Essa pergunta o que devo fazer de bom, e como eu disse todos nós fazemos, porque queremos saber o que é certo, como queremos saber qual é o sentido da própria vida. O Papa João Paulo II escreveu uma encíclica muito exigente e profunda, 'O explendor da verdade', o que eu lhes digo está baseado sobretudo na palavra do papa. Porque ele parte desse episódio do jovem rico. O que devo fazer de bom?
Eu acho que existem pecados de maldade e pecados de fraqueza. Pecados de fraqueza todo mundo tem, mas já perceberam que coisa terrível quando alguém começa a urdir a maldade dentro do seu coração? Dentro de um coração bom ou mal, existe uma reserva, eu quero ir ao encontro dessa reserva, porque Deus não fez ninguém para a maldade, nem para a perdição. Ele nos fez a todos para sermos salvos. Deus quer que todo mundo se salve e que todos tenham a vida eterna. Ele nos fez para acertar, para fazer o bem. Nós fomos chamados a salvação pela fé em Jesus Cristo, e Jesus cristo é a luz verdadeira que ilumina todo homem. E assim o jeito de você chegar a essa vida eterna é santificar-se pela obediência a verdade.
Entre dentro do seu coração e descubra que você foi feito para fazer o bem, mas o próprio São Paulo dizia: 'Eu faço o mal que não quero e não faço o bem que eu quero'. É uma contradição, uma angústia que ele experimentava dentro de si e você também experimenta. Você faz mil propósito: 'Eu quero acertar'. Mas quantas vezes nós caímos, erramos e precisamos recomeçar continuamente. Esta obediência não é sempre fácil, ao contrário é exigente.
Depois aquele misterioso pecado original, que foi cometido por instigação de satanás, que é um mentiroso e pai da mentira, nós somos continuamente tentados a nos desviar o nosso olhar do Deus vivo e verdadeiro para inventarmos ídolos na nossa vida. O pior ídolo sou eu mesmo, trocando a verdade pela mentira. A nossa própria capacidade de ver a verdade fica ofuscada, os nossos olhos ficam opacos e a nossa vontade enfraquecida para se submeter a verdade e assim a gente se abandona ao relativismo e ao ceticismo. E a pessoa vai buscando uma liberdade ilusória, fora da verdade.
O Papa Bento XVI em várias circunstâncias já se referiu a uma coisa muito pesada que caracteriza o nosso mundo: 'não tem nada ver, todo mundo faz, todo mundo rouba, todo mundo fala bobagens, mentiras, eu não vou fazer? Se você rouba um centavo ou um milhão tem o estrago que vem dentro do coração das pessoas e a gente se ajeita, vamos ajeitando a nossa consciência. Eu gosto de usar uma expressão 'Nivelando a sua vida pelo rodapé' e fica faltando gente que eleva os seus olhos e começa a buscar as coisas do alto. Você fica no chão e acha que o chão é o suficiente.
E as pessoas se tornam infelizes porque se acostumam com a maldade e com a mentira e com o pecado, esse é o mistério doloroso e exigente que existe dentro de nós e precisamos encontrar os caminhos que vou adiantar que é só pela graça que isso pode acontecer. Nenhuma sombra de erro, nenhuma marca do pecado pode tirar totalmente a luz de Deus criador do nosso coração. Há pessoas com a vida mais atrapalhada e afastada de Deus, você começa a conversar com uma pessoa, como já me aconteceu, que há mais de cinqüenta anos que não se confessa, você com a graça de Deus você vai cavando, cavando e encontra lá dentro a sede de Deus, o desejo de Deus. Conforta-nos saber que dentro do coração de cada pessoa humana existe esse desejo do bem.
Não se cansem, não desanimem de plantar o bem no coração dos seus filhos e filhas, se a semente é boa, esta semente acaba frutificando. O ensinamento é do servo de Deus João Paulo II. 'Nenhuma sombra de erro e de pecado pode eliminar totalmente do coração humano a luz do Deus criador, nas profundezas do seu coração permanece sempre a saudade da verdade e a sede de chegar ao conhecimento da verdade'. Demonstração forte desta realidade é a busca do sentido da vida, o progresso da ciência e da técnica, um testemunho magnifico da inteligência e do esforço humano, nada disso dispensa a humanidade de fazer perguntas mais profundas que são as perguntas religiosas, e elas nos levam a enfrentar as lutas mais dolorosas e decisivas, porque as mais exigentes são aquelas que estão no mais profundo do nosso coração.
Até as perguntas que estão vindo nesses dias, porque muitas pessoas estão se perguntando: Onde estava Deus nesse terremoto no Haiti? Não pouca gente está fazendo esta pergunta, como se Deus tivesse na mão uma espécie de controle remoto. O apostolo São Paulo nos ensina 'Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus'.
Transcrição e adaptação: Célia Grego
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