Hoje somos convidados a ter um desejo profundo de fazer a vontade de Deus, o salmista diz: “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!” (Salmos 39). A vontade de Deus não é um peso, é uma alegria que nos impulsiona a sermos perseverantes, onde assumimos nossa vocação nosso chamado.
E no evangelho é contado uma parábola: o messias, esposo, que prepara a festa de uma forma extraordinária, com zelo de amor. E a parábola descreve a realidade do rei, que prepara essa festa e faz um convite, convite este de tal importância, que a partir da negação dos convidados, ele manda os empregado convidarem outros, para ver se eles animam a dar uma resposta positiva.
É interessante ver que os convidados não deram a menor atenção. A indiferença diante do chamado de nosso Senhor, do coração que não persegue o valor do dom que Deus concede.
Os primeiros convidados rejeitaram o chamado, e por isso que eu digo que somos chamados a avaliar nossa resposta diante de Deus. Eu rejeito? Eu sou indiferente? Como eu tenho me posicionado diante do Deus que chama e insiste?
E para estes que rejeitaram o convite, o fim chegou, e o convite se estendeu a outros que aceitam e a sala fica cheia desses que responderam.
O chamado nos chama a mudança, a nossa reposta é uma resposta de quem quer mudar. Esse evangelho vem nos expressar isso, São mateus deixa claro que diante do apelo de Jesus, tem os que acolhem e os rejeitam esse chamado. Os que primeiramente foram chamados, revela a sua irresponsabilidade, eles se excluem, negam o chamado, o mistério da salvação. Ao demais que os outros estavam abertos para acolher.
A vida eterna em Deus é definida por uma tomada de decisão, pois a partir da encarnação do verbo não há mais lugar para indecisão.E não é a lei que salva, é a fé em cristo Jesus.
O evangelho diz que o Rei ficou indignado. Quantos profetas já falaram de Jesus para você e você não se posicionou? Nas suas escolhas e opções, você tem escolhido a melhor parte? A boa resposta, autêntica posição, sempre se decide pela melhor parte. Não tenham medo de colocar sua resposta diante da luz de Jesus. Se comprometa com melhor parte.
Diante da indignação do rei, ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela'. (Mateus 22,8) É a sua resposta que define a sua dignidade para adentrar na festa.
“Portanto, ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’.10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11Quando o rei entrou para ver os convidados observou ali um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu.” (Mateus 22,9-12) Diante do rei não há como se desculpar, e por isso ele se cala.
E essa situação revela que o evangelista está preocupado com uma comunidade que somente acha necessário fazer parte do banquete e acolher a mensagem. O evangelista Mateus nos mostra que não basta responder sim, é preciso uma prática de vida.
Mateus ao escrever o evangelho quis dizer que eles estavam demasiadamente confiantes neles, como se não faltassem nada. Falta! É preciso mudança, Mateus questiona uma comunidade que se acomodou.
O chamado de Deus é sempre grandioso, mas a nossa resposta nem sempre é, pois não é possível entrar no banquete sem estar com o traje de festa, e sabemos que o traje de festa é tecido na prática da vivência da fé.
As nossas palavras devem estar em consonância com a nossa vida, uma palavra que não se traduz na prática da vida, não tem valor, pois uma palavra assim não tem força de transformar a nossa vida, muito menos do outro.
Como esta a sua resposta à Deus? É uma palavra que responde a Deus com sua vida? O chamado de Deus nos torna eleitos, mas eu vivo como um eleito? Viver como eleito é fundamental.
E quando o rei pergunta ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’, é o mesmo que estivesse perguntando: “Como você entra aqui sem estar vivendo o compromisso de santidade e justiça?”, o traje precisa ser lavado, eu preciso viver como eleito. A mera aceitação do convite não basta, não garante a participação do banquete eterno, é preciso estar com as vestes limpas, é preciso viver como eleito.
E o evangelho diz que são chamados os maus e bons, não é por mérito é por graça. O novo chamado não se baseia nos méritos adquiridos, mas na bondade d'Aquele que chama.
O convite de Deus é gratuito, mas ele é exigente, pois o convite não é para que nos mantenhamos na mesma conduta. Então aquele que adentra sem as vestes, que pensa que bastava apenas o chamado, sem ter que viver como eleito, está se enganando.
O chamado do rei a salvação que é banquete, o chamado exige vida de eleito, por isso a generosidade da resposta. Eu preciso ser responsável e não abusar da minha eleição, pois o convidado achou que bastava o convite e entrou sem traje de festa, de qualquer jeito e quando o rei avalia que ele estava sem veste, o expulsa.
Eu tenho que ter este empenho de viver como um eleito, pois não há desculpas para o rei, eu não posso abusar da eleição do rei, é a na vida que este compromisso se revela.
Somente quem viver segundo a vocação alcançará a vitória. O nosso interior é a terra de missão, eu preciso permitir que este meu coração seja trabalhado.
O chamado é o dom, a resposta é consequência. Eu preciso proclamar mais uma vez, para que eu esteja consciente que a humildade me faça perseverar, eu não posso somente falar de Deus eu preciso falar com Deus, é assim que eu respondo a Deus, me deixando ser transformado pela força da eleição.
Como está a qualidade da minha resposta generosa perante a eleição divina? Minha veste está manchada ou estou sem veste?
Eu preciso ter consciência e clareza do passo que estou dando, senão me falta o traje de festa, eu acabo estabelecendo um compromisso e me autocondenando, sendo uma pessoa irresponsável.
Eu quero Senhor ter qualidade na minha resposta.
Transcrição e adaptação:Regiane Calixto