O caminho para o perdão se chama: Misericórdia

Eliana Sá aponta sete tentações e sete virtudes do caminho para o perdão

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Eliana Sá – Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

De onde nasce a Festa da Misericórdia?

Hoje, tem início o Tríduo da Misericórdia, para render graças a Deus. Na Sexta-feira Santa, quando a lança transpassou o coração de Jesus, ali nasceu a Festa da Misericórdia, pois a vida venceu a morte.

De onde havia tanta brutalidade, de onde havia tanta injustiça, aquilo humanamente era uma derrota. Onde estavam os discípulos amados? Onde estava a multidão que foi alimentada e aqueles que foram curados de curas físicas, verdadeiros milagres? Onde estavam aqueles que viviam debaixo da opressão de tantos demônios, mas que foram libertos por Jesus?

Jesus escolhe os pecadores

Quem permaneceu e seguiu Jesus até o sepulcro foi Maria, Sua Mãe, e o discípulo amado João. Ah! Mas a pecadora, aquela que tanto erro cometeu com si mesma, no adultério, na prostituição, aquela que Jesus amou, não arredou o pé! E quem viu a Ressurreição de Jesus primeiro foi a pecadora perdoada, Maria Madalena.

Certamente, se pudéssemos escolher alguém para ver, por primeiro, a Ressurreição de Cristo, essa seria Maria, a Mãe de Jesus. Mas o Pai das Misericórdias havia escolhido, desde sempre, que a pior, a mais pecadora, aquela que deveria ter sido apedrejada, porque a lei assim mandava, foi a primeira testemunha da Ressurreição de Cristo.

A devoção à Divina Misericórdia

Graças a São João Paulo II, a devoção à Divina Misericórdia passou a ser conhecida no mundo todo. Ele também declarou um ano dedicado ao Pai; depois, dedicou um ano ao Filho, e nós conhecemos Jesus! Depois, o então Papa decretou o ano dedicado ao Espírito Santo, quando nos ligou ao Céu e ao Espírito de Deus. Este, então, passeou sobre a Terra, chegou em sua casa, chegou na minha casa.

Nós conhecemos o Pai, conhecemos o Filho e também o Espírito Santo.

Esse Papa estava muito “ligadinho” no tempo que estamos vivendo hoje, e sabia que sem Maria não dava, por isso decretou que Fátima era o altar do mundo.

Agora, chega para nós o Papa Francisco, com esse carisma maravilhoso que ele tem! De repente, ele nos surpreende ao decretar um ano jubilar extraordinário que acontece a cada 100 anos. Ele decretou o Ano Jubilar extraordinário da Misericórdia.

No Céu, tudo isso já estava escrito, só precisava de um coração dócil, aqui na Terra, para dizer ‘sim’ à vontade de Deus.

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Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O caminho para o perdão

O caminho do perdão se chama ‘Misericórdia’, não há outra via. Mas eu sinto, na minha carne, na minha alma, como é difícil perdoar!

Sete tentações contra a graça do perdão:

  • tentação da soberba – qualidade de quem é arrogante, presunçoso e intolerante, que não tolera o caminho que o outro está fazendo. A soberba tem um pai e este se chama Lúcifer, satanás, demônio, o príncipe das trevas, o rei da soberba;
  • tentação do orgulho – sentimento de satisfazer-se com seus próprios feitos e qualidades, ou pelos feitos de outras pessoas. Amor próprio desordenado, tem como mesmo pai o demônio;
  • tentação da vaidade – excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento. A pessoa vaidosa faz caridade por pura vaidade, para sua própria vanglória;
  • tentação da raiva – sentimento de protesto, timidez ou frustração contra alguém, demonstrado quando as pessoas se sentem ameaçadas. É uma tentação muito perigosa, porque é muito fácil cultivá-la;
  • tentação da impaciência – eu, Eliana, sou uma pessoa impaciente, sou impaciente com pessoas que falam devagar, que pensam antes de falar. Impaciência é uma palavra grande e também é uma grande cruz! Mas por que a impaciência? Porque tenho pressa. É muito fácil sermos impacientes por motivos nobres, ter pressa para evangelizar, para rezar. Mas o que fazer com a criatura ao nosso lado, quando não temos mais paciência com ela?;
  • tentação da maledicência – aptidão para falar mal dos outros, tudo se torna motivo para falar mal dos outros, da Igreja, do Papa…;
  • tentação do desânimo – sabe aquela frase que sai assim, do fundo da alma: “Já fiz de tudo! Agora, entreguei para Deus; agora, desanimei e não faço mais nada”. O desanimado é assim, é alguém quase sem alma.

Sete virtudes para conseguir perdoar

 

  • ser uma pessoa de oração, que cultiva sua espiritualidade – vida de oração é feita com as coisas que fazemos no dia a dia, como ir à Missa, adorar Jesus, meditar a Palavra de Deus… E essas atitudes não são fáceis para o impaciente!;
  • humildade – só o humilde pede ajuda. Muita gente não consegue perdoar, porque não pede ajuda, primeiramente para Jesus, para Deus. é preciso pedir ajuda a Deus, para aquela pessoa que o ama e pode ajudá-lo a perdoar o outro. Só com humildade conseguiremos perdoar, porque quem não é humilde tem sempre razão;
  • simplicidade – uma pessoa simples descomplica tudo, pois não é complexa. O simples é aquela pessoa que, quando é caluniada, é capaz de olhar para si e olhar para Deus, olhar para o crucificado e dizer: “Meu Jesus, onde foi que eu errei! Meu Jesus, para que essa calúnia, para que essa difamação! Mostre-me”. A pessoa simples não paga o mal com o mal, porque sabe simplificar. O vaidoso, ao contrário, potencializa a ofensa sofrida;
  • confiança em Deus – é o pilar da devoção à Divina Misericórdia. “Jesus, eu confio em Vós”. Mesmo em situações adversas, a pessoa que confia não é maledicente, não tem o hábito de falar, porque confia em Deus e já entendeu que o mais importante é confiar;
  • caridade – é uma das três virtudes teologais, é o amor para com quem nãoo  merece
  • imitação de Cristo
  • misericórdia

Sugiro a vocês três trechos da Bíblia para o estudo da Palavra sobre o perdão:

Salmo 85/86, 5
Mateus 18,21-22
Colossenses 3,13-15

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