Sete dicas no caminho para a santidade

Eliana e Ricardo Sá
Foto: Wesley Almeida

Ricardo Sá – Deus se dá inteiramente, é necessário nos oferecer a Ele, que é três vezes santo e nos chama para o caminho da santidade. Ofereçamos nossa vida uns aos outros. Nosso querido e saudoso Papa João Paulo II disse: "O Brasil precisa de pessoas santas."

Precisamos ter uma meta, uma direção, pois corremos o risco de viver desnorteados. Não estamos no céu, mas estamos a caminho dele. Felicidade é entrar no caminho da santidade.

Eliana Sá – O caminho para a santidade não é fácil, pois passamos por muitas tribulações, mas estas devem caminhar para a cruz de Cristo. O caminho não é um milagre, ele é estreito, é de salvação e santificação.

Ricardo Sá – Primeira dica: "Não culpe nem espere nada de ninguém". Cada pessoa é um mistério. A decisão é sua, apoie a sua decisão no fundo de sua alma e não nas pessoas. A decisão é sua diante de cada situação, diante de cada desafio, com suas fraquezas. Você se decepcionará com as pessoas e elas hão de se decepcionar com você. Por todas as razões: A decisão para a santidade é sua. Diga: "Senhor, eu decido ser santo".

Eliana Sá – Segunda dica: "Conhecer o que Deus pensa sobre mim". Aprendemos esta dica observando a vida do nosso fundador, monsenhor Jonas Abib, que sempre teve um olhar para os fatos e outro para Deus. Ele nos ensinou que não podemos ver somente os fatos. Quando olhamos para os fatos, nós nos esquecemos da primeira dica, que é uma decisão pessoal.

"Felicidade é entrar no caminho da santidade."
Foto: Wesley Almeida

Ricardo Sá – Tantas pessoas dizem coisas sobre você, mas afinal: O que Deus pensa sobre você? Quantas coisas você ouviu sobre a sua identidade como pessoa, assim você ficou desfigurado. Aquilo que Deus pensa sobre você esta n'Ele.

Eliana Sá – As suas qualidades retratam Deus, Ele se enche de orgulho por ter criado você. Pergunte a Jesus: "O que o Senhor pensa sobre mim?" Ele vai dizer que é louco por você. Vai dizer que não tem nenhum caderno preto com os seus pecados. Mas é claro que é necessário fazer uma boa confissão. O Pai me ama, me espera para um abraço.

Ricardo – Diga: "Eu sou a coisa mais linda do mundo!".
Terceira dica: "Considerar tudo como uma oportunidade para amar a Deus e aos outros"– Tudo é tudo! Não somos marionetes nas mãos de Deus, mas somos surpreendidos pelos acontecimentos. Considere tudo e os [acontecimentos] transforme para amar a Deus.

Eliana Sá – "Quando não sei o que decidir e como decidir, recorro ao amor", afirma Santa Faustina. A injustiça é uma das coisas que mais ferem o coração do ser humano, pois contraria a vontade de Deus. Não se importe com o que as pessoas dizem, mas com o que Deus pensa sobre você.

Eliana Sá – Quarta dica: "Considerar a brevidade do tempo". O tempo não é breve somente para amar as pessoas de sua casa, mas para ser santo; não perca tempo com bobeiras!

Ricardo Sá – Deus nos fez amor para sermos amor para os outros. Este pode ser o último dia da sua vida.

Quinta dica: "Considerar as fraquezas para estar mais perto do Senhor". Olhe nos Evangelhos: Deus é apaixonado sempre pelos piores, Ele dedicou um amor especial a estes. Considere as suas fraquezas para se aproximar de Deus, diga: "Senhor, misericórdia".

A tentação tem feito com que você fique perto de Jesus? Considere as suas fraquezas para chamar a atenção de Deus. Entre na capela e diga: "Senhor, aqui esta a pior pessoa do mundo." Ele vai responder: "Até que enfim disse uma palavra sensata." Aproxime-se de Deus por suas fraquezas e quando duvidar disso recorra ao Evangelho. Mostre as chagas do pecado a Deus, assim Ele mostrará as Suas chagas gloriosas a você.

Eliana Sá – Alguém nos enganou afirmando que para estar perto de Deus temos de ser santos. Iremos lutar para atingir a santidade até o nosso último suspiro! A Igreja está de portas abertas para todos os pecadores. As pessoas precisam nos amar conhecendo quem somos, de fato.

Ricardo Sá – Seja testemunha de que Deus nos ama como somos!

Mostre as chagas do pecado a Deus; Ele mostrará as Suas chagas gloriosas a você"
Foto: Wesley Almeida

Sexta dica: "Manter em silêncio o coração" – É um grande perigo viver na irritação.

Eliana Sá – A primeira coisa que devemos fazer é reconhecer quem somos. Sou uma pessoa muito agitada, o pior está por baixo dessa agitação, pois quero fazer tudo. Mas Deus espera que eu faça poucas coisas e que as faça bem. O silêncio é importante, na hora da dor silencie, depois resolva a situação.

Ricardo Sá – Quem fala na irritação peca, quem corrige o filho na hora da raiva peca. Pois abaixo da irritação está o orgulho, a prepotência.

Sétima dica: "Crer que Deus tem a Sua vontade sobre tudo em minha vida". É preciso recorrer ao Senhor para tudo. Muitas pessoas duvidam da existência de Deus por tantas tragédias que presenciamos. Contudo, as tragédias são frutos do pecado. O Senhor quer algo sobre todas as coisas de sua vida. Ele ama tudo o que você faz, tudo o que você pensa, os seus planos. Isso significa que não devo fazer nada sem recorrer a Deus Pai? Você tem de ser alguém com a vida sacramental, que reza o santo terço, que vai à Santa Missa, assim você consulta a Deus, que está dentro de você! Você está a caminho da eternidade, olhe bem os seus passos.

"Haverá aí uma estrada, um caminho, que será chamado de caminho santo. Nenhum impuro passará por ele. Será para eles um caminho reto: nele nem os tolos se perderão. Aí não haverá leão, nem qualquer animal selvagem poderá alcançar esse caminho, ou nele será encontrado. Por ele só andarão os que foram libertados. Os que foram resgatados pelo Senhor voltarão e chegarão a Sião cantando louvores, cobertos de alegria sem fim. Alcançaram a felicidade e o prazer, a dor e a tristeza foram-se embora" (Isaías 35, 8-10).

Oração do Silêncio

“Prende-me no teu silêncio, longe dos rumores e das agitações do mundo. Em um silêncio no qual o meu ser se encontre na sua verdade, na sua nudez, na sua miséria, porque este silêncio me permite descobrir a mim mesmo. Prende-me na riqueza divina do teu silêncio, plenitude capaz de preencher tudo na minha alma. Fazei desaparecer em mim o que não é vosso, aquilo que não pode estar junto de vós, aquilo que não é a tua presença pura e simples; a tua presença solitária, pacífica. Impõe silêncio aos meus desejos, aos meus caprichos, aos meus sonhos de evasão, à violência de minhas paixões. Cobri com o teu silêncio a voz das minhas reivindicações, dos meus lamentos. Impregna com o teu silêncio a minha natureza tão impaciente por falar, demasiada inclinada à ação exterior e rumorosa. Impõe o teu silêncio também à minha oração, a fim de que ela seja um puro ímpeto lançado na vossa direção. Fazei descer, ó Senhor, ao mais profundo de meu ser o teu silêncio e depois fazei subir novamente este silêncio na direção de vós como uma homenagem de amor.”

Transcrição e adaptação: Thaís Capucho

 
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