Precisamos de santos normais, de calça jeans

Padre Demétrio
Foto: Weslei Almeida/Cancaonova.com )
Quero convidar você para analisar esta frase: "Precisamos de santos de calça jeans e tênis". Ela não é do beato João Paulo II, conforme alguns afirmam, mas, mesmo não sendo do Santo Padre, ela pode iluminar nossa meditação, porque podemos fazer a leitura conforme o magistério dele.

Ao ler o verbo “precisamos”, nós nos perguntamos: "Quem é o sujeito que está por trás desta palavra? Quem é que precisa de santos de calça jeans?" Em primeiro lugar, a pessoa mais interessada na santidade dos homens e das mulheres é Deus, embora Ele não precise de nada, porque basta a si mesmo. O Senhor é completo, mas quis, no entanto, precisar de algumas coisas, entre elas nossa santidade. Com isso nos perguntamos: "Como minha vida glorifica a Deus?". Precisamos ser santos.

Deus nos criou para sermos santos! O homem santo é aquele que glorifica o Senhor. Contudo, Ele, mais do que ninguém, deseja nossa santidade, e só não é santo quem não quer sê-lo. O próprio Jesus abre os caminhos para nós. A maior frustração que o homem pode ter, nesta terra, é saber que viveu, mas, ao olhar para trás, ver que não foi santo, pois Deus precisa de santos. Há pessoas, aqui nesta terra, que precisam de exemplos para saber viver.

A razão da canonização dos santos é para que possamos ter exemplos de vida e ver que é possível buscar a santidade.

Papa Bento XVI nos disse: “Quem crê nunca esta só”.

Deveremos ter os santos como heróis! Inclusive os padres também podem ser santos!

"Afinal, só chega ao céu quem vive bem esta vida", afirma padre Demétrio.
Foto: Wesley Almeida/Cancaonova.com
Os santos sempre estão conosco, eles nos mostram que a santidade é possível e é para eles que nossos olhos precisa se dirigir. Nossos olhos precisam estar voltados sempre para Deus e não para as pessoas. Portanto, a santidade é possível, e o mundo precisa de modelos.

Santidade resumida em uma palavra é amor, e aqueles que a experimentam vivem o amor. Buscar um amor maior é querer viver a santidade. Quanto mais buscamos, mais queremos viver.

A criação é fruto do amor de Deus, e Ele quis que participássemos de Seu amor. Nós, em Cristo, temos acesso ao paraíso. Ele é a medida do homem e da santidade.

“Precisamos de santos de calças jeans e tênis”. Podemos ver que esta frase é própria para um jovem que vai à faculdade, ao cinema. Precisamos de jovens normais, que tenham uma vida normal; não precisam se alienar do mundo, mas viver bem no mundo, onde Deus nos inseriu.

É certo que o Senhor suscitou nos celibatários um carisma próprio dos religiosos, querendo viver afastados do mundo para se recolher em silêncio; essa carisma é para alguns, e não são todos que têm essa vocação. Assim como não são todos que tem a vocação matrimonial. Antes havia somente padres e freiras, então, a ideia era: se quero ser santo, tenho de ser igual a eles. Mas não é assim, não precisamos imitá-los para ser santos. A Igreja quer nos ensinar que cada um pode ser santo naquilo que realmente é. O próprio batismo já nos dá condições para vivermos a santidade; esse é o maior título que temos neste mundo, porque nem o demônio pode arrancá-lo.

Muitas vezes, pensamos que as roupas vão nos fazer santos, mas isso não quer dizer que podemos usar tudo que o mundo oferece. O Senhor nos criou neste mundo, mas, às vezes, nos esquecemos. No entanto, deveríamos resgatar  isso, porque nem tudo que é do mundo é mundano. Precisamos apreciar o que há de bom, afinal tudo que é bom e belo vem do Nosso Senhor. A missão dos jovens é ser luz do mundo e viver nele sem serem mundanos.

Nós precisamos ser santos normais. Temos de aprender a cativar o mundo por meio do nosso interior e ser feliz sendo fermento e luz para os outros. Afinal, só chega ao céu quem vive bem esta vida. Isso sim é ser santo de calça jeans.

Transcrição e adaptação: Thaís Rufino de Azevedo

 
Confira um trecho desta pregação:
 

↑ topo