Sinto-me muito motivado, nesta Eucaristia, a fazer uma reflexão sobre nossos relacionamentos. Nessa época, muitas pessoas ficam motivadas a pensar sobre isso, porque, celebramos o Dia dos Namorados e também o dia de Santo Antônio, o santo para o qual muitos rezam devido à sua fama de casamenteiro.
Os santos são ícones da vivência cristã. Olhando para eles, vemos encarnado o Evangelho que acontece nas mais variadas épocas, culturas. Hoje, olhando para Santo Antônio e aproveitando sua fama de casamenteiro, quero falar sobre as relações entre as pessoas.
Jesus nasceu no contexto do Antigo Testamento, da Lei Judaica, mas, no Novo Testamento, Ele nos diz que, se queremos ser felizes, vivermos uma existência bem-aventurada, precisamos ir além da justiça dos fariseus. Para que nós consigamos conquistar a felicidade, precisamos ir além do facilmente observável por todos, além daquilo que todo mundo faz.
O que tempera o relacionamento são alguns sadios excessos, quando, na atitude de se relacionar, os esposos vão além do comum, além do que lhes é pedido.
É claro que as coisas comuns são importantes, mas o Senhor está nos fazendo ver que é preciso ir além. Quantos relacionamentos estão perdendo o sal, porque os casais não fazem coisas que surpreendam o outro.
Um relacionamento só se perpetua quando temos a coragem de ir além daquilo que é esperado. Um relacionamento, para ter sabor, precisa ter sabedoria.
O Senhor nos mostra essa atitude, neste Evangelho, dando-nos uma chave profunda de conversão. “Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno”(Mt 5,22).
Muitas vezes, estamos num relacionamento querendo apenas ser servido. A palavra “eu”, “meu” estão sendo muito usadas. Mas o Papa Francisco nos ensina que nem sempre, num relacionamento, a pessoa vai ser aquilo que queremos. Ninguém pode ser feliz sem maturidade. Não existe relacionamento sadio sem entender que o outro tem gostos diferentes, gosta de outras músicas, de comer outras coisas… Muitas vezes, vivemos relacionamentos de domínios.
Quantas vezes, perdemos a alegria de viver os nosso relacionamentos por causa do outro que não sabe nos ouvir, não sabe respeitar as nossas diferenças. Quantas relações estão morrendo por causa da má língua. Papa Francisco pediu-nos, hoje, em sua homilia, para “não denegrirmos nem insultarmos o próximo, mas a trilharmos o caminho da fraternidade”.
Quem é feliz se ocupa com suas amizades, em cultivar seus relacionamentos, a acrescentar algo de bom na vida das pessoas que ama.
Você, que é casado, como anda seu relacionamento? Você, marido, precisa surpreender sua esposa não apenas com pequenas coisas, mas acolhendo-a quando ela erra. Você, que é namorado, também precisa surpreender sua namorada com gestos de carinho, que a façam se sentir amada. E você, que ainda está na espera, não desista de entregar seu coração a Deus, de viver sua espera no Senhor, de viver a santidade. Surpreenda o coração do Senhor, seguindo-O até o fim, porque, todos os dias, Ele tem surpreendido você.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso