Muitas vezes, as respostas para os nossos questionamentos não nos encontram, porque estamos distantes de Deus.
No Evangelho de hoje, o discípulo vai perguntar ao Mestre sobre quantas vezes ele deve perdoar o irmão para que esteja em conformidade com as leis de Deus. Em resposta, Jesus vai dizer que não deve perdoar sete vezes, como o discípulo havia sugerido, mas setenta vezes sete.
O sete é a representação simbólica da perfeição, e ao dizer “setenta vezes sete” para o discípulo, Jesus quer dizer que a perfeição é não haver limites, seja para pedir perdão ou para perdoar. No entanto, o Senhor não para nesta explicação, e para facilitar a compreensão do que Ele disse, conta, em forma de parábola, como deve ser o perdão para aquele que almeja o reino do céu.
A dívida apresentada na parábola está estreitamente ligada com o ato de perdoar, porque Jesus está dizendo que perdoar é o mesmo que pagar uma dívida, pois, depois de tê-la quitado, ela nunca mais nos tira o sono.
Você já teve a sensação de terminar de pagar uma dívida muito grande? Isso traz uma sensação de grande alegria e felicidade, pois se vê livre de uma situação que antes o aprisionava.
Infelizmente, muitas pessoas, hoje, não conseguem seguir adiante por não serem capazes de perdoar aqueles que os magoaram. Por isso o Sacramento da confissão é essencial na vida de todo cristão. Uma vez arrependido e absolvido pelo sacerdote, a dívida desta pessoa está quitada.
Por isso, meus irmãos, se nem Jesus coloca o dedo na cara de uma pessoa para acusá-la dos seus pecados, quem somos nós para fazê-lo a nossos irmãos?
Da mesma forma aconteceu com Maria de Bethânia, a qual ganhava a vida se prostituindo todas as noites; e por três anos, durante a vida pública de Jesus, Ele ficou hospedado na casa dela sem jamais lhe apontar o dedo.
Maria foi tocada pela pureza e pela bondade de Jesus. O mesmo Cristo que não desistiu dela jamais desistirá de você. Se queremos ser imagem e semelhança desse mesmo Deus, não podemos desistir jamais daqueles que nos foram confiados.
Você não deve desistir das pessoas que ama, porque eu lhe garanto: um dia elas irão se encontrar com Deus, assim como você, um dia, encontrou-se com Ele.
Se você não foi querido ou amado na sua infância, até mesmo no seio da sua própria família, não se prenda ao passado e pratique o perdão, pois, hoje, o Senhor quer lhe dar a graça de um coração dócil, capaz de pedir perdão e ser perdoado.
Renuncie a todo sentimento que o machuca e o impede de ir ao encontro de Deus. Todo o mal que, um dia, foi feito na sua vida, será curado pela piedade e misericórdia de Jesus. Permita que o Evangelho, de hoje, seja como a boa semente caindo na terra fértil do seu coração e gerando frutos.
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza