Perseverar no amor de Cristo

Padre Fabrício
Foto: Wesley Almeida
Qual a importância do perseverar? É na perseverança que a beleza do final é preparada. Qualquer coisa na nossa vida adquire um significado não pela empolgação do começo, mas pelo significado que eu deu à permanência. O Evangelho de hoje nos convida a perseverar.

Muitas pessoas, no início da caminhada, se empolgam, vão à Missa todos os dias; mais do que isso, várias vezes ao dia. No entanto, depois de um tempo, desanimam. Por isso, na liturgia de hoje, perseverar é o convite.

Entre os casais, muitos acham que a lua-de-mel é o mais importante, mas não sabem que entre ela e o “felizes para sempre” tem uma grande caminhada. Não dá para comprar um pacotinho de “felizes para sempre” e tomar todos os dias, porque ele é conquistado durante as lutas e permanências.

Os santos não se fazem quando descobrem Deus, mas no que construíram durante a caminhada, enquanto perseveravam. No entanto, hoje, perseverar demora demais, porque a pressa é para viver o “felizes para sempre”, mas se esquecem de que entre o início e o fim existe o desenvolvimento.

A nossa história de salvação é um constante movimento de Deus para ficar conosco. Ele quis estar conosco, se fez homem para ficar em nosso meio. Mas não foi acolhido; foi julgado, maltratado, morreu e ressuscitou. Deus não é fogo de palha, Ele não desistiu de nós; Ele escolheu amar permanecendo.

Quer saber se você é fogo de palha? Veja se desistiu no primeiro problema que bateu à sua porta. E nós escolhemos amar por um tempo. Quer entender a escolha de amor dos jovens de hoje em dia? Ficar. Ficar é começar empolgado e acabou aí. Às vezes, nem sabe o nome, quem é, o que vem fácil, vai fácil. Não gastou tempo para construir um relacionamento.

"Que a escola de nossa vida seja a perseverança"
Foto: Wesley Almeida/CN

O que dá sentido a tudo que fazemos é o tempo que gastamos para cultivar. O problema é que hoje é mais fácil ter um amor vagabundo, ou seja, que fica vagando, sem ter destino certo. O convite de Jesus é “permanecei no meu amor”. Isso é uma afronta para quem está vivendo “ficando”, emprestando-se.

Os nossos filhos são frutos do tempo que permanecemos com eles, mas se você tem pouco tempo para seus filhos, dê qualidade ao seu tempo. Pai que permanece com seu filho, percebe que ele está com uma mancha no braço, que tem alguém judiando dele. Já há pais "ficando" com o filho, mas o que educa não é ficar, é permanecer.

Você precisa trabalhar? Trabalhe. Não vou lhe dizer para parar de trabalhar, porque não posso pôr dinheiro na sua casa.

Onde você tem permanecido? Onde tem investido seu tempo? Ninguém cuida daquilo que não é importante para ele. As pessoas são educadas com a permanência, com a perseverança. Se a cada coisa que acontecer no seu casamento, você quiser da um fim nele, vai jogar fora o tempo da perseverança e não vai conhecer o “felizes para sempre”.

Domingo agora é Dia das Mães e coração de filho parece que fica mais mole neste dia. Talvez seja a hora de esquecer a vagabundagem e escolher permanecer, mesmo que o frango assado tenha de ser dividido por 20 pessoas e o refrigerante dê um pouquinho para cada um. Pode faltar tudo, mas uma coisa não pode faltar: a escolha de permanecer no amor. Escolha agora a coragem de encurtar as distâncias.

Muitos não estão distantes fisicamente, mas distantes do coração da mãe. Tavez você não tenha dinheiro para um presente caro, mas não pode faltar o beijo e o abraço na mãe, porque isso não tem dinheiro que compre. Há muitas teorias por ai, mas o “felizes para sempre” precisa ser preparado durante o tempo de perseverança. Hoje, experimente ser feliz para sempre; escolha perseverar. Que a escola de nossa vida seja a perseverança.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso


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