Irmãos, sejam bem vindos a este Acampamento Clamando por Milagres. Quero convidar vocês a pegarem comigo a Palavra de Deus no Evangelho de São Marcos (Mc 13, 28-32):
“Aprendei da figueira a lição: quando seus ramos vicejam e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer estas coisas, ficai sabendo que está próximo, às portas. Em verdade vos digo: esta geração não passará até que tudo isso aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Ora, quanto àquele dia ou hora, ninguém tem conhecimento, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho. Só o Pai.”
Neste trecho do Evangelho, Jesus ensinou os discípulos a respeito do fins dos tempos, este trecho é chamado discurso escatológico, nele o Senhor usou de uma pedagogia muito interessante, uma vez que somente o Pai sabia a hora, dos fins dos tempos, Ele motivou a todos a estarem preparados a todo o momento para receber o Senhor nos fins dos tempos.
Precisamos nos perguntar se estamos preparando para a vinda do Senhor, e Ele tem nos dado muitos sinais. Nós, cristãos, devemos não parar apenas nos discursos, mas observarmos nossas práticas se estamos vivendo nesta expectativa, na tensão escatológica, que é uma motivação para vivermos a santidade por causa do amor do Senhor.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina no parágrafo 673 que: “A partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente, embora não nos "caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade" (At 1,7). Este acontecimento escatológico pode ocorrer a qualquer momento, ainda que estejam "retidos" tanto ele como a provação final que há de precedê-lo.”
Meus irmãos, a Igreja afirma que Ele voltará a qualquer momento, então precisamos nos preparar vivendo uma vida de santidade para clamarmos: Maranathá! Vem Senhor Jesus!
Esta realidade dar-se através da fé, como vimos no livro de Gênesis (Gn 4,1-8): a Aliança de Deus com o seu povo que se deu por meio da fé de Abrão, este homem deixou tudo, confiou, inclusive, que sua esposa estéril e velha poderia ser capaz de lhe dar um filho, tudo por meio da fé no Senhor. Abrão viveu o que a carta de São Paulo aos Hebreus (Hb 11,1) afirma: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vêem.”
Abrão confiou, seus olhos viam apenas sua mulher velha e estéril, mas sua fé via a expectativa, pois ouviu a Palavra de Deus, por isso ele pós se a caminho do desconhecido, deixou tudo, abandonou o o certo, calculado, pelo incerto, por amor a Palavra de Deus, na certeza que “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”.
Entramos no Ano da Fé, momento privilegiado para testemunharmos que temos fé, precisamos viver das promessas de Deus, pois a Palavra de Deus tem o poder gerar vida em nós, mesmo diante dos desesperos, ela nos faz caminharmos para além daquilo que nossos olhos enxergam. Agora é a hora de termos uma fé madura, como Abrão que teve uma fé madura, de esperança no futuro.
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A fé significa que o futuro prevalece sobre o presente, pois é Deus que assegura o futuro do homem, afirma papa Bento XVI, em um livro chamado Fé e Futuro. Ora, nossa esperança prevalece sobre qualquer situação que vivemos neste momento, precisamos crer e viver na expectativa da vinda do Senhor, como Abrão, que o conteúdo de sua fé era uma grande esperança, o futuro do cristão é a vida eterna.
Somos chamados a vivermos a obediência da fé.
Quero encerrar com o ensinamento do parágrafo 148 do Catecismo da Igreja Católica: “A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37) e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão bem-aventurada.”
A Virgem Maria nos ensinou que somos capazes de respondermos de forma madura ao Senhor com nossa fé, basta que entreguemos nosso coração, nossa vida inteira a Ele. Pois uma fé madura experimenta os milagres, mas não arreda os pés da cruz de Cristo. A Virgem Maria é, portanto, o modelo de uma fé perfeita.
Que possamos ser como a Virgem Maria, Abrão, e tantos homens de fé, que olharam para o futuro, e com os olhos fixos no Senhor deram a sua vida por Ele.
Deus nos abençoe.
Transcrição e adaptação: Ricardo Gaiotti
Assista um trecho desta pregação