Sóbria embriaguez no Espírito Santo

.: Ouça esta pregação na íntegra

Comecemos por Santo Ambrósio que disse: “Bebemos com alegria da sóbria embriagues do Espírito”.Aqui temos duas experiências humanas que não podem coabitar numa só pessoa: sobriedade e embriagues. Eles são contrários. O que quis dizer Santo Ambrósio com esta frase? Ele afirmava que é possível ser sóbrio, ter controle de si e deixar se levar, como numa dança pelo Espírito Santo.

“Se estivemos fora dos sentido é para Deus, se somos sensatos é para vós” ( II Coríntios 5,13). É possível, portanto, experimentar a sobriedade e a embriagues no Espírito, pois é para Deus que rompemos com a razão, através da oração que brota do fundo do coração. É uma experiência que te transforma. Esta experiência nos coloca acima da razão.

Você pertence a uma Igreja que durante dois mil anos faz a experiência da embriagues do Espírito e também é servidora. Temos como fundador da nossa Igreja Jesus Cristo, é nesta Igreja que somos convidados a fazer a experiência da embriagues do louvor, da adoração.


Nesta Igreja não faltaram homens e mulheres que estendessem as mãos para ajudar os outros, e não podemos parar, entendendo muito bem, pois não se trata de abandonar os louvores, os cantos, a alegria, o entusiasmo, o ardor, o sorriso, mas sim permanecer nisso e dar o segundo passo: arregaçar as mangas para acolher, pois as mesmas mãos que se levantam para louvar são as aquelas que vão até as ruas para se ajuntar com as mãos dos esquecidos, a mesma voz que canta e louva é a aquela que vai até um presídio e diz ao preso: “Você tem jeito sim”. O terceiro passo é: não podemos fazer isso isoladamente, o meu grupo particular, fazemos juntos à Igreja. Vamos dar atenção a isto, pois há algum tempo atrás poderíamos pensar que o mal era o meu pecado particular, mas ele se organiza em grupo, ele não está esfacelado. Tenho que sair do meu grupo e me ajuntar a outro, pois esta sólida embriagues no Espírito precisa se organizar, pois no céu seremos um só povo. Tudo o que temos hoje são os meios, o fim último é Jesus Cristo.

Como fazer isso, onde e quando fazemos a experiência do Espírito? Como aconteceu em Pentecostes onde os apóstolos estavam reunidos em oração, em concordância, estavam concentrados na cena de ver o Divino Mestre pregado no madeiro da Cruz, o sentimento que estava naqueles homens era: ‘Acabou tudo e acabou da pior maneira’. A dor, a angústia, a falta de rumo e direção provocou nos apóstolos um vazio, o nada. Momento privilegiado para hospedar o bom hóspede, pois os encherá, os saciará e os inebriará. A experiência do vazio é para podermos hospedar o Doce Hóspede.
Quanto tudo se foi, quanto não se tem mais respostas humanas, onde pelas experiências da dor de uma mãe que vê o filho mergulhado na droga, a experiência do nosso nada diante da doença, a dor de uma esposa que vê o esposo a traindo, o vazio quando você fez planos, sonhos, mas isso não aconteceu, aí está o vazio, a frustração, isso não é o fim, você chegou no momento que Espírito Santo quer se hospedar em você, deixe que Ele faça morada em você.

Pentecostes é o momento privilegiado onde humanamente já não temos respostas.Enquanto nós tivermos as respostas Deus não vai atuar, longe de pensarmos que a impossibilidade humana é o fim, precisamos pensar como Pentecostes nos ensina, Deus pode.

A experiência do Espírito Santo é integral, ela nos toma por completo. O único elemento que é capaz de movimentar as águas do mar é o vento, a criação começou com o vento onde havia somente água e o vento as separou. Toda vez que fazemos a experiência do Espírito Santo temos em nos a força da criação.

Mesmo na dor os apóstolos eram unânimes na oração, pois quando se encontra o vazio humano com a oração fiel, ali Deus faz morada.

↑ topo