É uma alegria ao nosso coração, ao coração de cada católico, iniciar este novo tempo na liturgia da Igreja. Todas as vezes que a Igreja inicia um novo tempo, nós iniciamos uma renovação na vida.
Entramos neste tempo em que o nosso dia a dia se confronta com o dia a dia da Igreja. Iniciamos hoje a Quaresma. E neste tempo da Igreja, nós mergulhamos no dia a dia da misericórdia divina. A nossa misericórdia dura por um tempo, mas a misericórdia de Deus é eterna. É por essa razão que somos convidados a participar deste grande tempo de retiro espiritual chamado Quaresma.
Você participou durante 4 dias desse Acampamento de Carnaval preparando-se para esses 40 dias de retiro quaresmal. Serão 40 dias na graça de Deus. E esse retiro se dará no desenrolar da vida. Nós aprendemos a rezar com o ritmo da vida. É necessário contemplar o Cristo naquilo que estamos fazendo e ali ter um encontro com a misericórdia do Senhor.
A liturgia de hoje provoca-nos a uma vida nova. Nós, católicos, não podemos continuar vivendo como temos vivido. Por isso que na 1ª leitura (retirada do livro do profeta Joel) o Senhor nos pede que voltemos a Ele. Neste livro vemos que o povo experimenta a dor do pecado. O povo sabe que o seu sofrimento é por causa dos pecados cometidos. O profeta então grita: “Voltai-vos para o Senhor!” porque longe de Deus nós experimentamos a dor.
A Igreja, neste início da Quaresma, nos pede também esta volta para o Senhor. É tempo de mudança. Não podemos continuar numa vida entregue ao mal. É tempo de transparência diante de Deus. É tempo de colocar-se com o coração rasgado diante da Sua misericórdia. Não podemos servir a Deus e ao pecado. Tenha a coragem de apresentar-se ao Senhor com um coração aberto, humilde, disponível diante do Senhor. Não é tempo de falsidade: de ser uma coisa dentro da Igreja e outra fora. Cristãos envolvidos na Igreja há anos, e que ainda vivem uma vida dupla, entregue ao pecado.
Muitos de nós estamos com o coração amortecido e dizendo: “Que mal tem cometer este pecadinho?” Não adianta a vivência da própria fé se o coração não está contrito. Nós precisamos voltar a face para o Senhor e não as costas. Seja corajoso diante do Senhor e apresente a Ele suas falhas, suas misérias. Volte para o Senhor com o coração escancarado. Deus te deu a graça de uma conversão de vida. Portanto, rompa com aquelas situações que te levam ao pecado.
O profeta Joel convoca o povo à uma mudança de vida, mas ele mesmo está duvidando. Muitas vezes nós nos voltamos a Deus com um coração contrito, humilhado, mas ainda continuamos duvidando. O nosso coração ainda permanece no remorso. Não tenha dúvida de que Deus perdoa. Ele apaga os pecados de todo aquele que se arrepende diante dele e confessa a própria culpa.
Deus não tolera o mal. Ele ama aquele pratica o mal, mas não tolera o mal praticado. E por quê? Porque Ele é cheio de bondade. Quando Deus nos criou, Ele viu que tudo era bom e que o ser humano era muito bom. O nosso coração é marcado pela bondade do Senhor. Fomos feitos para a bondade e não para a maldade. Deus é benigno e ele se alegra com a nossa felicidade.
Deus sofre com os nossos pecados. E nós, cristãos, muitas vezes não contribuímos em nada para desagravar o coração do Senhor. Ele é o Deus de bondade que enviou o Seu Filho para nos salvar. Deus está voltado para nós, com o Seu coração e os Seus olhos voltados para cada um de nós. A dúvida do profeta Joel não pode ser a dúvida em nosso coração. Não podemos mais ter dúvida quanto a misericórdia de Deus. O Senhor veio até nós e se humilhou, viveu como nós, teve um rosto humano para nos identificarmos com a Sua misericórdia. Olhar para o Cristo é olhar para o Deus que se compadece de nós. Deus não nos abandona mesmo nas piores horas, mesmo quando estamos caindo em pecado. Porque Ele é Deus de misericórdia.
O apóstolo Paulo, na 2ª leitura, diz: “Deixa-vos reconciliar com Deus”. Existe um papel que o ser humano precisa fazer e que não cabe a Deus, mas sim a nós. Muitas vezes não damos os passos da reconciliação, porque conversão é mudança. Faça a sua parte! E saiba que Deus quer isso pois o Seu coração é um coração inclinado ao perdão.
O arrependimento do ser humano é como um ímã: ele atrai o coração de Deus. Deus tem um coração “fraco” para quem se arrepende. Se existe fraqueza no coração de Deus, é a fraqueza pelo coração contrito.
Olhemos para o salmo de hoje. Certamente quem o compôs foi um homem “sem pecado”… Será? Não. O rei Davi quando compôs este salmo estava em adultério, havia mandado matar um homem inocente. Mas ele rasgou o coração diante do Senhor e clamou por misericórdia. Ele tinha consciência de suas misérias. Ele sabia do mal que havia cometido.
Hoje somos chamados a clamar junto com o rei Davi por misericórdia. Infeliz daquele que se acha sem pecado, sem motivos para arrepender-se diante de Deus. Neste tempo quaresmal, somos chamados a reconhecer nossa própria culpa e pedir que o Senhor nos lave e nos purifique. É preciso pedir ao Senhor este espírito decidido. Pois muitas vezes nos confessamos diante do padre e repetimos: “Eu sou fraco e daqui a pouco vou cair novamente”. Não faça corpo mole para o pecado! Se temos dado brecha ao inimigo, de nada adianta pedirmos um espírito decidido.
O Evangelho nos ensina na prática como viver bem este tempo da Quaresma. O primeiro passo é a esmola. Não pense que esmola é dar um prato de comida, uma roupa… É antes de tudo se doar ao outro. É muito mais do que donativos, é acima de tudo uma doação.
O segundo passo é a oração. A esmola fala de nosso relacionamento com o próximo, a oração fala de nosso relacionamento com Deus. Se você quer ter uma vida longe do pecado, retome sua vida de oração. O cristão que não reza está mais propenso a cair em pecado. O tempo da Quaresma é um tempo para ordenarmos a nossa vida de oração. Não faça somente a penitência de não comer carne, de não comer doce, mas faça a penitência de rezar mais! Ordene a sua vida de oração durante a Quaresma.
O terceiro passo é o jejum, que é este relacionamento consigo mesmo. Quantas vezes nos sentimos fracos na alma, faltando-nos o autodomínio. Isso é por causa da falta de jejum. É tempo de treinar o corpo para lutar contra o pecado.
Neste tempo de misericórdia, onde somos chamados a voltar para o Senhor, o Evangelho nos dá orientações bem práticas em como viver bem esta Quaresma, este retiro que o Senhor concede a nós. É o tempo favorável. Não é um tempo qualquer, a Quaresma é um tempo forte na Igreja. E neste tempo, os olhos de Deus estão voltados para nós. Portanto, não viva a Quaresma de qualquer jeito.
Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira
(12) 3186 2600
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