Contagiemos com o Evangelho
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Nós precisamos contagiar com o Evangelho, nós precisamos alimentar dentro de nós o evangelho. E se não tenho esperança, não tem como contagiar com o Evangelho. A definição de esperança, segundo o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 1817, é : “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus, e a vida eterna, pondo nossa confiança nas promessas de cristo, e apoiando nos, não em nossas forças mas no socorro da graça do Espírito Santo”
E, agora, pergunto: “Como está dentro de você a esperança?”.
Porque, hoje, nós estamos habituados a fazer o ctrl C e ctrl V, ou seja, muitas vezes, copio e espalho; copio, colo e mando. Muitas vezes, não sei a raiz das coisas, e aí nos deparamos com as falsas notícias, fake news. Mas, essas também não iniciaram hoje, começaram lá em Gênesis, quando a serpente, o próprio diabo, foi falar para Eva que se comesse do fruto, ela seria como Deus.
Dentro de nós, muitos trazem a tentação de querer ser Deus, de achar que a esperança é algo que brota dentro de nós a partir de nós mesmos. A partir de palavras motivacionais, de olhar na frente do espelho e dizer: “Hoje você vai vencer”, pode até dar certo por um tempo, mas aí vem uma pandemia, vem uma doença, e todas as coisas mudam. Nós somos frágeis, e a Igreja vai dizer, no CIC, parágrafo 1820: “A esperança cristã se manifesta desde o início da pregação de Jesus, no anúncio das bem aventuranças, as bem aventuranças elevam nossa esperança ao céu, como para a nova terra prometida”.
E a pergunta que fiz, e faço, é: “Como estamos agora?”.
Nós estamos em um contexto de precisar usar máscara para evitar o contágio, contágio da Covid-19, mas, falando em contágio do evangelho, assim como foi João Paulo II e tantos outros santos da Igreja, quero convidá-los agora para sermos realmente apóstolos da esperança, para sermos contagiados pela esperança.
E o segundo convite que quero fazer é: “Para onde estamos caminhando?”.
O Catecismo da Igreja diz que, quando se fala de esperança, falamos de Jesus como referência de primeiro pregador da Esperança, porque Ele é a esperança em si, em plenitude. Mas também vai dizer que nós caminhamos em busca do Reino dos Céus, em busca do novo céu e nova terra, então, nós buscamos chegar na verdadeira terra prometida. No entanto, dependendo do para onde você está caminhando, pode ser o motivo pelo qual a sua esperança aparentemente já se foi.
Em Romanos, 5, 2: “Por ele é que tivemos acesso a essa graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus. Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
A vida do Cristão não acaba no vazio
A esperança não engana, pois o Espírito Santo já nos foi dado. É preciso contagiar com o evangelho. Hoje, reviva em seu coração a esperança!
Existe uma encíclica do Papa Emérito Bento XVI, Spe Salvi, que nos diz assim: “Salvos pela esperança”. E, a partir dessa encíclica, quero fazer o convite para você acolher o evangelho em sua vida, dentro de você, como alimento. Então, a partir desse alimento, poder propagar e contagiar com a esperança. A primeira frase que vi na encíclica, diz assim: “A vida do Cristão não acaba no vazio, o evangelho não é apenas uma comunicação de conteúdos, mas uma comunicação que gera fatos, e muda a vida”.
Quando me encontro com o evangelho, quando o leio, quando permito que o evangelho adentre os meus ouvidos e todos os meus sentidos, a palavra de Deus vai impregnando dentro de mim, e é impossível que essa palavra, que é comunicada primeiramente comigo, não possa gerar fatos e não mude a minha vida.
Nós temos dificuldade de encarar a nossa verdade, mas o evangelho faz isso conosco. É como olhar frente ao espelho, e dizer: “meu Deus, no evangelho diz isso, na Palavra diz isso, mas eu não estou vivendo ou estou apenas tentando”. Talvez, você esteja tentando viver mesmo a santidade, ou, talvez, você tenha caído, a sua esperança tenha diminuído, pois, você foi se deparando com a sua verdade, com a sua realidade e tenha percebido que não consegue, dizendo: “Deus, eu não consigo”.
Somos redimidos no Amor
Na encíclica, o papa Emérito diz: “O homem é redimido no amor”. Nós, como cristãos, não podemos morrer no vazio. Qual é seu vazio? Apresente ao Senhor. O homem é redimido pelo amor, e é pelo amor que podemos fazer novas todas as coisas.
No parágrafo 26 da encíclica diz: “Não é a ciência que redime o homem, o homem é redimido pelo amor, isto vale já no âmbito deste mundo, quando o homem experimenta em sua vida um grande amor, conhece o momento de redenção, que dá sentido novo em sua vida, mas rapidamente se dá conta também, que o amor que lhe foi dado não resolve por si só, o problema da sua vida é um amor que permanece frágil, pode ser destruído pela morte, o ser humano necessita do amor incondicional”.
O nosso amor, entre nós que estamos aqui, ele é frágil. E dentro deste tempo difícil que estamos vivendo, tem vindo para fora as nossas fragilidades, mas isso não significa que não exista amor, porém, te apresento a fonte inesgotável de amor, que é Jesus Cristo. Jesus não impõe condições para nos amar.
Em Romanos, 8, 38 – 39: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem qualquer outra criatura, pode nos separar do amor de Deus”; e é nesta certeza que a nossa esperança começa a reavivar, é a partir daí, do contato com o evangelho que proclama essa verdade em nossa vida, a partir do momento que me alimento da Palavra de Deus, que me torno “Saulo da Bíblia”, que você se torna “Você da Bíblia”, assim como o monsenhor Jonas foi muito conhecido, como “Jonas da Bíblia”.
A maior tentação do inimigo não é provar para nós que Deus não existe, mas sim, mostrar para nós que Deus é indiferente à nossa dor.
A nossa vida, o sentido da nossa vida é o evangelho. O Papa nos dá dois meios para reavivar dentro de nós a esperança: o primeiro passo para viver a esperança é a oração, é o contato com Deus, de quem eu sou, de como estou com Aquele que é a verdade. Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, a Deus sempre posso falar.
E o segundo ponto é: agir e sofrer é uma escola de esperança. “Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor”.
Portanto, contagiemos com o Evangelho e reavivamos a chama da esperança!
Transcrição e adaptação: Amanda Carol