário de Santa Faustina foi também o diário de cabeceira de João Paulo II. A conferência de Aparecida nos números 93, 99 e 366 chamou a atenção para os finais dos tempos. O Papa Francisco na Evangelii Gaudium também nos chama a atenção para este tempo.
É preciso ter uma vida em função da vinda gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas não se pode esquecer da nossa ida para o senhor. É preciso que rezemos no ritmo da vida e vivamos no ritmo do Senhor. É o tempo de Deus para você e os seus. O Pai das misericórdias vê o mundo pelas chagas de Jesus.
Se o Pai nos vê através das chagas de Jesus, nós também precisamos ver o outro nas chagas de Jesus. Precisamos pedir a ele palavras de misericórdia, passos, atitudes, gestos de misericórdia.
O Papa João Paulo II certa vez disse: “Não conheço oração mais expressiva para este tempo que esta: Jesus, eu confio em vós”. Precisamos rezar ao ritmo das machucaduras dos nossos, ao ritmo das nossas machucaduras, colocar tudo no tempo de Deus para vivermos em estado de graça. Não dá mais tempo para pecar!
A todos que vierem com confiança neste final de semana o Senhor lhes dará a salvação.
No dia 02 de Abril de 2005, meu coração estava apertado, e ao finalzinho do dia acompanhado pelo mundo inteiro falecia com odor de santidade João Paulo II. Ele havia acabado de participar da Santa Missa e expirou. O Santo Padre havia deixado escrita a sua homilia: “A humanidade que por vezes parece estar perdida e dominada pelo mal do egoismo e do receio o senhor oferece em dom o seu amor que converte o coração e traz a esperança e a paz… Quanta necessidade tem o mundo de acolher e compreender a misericórdia Divina.”
O Senhor quis se valer de dois poloneses quais centelhas para a misericórdia no mundo todo. João Paulo II afirmava que sua missão era a da Misericórdia. “A época atual da Igreja, tão crítica do mundo, é a época da oração a misericórdia que é um grito de súplica no mundo” (Dives in misericórdia)
Existem três fundamentos da Festa da Misericórdia: Confiança, sacramento da reconciliação e obras de misericórdia. “Coloquem a esperança na minha misericórdia”; “Quanto mais pecadora a alma mais merecedora da misericórdia, o meu amor não exclui ninguém” (Diário de Santa Faustina).
Quanto a confiança, Jesus afirma a Santa Faustina que o que mais fere o seu coração quanto ao próprio pecado cometido, é a desconfiança para com sua misericórdia. Peçamos a Deus a graça de confiar novamente Nele, crendo que a confiança em sua misericórdia nos salvará.
Referindo ao sacramento da reconciliação, antes de se realizar os maiores prodígios é preciso apresentar-se ao representante de Cristo e confessar seus pecados. “Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver, ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, o Senhor fará ressurgir aquela alma para a vida plena.” Nosso abismo de sujeira, imundície e podridão pode ser mergulhado na misericórdia do Senhor.
O primeiro Domingo depois do Domingo da Páscoa é a Festa da Misericórdia. Também é preciso ação, as almas devem se lembrar das exigências da minha misericórdia. “Mostra-me a sua fé pelas suas obras.”
O que Deus nos dá não é por merecimento, mas por misericórdia, apenas por sua bondade. Ainda que você se sinta imprestável, miserável e o mundo te trate assim, podem até te chamar por sua miséria, mas Deus te chama pelo nome, e te chama: “Meu filho”.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair