Povo de Deus aproximai-vos

Padre Fabrício
Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

Dentro desse acampamento que traz como tema um olhar que cura a liturgia nos mostra pela Palavra que era da vontade de Deus que realizássemos neste fim de semana esse acampamento. A partir desse salmo que diz que o Senhor pousa seu olhar sobre os que o temem e confiam.

Esse olhar pousa sobre aqueles q confiam esperando seu amor. Deus olha para todos, mas para que esse olhar possa pousar e agir em você é necessário que você autorize. A partir da segunda leitura Deus vai nos tratar de “caríssimos, meus queridos, irmãozinhos”, Ele vai nos convocar, convidar. É uma experiência pessoal, aproximar-se. Isso está ligado com o chamado que Deus nos faz de juntarmos nossas experiências pessoais numa comunidade, numa assembleia.

O aproximar-se tem um significado muito grande. Muitos não puderam se aproximar do Senhor. A primeira leitura tem muito a ver com o povo na época do Egito quando se encontraram na montanha em Ex 19 é relatado a saída do povo do Egito e a chegada ao monte Sinai. O povo chegou ao pé da montanha, mas só Moisés foi chamado para ouvir o que Deus tinha para aquele povo. Naquela situação existia uma exigência Ex 19,12 “Fixarás em torno na montanha um limite para o povo”. Assim o povo fez a experiência de um Deus de longe. Mas agora, nesta segunda leitura Pedro vem dizer “povo de Deus aproximai-vos”.

Somos convidados a nos aproximarmos dessa “pedra viva”, que foi rejeitada pelos homens, mas escolhida e honrosa aos olhos de Deus. 5 “Do mesmo modo, vós como pedras vivas formais um edifício espiritual”. Essa leitura está nos dando o título, a nobreza de pedras vivas. Vivemos esta nobreza sendo um cristão vivo, ativo, que professa e vive a fé. O cristão pedra viva aguenta firme até o final.

O que a liturgia de hj está querendo nos alertar é que somos essa pedra viva, nos comparando a Jesus, nos levando a formar um edifício espiritual formado com nossa história, nossa vida. Reúne-se essa comunidade para que cada experiência pessoal se torne comunitária a fim de oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus.

Quando perdemos a capacidade de oferecer sacrifícios decaímos na vida moral. O sacrifício é uma regra, uma exigência. Quando temos um povo que não faz sacrifício, temos um povo que não se converte. São as entregas do dia a dia, sacrifícios espirituais.

Hoje Jesus novamente diz para os discípulos “Não se perturbe o vosso coração, tendes fé em Deus e em mim também”. Alicerce a sua vida na pedra angular, na pedra viva. O remédio para não perturbar o coração é ter fé em Deus. Não podemos desviar nosso coração do foco, da meta que é o céu. Mas se meu coração começa a se perturbar, se falta a vivência da fé, está faltando acalmar o coração. Deixe seu coração num lugar onde ele pode repousar, pois quem Nele confia não será confundido.

"Quando perdemos a capacidade de oferecer sacrifícios decaímos na vida moral"

Foto: Maria Andréa/cancaonova.com

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Igreja não oferece solução fácil para seu problema, mas uma pedra viva onde você vai sendo alicerçado para conseguir viver suas lutas. “A vós, portanto, que tendes fé cabe a honra”. A honra grandiosa é de sermos filhos e filhas de Deus.

A oração de hoje da Igreja diz que fomos adotados como filhos e filhas de Cristo para uma liberdade verdadeira e uma herança eterna, essa é a honra que temos.

Muitos de nós não fazemos sacrifícios agradáveis a Deus porque perdemos a nobreza de nosso chamado. Aos que tem fé cabe esta nobreza. A nobreza do nosso chamado nos vocaciona a sairmos das trevas para a luz. Quem não acredita transforma a pedra angular em pedra de tropeço, este é o mau uso da liberdade, porque a pessoa escolheu em não acreditar.

Vida eterna é a eterna contemplação do olhar que cura.

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